Na vida pública, um governante precisa ter uma boa gestão dos recursos do contribuinte para não se complicar na prestação de contas com o seu eleitorado. Na administração de um bem privado, a regra é semelhante. O síndico de um condomínio que o diga.
A exemplo de um político, ele tem a responsabilidade de cuidar do patrimônio de terceiros com transparência e estar preparado para mediar conflitos e encaminhar soluções. Sua função no dia a dia de um conjunto residencial ou comercial é tão estratégica que ele ganhou seu próprio Dia Nacional do Síndico (30/11).
A data é lembrada desde 30 de novembro de 1984, quando o então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, criou a homenagem, que nos anos seguintes se estendeu para o resto do país.
“Em um mundo por vezes tão polarizado, um profissional que trabalha pela coletividade merece todas as felicitações”, afirma Luiz Fernando Martins Alves, presidente da Associação das Administradoras de Condomínios do Estado do Paraná (AACEP) – entidade que representa mais de mil condomínios em todas as regiões do Estado.
Profissão desafiadora
Em Curitiba e Região Metropolitana, de acordo com estimativas da AACEP, existem cerca de 10 mil síndicos na ativa. No Brasil, tomando como base apenas as edificações verticais destinadas ao comércio e moradia, são pelo menos 440 mil síndicos.
A ligação natural do síndico com tarefas desafiadoras, muitas vezes estressantes, faz com que a maioria dos moradores não se interesse por assumir a função. “Onde há reunião de pessoas, há conflito. Muitos condôminos ficam ausentes, não comparecem às reuniões mensais e não se envolvem nos assuntos do condomínio. Porém, essas mesmas pessoas reclamam sem saber o que acontece no local em que residem, quais são as leis e decisões das assembleias”, conta Martins Alves.
Por falar nisso, uma parte expressiva do trabalho do síndico é atender a reclamações. No topo da lista, está o barulho, de acordo com dados da AACEP. “Reformas, barulho excessivo, festas dentro das unidades e latidos de cachorro são quase 50% do total de reclamações registradas pelas administradoras de condomínios”, informa.
Com as medidas de distanciamento social causadas pela pandemia da Covid-19, percebeu-se que a frequência dessas queixas se tornou mais corriqueira, resultado da permanência maior dos moradores em casa.
Reclamações sobre decisões que envolvem o uso de áreas comuns, como salão de festa, churrasqueira ou academia, vêm na sequência das situações mais conhecidas de conflitos.
Habilidades pessoais
Nesse ambiente que pede soluções e muito jogo de cintura a todo o momento, as habilidades comportamentais do síndico fazem diferença. O jeito certo para falar com educação, sem autoritarismo, e focar nas soluções – sem tomar partido para um dos lados – é outro destaque.
O conhecimento das leis e regulamentos internos são outras garantias a favor do bom administrador. “A organização, com criação de agenda de trabalho para execução das tarefas no prazo estabelecido, mostra que o síndico se preocupa em ser pontual em relação a suas obrigações”, explica Martins Alves.
Ele cita ainda a conscientização com a transparência nas contas e a boa comunicação junto aos moradores. Essas qualidades ajudam a zelar pelo patrimônio do condomínio, por meio de uma programação constante de manutenções.
Apesar do cenário que mostra uma relação expressiva de atribuições para quem abraça a causa de ser síndico, ele não pode tudo. Uma das principais tarefas do profissional é fazer encaminhamentos que precisam da análise dos demais moradores.
Entre as atribuições do síndico, previstas no artigo 1348 do Código Civil, está a obrigação de convocar assembleia para decidir assuntos de interesse comum a todos, além de usar esse tipo de reunião para cumprir obrigação essencial: a prestação de contas do condomínio.
Outra responsabilidade: sempre que contratar serviços que envolvam o pagamento de quantias expressivas, o síndico deve fazer pelo menos três cotações e analisar, junto ao conselho fiscal do condomínio, qual a melhor proposta do ponto de vista financeiro e do serviço prestado. Ainda em relação às assembleias, são nessas reuniões que se fixa a remuneração do síndico, seja ela por meio de um salário ou isenção de taxa do condomínio, por exemplo.
