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Empresas estão com parcelas do Pronampe e Simples Nacional em atraso

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Dados fazem parte da pesquisa da Abrasel Nacional

Dados fazem parte da pesquisa da Abrasel | Foto cottonbro/ Pexels

O Brasil está vivendo um período de inflação e juros altos, o que está afetando bares e restaurantes que têm enfrentado dificuldades para pagar os empréstimos via Pronampe e manter em dia os pagamentos do Simples Nacional.

As conclusões são de pesquisa nacional promovida pela Abrasel. Os dados apontam que 19% dos entrevistados com crédito através do Pronampe já estão com as parcelas em atraso. “E isso tende a piorar”, diz o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.

A pesquisa apontada ainda que 45% dos entrevistados, participantes do Simples Nacional, estão com parcelas em atraso e 27% desses atrasos já geraram dívida ativa.

Isso mostra a importância do Congresso Nacional derrubar o veto ao projeto para refinanciamento de dívidas tributárias para micro e pequenas empresas, chamado de “Relp” ou “Refis do Simples”.

O Varanda Grill & Pizza é uma das empresas que usou o Programa e, segundo o proprietário, Urubatan Sena, os juros atuais são impraticáveis. “Quando contratamos o Pronampe o percentual total de juros era 3,5% a.a. Houve reajuste em 2021 e espera-se que a Selic chegue a 11,25% em 2022”.

Com isso, a taxa inicial de juros teve um aumento de seis vezes neste período. “Num momento em que as empresas ainda se recuperam de dois anos muito difíceis, o que era uma solução se tornou um problema”, ressalta o empresário.

Sena reforça ainda da necessidade da renegociação das dívidas. “Necessitamos de previsibilidade e estabilidade financeira para planejar, reestruturar as empresas e recompor o caixa. Este custo maior aliado ao baixo faturamento está inviabilizando os pagamentos, levando à inadimplência, ao fechamento de empresas e perda de empregos”.

Urubatan sena comenta que os juros do seu empréstimo já subiram 6 vezes desde a contratação | Foto: Wilian Ferreira/Yukê Comunicação

Ele enfatiza ainda que: “muitos não conseguirão honrar os compromissos e devemos lembrar ainda que o Pronampe não foi um recurso para investimentos e sim para pagamentos de salários e despesas quando permanecemos fechados por decretos durante a pandemia. Isto levou ao fechamento de mais de 30% dos estabelecimentos no país”, finaliza.

Para Leila Pires, diretora executiva da Abrasel Campos Gerais, os dados são preocupantes. “Estamos em processo de retomada e para isso precisamos ter dinheiro em caixa e estar sem dívida ativa e esse cenário relacionado aos empréstimos, principalmente ao Pronampe acende um alerta numa economia instável. Por isso, é importante que haja refinanciamento dessa dívida”, comenta.

Leila enfatiza ainda que as mudanças nos juros do Pronampe trouxeram mais dor de cabeça ao empresário. “Quando o programa começou, tinha juros de 3,5%, a partir de junho salto para 9,7% ao ano, o que é muito alto”, finaliza.

O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) é um programa de governo destinado ao desenvolvimento e o fortalecimento dos pequenos negócios que concede linha de crédito para empréstimos e foi bastante usado entre 2020 e 2021, período em que a pandemia de Covid-19 mantinha bares e restaurantes fechados ou com lotação reduzida.

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