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“Deixa Queimar”: Negro Leo ganha biografia assinada por Bernardo Oliveira

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A poética urbana, caótica e que testa os limites do pop marca o trabalho de Negro Leo, um dos mais prolíficos e inventivos artistas de sua geração. Buscando mais reflexões que respostas, história em progresso do que algo imutável, a arte de Leo ganha uma visão literária em “Deixa Queimar”, livro escrito por Bernardo Oliveira  e que chega às lojas via Numa Editora.

 

Garanta “Deixa Queimar”: https://numaeditora.com/livro/deixa-queimar/

 

“A ideia de fazer esse livro é relativamente antiga, não exatamente de fazer um livro sobre o Leo, mas a vontade de falar muito sobre da música brasileira do Século 21. Quero dizer, é uma preocupação falar da música do presente, sobretudo da música não canônica, né? A que não está vinculada nem à linha evolutiva da MPB nem às correntes mais estanques e tradicionais dos estudos acadêmicos. Em suma, talvez na geração do Leo, ou mesmo na geração anterior, não tenha nenhum livro contando ou problematizando a história, ou criando uma reflexão a partir daquela história, e sobretudo daquela sonoridade, e do que ela provoca”, reflete Bernardo.

 

Professor adjunto da Faculdade de Educação/UFRJ, Oliveira é pesquisador, produtor e crítico de música e cinema. Co-fundador e produtor do selo musical e produtora QTV (https://qtvlabel.bandcamp.com) e curador do Festival Antimatéria, faz parte do projeto Ciranda do Gatilho (2020, SESC-SP). Publicou em 2014 o livro “Tom Zé — Estudando o Samba” (Editora Cobogó). Muito do seu trabalho e do selo foram impactados diretamente pela arte de Leo, cujos álbuns mais recentes foram lançados pelo selo QTV de Bernardo.

 

“Quando comecei a escrever a história desse recorte da cena da música brasileira atual, reparei que o Leo era epicentro criativo em torno do qual giravam várias situações diferentes. Inclusive o Leo não foi só o epicentro, mas foi também um facilitador. Ele foi um cara que mediou de uma maneira tanto direta quanto indireta, essa expansão do selo QTV, do Quintavant e de toda essa cena. A gente não tem muita régua e compasso para medir como pensar essa pluriversalidade da obra do Leo, pois ele não é só músico, é cineasta, quadrinista, ele tem uma relação ambígua com a Tropicália, uma relação ambígua com o legado antropofágico, ele tá no samba, e ele tá no funk, ele tá no improviso livre, cada disco é um cosmos que ele levanta, uma pesquisa, é uma forma de trabalhar muito específica, e isso sempre me chamou atenção. Então a ideia era contar um pouco da história dele, falar da criação destas estratégias estéticas, discursivas, sensíveis, que ele vai desenvolvendo ao longo da sua trajetória”, reflete. 

 

Maranhense de Pindaré Mirim, Negro Leo viveu por anos no Rio de Janeiro e reside atualmente em São Paulo. Tocando com diversas bandas e formações, seu trabalho tem testado os limites da música popular, da canção e da relação entre som, música, palavra cantada, performance e elementos de subversão lek. Entre 2012 a 2021 lançou 12 discos — incluindo o novo disco “Schwarzfahren” (QTV057), trilha sonora do filme que fez para o festival de Jazz de Berlim deste ano, e levou seu trabalho para os palcos do Brasil e do mundo, como o Festival Nrmal no México, Counterflows Festival na Escócia e no Cafe OTO em Londres. No Brasil participou da Virada Cultural Paulista, Aniversário da Cidade de São Paulo, Festival Novas Frequências, Festival A.Nota, Festival VENTO, entre outros. Em 2015, sua canção “Você Não Vai Passar”, interpretada pela cantora Ava Rocha, foi premiada na categoria “Novo Hit” do Prêmio Multishow de Música Brasileira. Em 2019 se apresentou, ao lado de Ava Rocha em Xangai (Modern Sky Lab) e Pequim, parte do projeto China Tropical, onde gravaram com Gooooose e 33ymba. 

 

“É difícil contar uma história que está acontecendo e da qual você fez parte, e eu tive muita consciência quando a gente começou, não só a consciência de que faço parte dessa história, mas que também sou amigo do Leo, e que eu estava escrevendo um livro sobre um amigo, uma pessoa querida, mas ao mesmo tempo eu sou meio fã do Leo, então realmente tem aí um trabalho de tentar flagrar momentos de uma história que está em movimento. E aí o livro já nasce defasado né? Porque o Leo já fez um monte de coisa desde que o livro foi pro prelo. E eu considero o livro como um ‘action’, pois não é nem uma escrita historiográfica acadêmica, não é jornalística também, acho que em termos de estilo eu oscilo muito entre uma escrita que remete ao universo acadêmico e ao universo jornalístico, mas não é uma coisa e nem outra”, conclui Bernardo.

 

Uma das responsáveis pela edição do livro, Marina Mendes completa: “Bernardo Oliveira é um professor e pesquisador ávido que sempre admiramos, além de ser amigo querido nosso e um parceiro em outras empreitadas. Compartilhamos do amor por muitos assuntos, especialmente pela música e literatura. Por isso o livro ’Deixa Queimar’ veio até a Numa da maneira mais natural possível: com um telefonema, o projeto já era realidade e empolgava os envolvidos. Além do mais, somos fãs do Negro Léo, acreditamos que ele é um artista contemporâneo importantíssimo pra música brasileira e estamos muito felizes de colocar o livro no mundo para contribuir com o debate”.

 

Com prefácio assinado por Juçara Marçal e projeto gráfico de Lucas Pires, “Deixa Queimar” inclui ainda fotos e entrevistas com Negro Leo. O livro está disponível no site da Numa Editora. 

 

Garanta “Deixa Queimar”: https://numaeditora.com/livro/deixa-queimar/

 

Sobre a Numa Editora:

A Numa é e gosta de ser uma editora independente: o contato próximo e sem formalidades excessivas, a empolgação no nascimento de cada projeto, a troca com os profissionais que assinam cada etapa do processo e formam uma grande rede. Adriana Maciel, editora, professora e pesquisadora, é quem dá o tom dessa personalidade alegre, apaixonada pela literatura instigante, pelas narrativas que surpreendem, pelas escritas performáticas. O catálogo começou a partir de assuntos e autores que Adriana gostava de ler – trazendo os nórdicos para o calor dos trópicos – e pesquisar, como é o caso dos volumes de Musicage. Hoje, conta com diversos títulos que variam entre as múltiplas formas artísticas contemporâneas. 

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