Efeitos da pandemia
Em tempos sensíveis como os de agora, em que a pandemia da Covid-19 provoca mudança profunda no dia a dia de todos, a gestão do condomínio também acaba impactada. O presidente da AACEP afirma que o comportamento dos síndicos passou a estar mais focado na limpeza, para evitar a propagação do Coronavírus em áreas comuns, e aplicação de regras para uso de equipamentos de proteção nos pontos de maior circulação de pessoas.
Um ponto importante em se tratando da pandemia, com a finalidade de evitar a paralisação da gestão do síndico, é a realização de assembleias virtuais, por meio de aplicativos de imagens, como o ZOOM, e a digitalização de documentos administrativos, boletos e comunicados, que antes eram impressos de forma mais frequente e distribuídos aos condôminos em suas caixas de correio.
“Vivemos tempos de mudanças profundas, mas o trabalho continua, e com ele, novos desafios para os síndicos e administradores poderem cumprir suas metas e obrigações em benefício dos condôminos”, afirma o presidente da Associação das Administradoras de Condomínios do Estado do Paraná.
Sobre a AACEP
A Associação das Administradoras de Condomínios do Estado do Paraná (AACEP) iniciou os trabalhos em Curitiba, em maio de 2016, e representa mais de mil condomínios em todas as regiões do Estado.
A entidade surgiu para aprimorar as atividades de administração e gestão condominial, prestar serviços que desenvolvem e profissionalizam o segmento, trazer mais segurança e tranquilidade a quem administra ou reside em condomínios.
Entre os assuntos que mais geram debates na AACEP, destaque para os direitos e deveres de moradores e síndicos, obrigações legais, regras de boa convivência, assuntos trabalhistas e tributários, mudanças nas leis, economia de água, uso de energias renováveis, coleta e separação do lixo, contratação de prestadores de serviços, transparência na gestão, regulamentação, tendências e profissionalização do mercado.
A exemplo de um político, ele tem a responsabilidade de cuidar do patrimônio de terceiros com transparência e estar preparado para mediar conflitos e encaminhar soluções. Sua função no dia a dia de um conjunto residencial ou comercial é tão estratégica que ele ganhou seu próprio Dia Nacional do Síndico (30/11).
A data é lembrada desde 30 de novembro de 1984, quando o então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, criou a homenagem, que nos anos seguintes se estendeu para o resto do país.
“Em um mundo por vezes tão polarizado, um profissional que trabalha pela coletividade merece todas as felicitações”, afirma Luiz Fernando Martins Alves, presidente da Associação das Administradoras de Condomínios do Estado do Paraná (AACEP) – entidade que representa mais de mil condomínios em todas as regiões do Estado.
Profissão desafiadora
Em Curitiba e Região Metropolitana, de acordo com estimativas da AACEP, existem cerca de 10 mil síndicos na ativa. No Brasil, tomando como base apenas as edificações verticais destinadas ao comércio e moradia, são pelo menos 440 mil síndicos.
A ligação natural do síndico com tarefas desafiadoras, muitas vezes estressantes, faz com que a maioria dos moradores não se interesse por assumir a função. “Onde há reunião de pessoas, há conflito. Muitos condôminos ficam ausentes, não comparecem às reuniões mensais e não se envolvem nos assuntos do condomínio. Porém, essas mesmas pessoas reclamam sem saber o que acontece no local em que residem, quais são as leis e decisões das assembleias”, conta Martins Alves.
Por falar nisso, uma parte expressiva do trabalho do síndico é atender a reclamações. No topo da lista, está o barulho, de acordo com dados da AACEP. “Reformas, barulho excessivo, festas dentro das unidades e latidos de cachorro são quase 50% do total de reclamações registradas pelas administradoras de condomínios”, informa.
