Levantamento feito pelo Instituto Reclame Aqui busca descobrir o que tira o sono e faz reduzir o poder de compra do brasileiro em 2022. Muito além do aumento do IPCA, os tributos de início de ano e reajustes de terceiros são as maiores reclamações.
Entre os dias 17 e 19 de janeiro, a instituição entrevistou mais de 11 mil consumidores e chegou às seguintes conclusões:
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90,8% dos consumidores sentiram as contas mais altas no bolso;
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75,2% disseram que as despesas está mais apertadas neste início do ano;
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64,6% acham que em 2022 as despesas dessa época do ano estão mais caras do que foram em 2021.
Cartão de crédito, IPTU e IPVA são as despesas que estão no top 3 de contas que mais pesam no orçamento dos brasileiros neste início de ano.
De acordo com a pesquisa, o aumento dos valores nos boletos e nos bolsos foi praticamente o mais sentido entre os entrevistados.
Além disso, quase nenhum dos entrevistados disse não sentir os efeitos da inflação.
O consumidor precisa ficar atento!
Por mais difícil que esteja a situação do consumidor, ele precisa aprender a lidar com o dinheiro de uma forma racional para que ele não fique refém de financiamentos e juros que corroem o seu poder de compras.
Diante disso, ele pode fazer algumas mudanças que permitem evitar taxas extras:
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Avaliar os custos operacionais da manutenção de contas bancárias tradicionais e migrar para bancos digitais. Essa simples mudança pode representar uma economia de até R$ 1.000 em um ano;
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Avaliar os benefícios inclusos no cartão de crédito atual e o valor cobrado de anuidade. Se a conta for negativa, é importante considerar a migração para as novas bandeiras isentas e digitais, como o Santander 123, do Banco Inter e do roxinho do Nubank;
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O consumidor precisa ainda calcular seus gastos mensais no mercado e tentar consolidar suas compras em menos datas e de forma mais estratégica;
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Fugir das armadilhas das vendas por impulso e promoções imperdíveis online. Para isso, ele pode até colocar o produto no carrinho, mas aguarda por um ou dois dias e avalia se o item é mesmo essencial.
Indicadores da economia
Os indicadores da economia do Brasil ajudam a entender melhor. Em 2021, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País, fechou com 10,6% de alta no acumulado de 2021. Sendo assim a maior taxa acumulada desde 2015, quando a inflação foi de 10,67%.
Além do mais, no começo do ano, os números apontavam para desaceleração,bem menor do que o esperado. O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, registrava assim uma alta de 0,58% em janeiro frente à expectativa de 0,44% do mercado.
De acordo com o IPCA-15, fomos surpreendidos em janeiro, que esperávamos 0,45% e a mediana do mercado em 0,44%. Em 12 meses o IPCA-15 desacelerou na margem, de
10,42% para 10,20%, mas isso não alivia em nada a perspectiva inflacionária que segue não muito boa, diz Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.