Modelo de cooperação tem em seus pilares a preocupação social e ambiental e há décadas mostra caminho para desenvolvimento das comunidades
É cada vez mais comum a presença da sigla ESG no cotidiano do mundo corporativo. Muito mais do que conferir um “status” a uma companhia, esse fato evidência uma preocupação crescente com aspectos ambientais e valorização do indivíduo nas relações de trabalho. Seu significado, Environmental, Social and Governance (em português, Ambiental, Social e Governança) é aplicado como forma de promover a sustentabilidade e ampliar a consciência das empresas sobre os impactos de suas ações na sociedade – e de como agir em relação a eles.
Além disso, a adoção de padrões que seguem o ESG mostra a capacidade da organização em termos de solidez, redução de custos, resiliência e reputação. Relatório da consultoria PwC prevê que quase 60% dos ativos mútuos europeus estarão, até 2025, em fundos que seguem os critérios ESG, num volume que deve atingir US$ 8,9 trilhões (aproximadamente R$ 46,8 trilhões). A B3, bolsa de valores brasileira, tem entre as companhias que fazem parte de seu Índice de Sustentabilidade Empresarial 83% de empresas que carregam o ESG em seus planejamentos, objetivos e resultados.
Essa perspectiva já faz parte da realidade das cooperativas desde a sua gênese. O modelo de negócio cooperativista está comprometido em sua origem e por meio de seus princípios com a promoção de um desenvolvimento alicerçado por bases sustentáveis que promovem o equilíbrio entre gestão social e econômica. Seu foco está orientado às pessoas (e não ao capital), na promoção de melhores condições de vida e renda aos seus associados e na valorização do meio ambiente, bem como no desenvolvimento local das comunidades às quais estão inseridas.
Em um momento em que a sociedade dá sinais de recuperação em relação aos efeitos da pandemia de covid-19, a retomada econômica tem tomado rumos alinhados aos princípios do cooperativismo, pautados pela governança, equidade, inclusão socioeconômica, responsabilidade social, sustentabilidade e fortalecimento da intercooperação. Ou seja, o modelo de atuação espelha o conceito ESG e tem sido base para o estabelecimento de um “novo normal” em termos econômicos, sociais e ambientais.
Um estudo feito pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) indica que os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios do País que possuem cooperativas são maiores que os daqueles que não contam com esse tipo de empreendimento. E um dos ramos que mais mostra evolução é o habitacional, que tem o poder de reduzir o déficit habitacional por meio da construção de moradias de forma coletiva e com custos reduzidos.
Segundo Carlos Massini, presidente da CICOM, as cooperativas habitacionais oferecem uma solução acessível para a aquisição de imóveis, prezando pela qualidade e boa localização dos empreendimentos e o bem-estar dos cooperados: “O cooperativismo habitacional ganha cada vez mais a confiança da população. É um modelo de aquisição em que a população pode se beneficiar econômica e socialmente, já que o imóvel possui preço acessível, permitindo que as famílias realizem o sonho de ter um espaço próprio com excelentes qualidade e estrutura a um valor justo”, explica.
O modelo de atuação cooperativista não tem como objetivo o lucro, mas sim a finalidade pela qual a organização foi formada. No caso das habitacionais, o foco é a construção de moradias, o que resulta em redução dos custos de construção e formas de pagamento mais acessíveis.
“As cooperativas habitacionais oferecem opções de pagamento direto e soluções para quem não consegue contratar um financiamento convencional, que comprometeria a renda de famílias de menor poder aquisitivo e afetaria sua capacidade de arcar com alimentação, saúde e outros gastos fundamentais”, indica Massini.
Como explica o presidente da CICOM, o cooperativismo e, em especial, o ramo habitacional, promove melhorias que afetam toda a sociedade: “O interesse social é um dos pilares do cooperativismo. Ao dividir resultados e operar com custos mais justos, essas instituições geram valor diferencial à renda produzida em cada localidade e, com isso, desenvolvem um ciclo virtuoso de crescimento”.
A adoção do ESG é uma tendência que se firma e tem começado a estabelecer novos padrões empresariais e sociais de desenvolvimento, tornando-se requisito para a sobrevivência e competitividade das instituições. O cooperativismo, portanto, pelas suas características intrínsecas, tem se mostrado como o sistema mais adequado às novas necessidades sociais e ambientais e vislumbra crescimento e longevidade por conta de seu caráter sustentável e focado no coletivo.
Sobre a CICOM
A CICOM Cooperativa Habitacional nasceu do sonho de transformar um objetivo em realidade: ajudar a reduzir o déficit habitacional do País, reconhecendo que todos podemos ser ferramentas poderosas para a solução e atendimento de uma causa. Moradia é um direito de todo cidadão, por isso, a CICOM desenvolve projetos voltados à área de habitação sob dois processos: a construção de empreendimentos imobiliários através do cooperativismo e a adequação de moradias em estado irregular a partir da regularização fundiária. Na CICOM os objetivos são comuns a cada comunidade atendida, e a responsabilidade é compartilhada, solidária e colaborativa.