Com as medidas de distanciamento social causadas pela pandemia da Covid-19, percebeu-se que a frequência dessas queixas se tornou mais corriqueira, resultado da permanência maior dos moradores em casa.
Reclamações sobre decisões que envolvem o uso de áreas comuns, como salão de festa, churrasqueira ou academia, vêm na sequência das situações mais conhecidas de conflitos.
Habilidades pessoais
Nesse ambiente que pede soluções e muito jogo de cintura a todo o momento, as habilidades comportamentais do síndico fazem diferença. O jeito certo para falar com educação, sem autoritarismo, e focar nas soluções – sem tomar partido para um dos lados – é outro destaque.
O conhecimento das leis e regulamentos internos são outras garantias a favor do bom administrador. “A organização, com criação de agenda de trabalho para execução das tarefas no prazo estabelecido, mostra que o síndico se preocupa em ser pontual em relação a suas obrigações”, explica Martins Alves.
Ele cita ainda a conscientização com a transparência nas contas e a boa comunicação junto aos moradores. Essas qualidades ajudam a zelar pelo patrimônio do condomínio, por meio de uma programação constante de manutenções.
Apesar do cenário que mostra uma relação expressiva de atribuições para quem abraça a causa de ser síndico, ele não pode tudo. Uma das principais tarefas do profissional é fazer encaminhamentos que precisam da análise dos demais moradores.
Entre as atribuições do síndico, previstas no artigo 1348 do Código Civil, está a obrigação de convocar assembleia para decidir assuntos de interesse comum a todos, além de usar esse tipo de reunião para cumprir obrigação essencial: a prestação de contas do condomínio.
Outra responsabilidade: sempre que contratar serviços que envolvam o pagamento de quantias expressivas, o síndico deve fazer pelo menos três cotações e analisar, junto ao conselho fiscal do condomínio, qual a melhor proposta do ponto de vista financeiro e do serviço prestado. Ainda em relação às assembleias, são nessas reuniões que se fixa a remuneração do síndico, seja ela por meio de um salário ou isenção de taxa do condomínio, por exemplo.
Efeitos da pandemia
Em tempos sensíveis como os de agora, em que a pandemia da Covid-19 provoca mudança profunda no dia a dia de todos, a gestão do condomínio também acaba impactada. O presidente da AACEP afirma que o comportamento dos síndicos passou a estar mais focado na limpeza, para evitar a propagação do Coronavírus em áreas comuns, e aplicação de regras para uso de equipamentos de proteção nos pontos de maior circulação de pessoas.
Um ponto importante em se tratando da pandemia, com a finalidade de evitar a paralisação da gestão do síndico, é a realização de assembleias virtuais, por meio de aplicativos de imagens, como o ZOOM, e a digitalização de documentos administrativos, boletos e comunicados, que antes eram impressos de forma mais frequente e distribuídos aos condôminos em suas caixas de correio.
“Vivemos tempos de mudanças profundas, mas o trabalho continua, e com ele, novos desafios para os síndicos e administradores poderem cumprir suas metas e obrigações em benefício dos condôminos”, afirma o presidente da Associação das Administradoras de Condomínios do Estado do Paraná.
Sobre a AACEP
A Associação das Administradoras de Condomínios do Estado do Paraná (AACEP) iniciou os trabalhos em Curitiba, em maio de 2016, e representa mais de mil condomínios em todas as regiões do Estado.
A entidade surgiu para aprimorar as atividades de administração e gestão condominial, prestar serviços que desenvolvem e profissionalizam o segmento, trazer mais segurança e tranquilidade a quem administra ou reside em condomínios.
Entre os assuntos que mais geram debates na AACEP, destaque para os direitos e deveres de moradores e síndicos, obrigações legais, regras de boa convivência, assuntos trabalhistas e tributários, mudanças nas leis, economia de água, uso de energias renováveis, coleta e separação do lixo, contratação de prestadores de serviços, transparência na gestão, regulamentação, tendências e profissionalização do mercado.