Início Vida e Saúde Doenças psiquiátricas estão entre as mais frequentes no mundo todo, diz especialista

Doenças psiquiátricas estão entre as mais frequentes no mundo todo, diz especialista

Doenças psiquiátricas estão entre as mais frequentes no mundo todo, diz especialista

O começo do ano é sempre acompanhado por uma imensa lista de metas, e cuidar da saúde mental, desenvolver autoconhecimento, controlar as emoções estão sempre no topo das promessas de mudanças. Para isso, a campanha Janeiro Branco busca orientar e alertar sobre os problemas de saúde mental, tema que ainda envolve muito tabu, mas que precisa ser superado, dizem especialistas.

Segundo Raquel Heep, psiquiatra e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), é preciso desmistificar o assunto. “Ainda é um tabu falar sobre saúde mental, porém, temos que lembrar que é uma doença como qualquer outra e precisa ser tratada. É muito importante estar com a saúde mental sempre em dia, senão, nada vai bem”, ressalta.

No Brasil, de acordo com pesquisa do Instituto FSB, 62% das mulheres e 43% dos homens afirmaram que a saúde emocional “piorou’” ou “piorou muito” durante a pandemia. Outro estudo, desenvolvido pelo Instituto Ipsos e encomendado pelo Fórum Econômico Mundial, concluiu que 53% dos brasileiros reconhecem que sua saúde mental piorou bastante no último ano.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo. “Com a pandemia, isso cresceu ainda mais. Os principais diagnósticos, além da ansiedade e depressão, são as dependências químicas, principalmente o alcoolismo. O grande problema é que muitas vezes as pessoas não buscam ajuda e, consequentemente, levam uma vida de má qualidade, que acaba afetando o trabalho, a família e pode chegar ao suicídio. O ideal é não deixar a tristeza ultrapassar 15 dias, mas se isso acontecer, é hora de buscar ajuda de um profissional de saúde mental para iniciar um acompanhamento e tratamento adequados”, orienta.

Em outro estudo, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz e mais seis universidades, enquanto 40% da população brasileira apresentava sentimentos frequentes de tristeza e de depressão,  50% manifestaram ansiedade e nervosismo. Em relação às faixas etárias iniciais da vida, pesquisa conduzida pelo UNICEF/Gallup mostrou que 22% dos adolescentes e jovens brasileiros de 15 a 24 anos se sentem deprimidos ou têm pouco interesse em fazer alguma atividade.

Ainda segundo a psiquiatra, a orientação para quem sofre com algum transtorno mental é buscar ajuda, seja com psicólogo ou com psiquiatra, ou, ainda, ambos, em alguns casos. “Assim como qualquer especialista é procurado quando temos algum problema, seja cardíaco, ginecológico ou qualquer outro, é preciso criar o hábito de pedir ajuda quando sentimos que algo não vai bem. Sabemos que, infelizmente, muitas pessoas adiam esse cuidado pela dificuldade de acesso à saúde, mas hoje em dia há muitos serviços gratuitos oferecidos por hospitais e universidades”, ressalta. De acordo com a especialista, atualmente, as doenças psiquiátricas estão entre as primeiras no ranking das mais frequentes.

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