Óleo de cozinha usado: o resíduo líquido que destrói o meio ambiente

Num mundo que sofre cada vez mais com impactos ambientais e preocupado com o futuro, os resíduos domésticos e comerciais precisam de atenção especial além da discussão sobre o destino de matéria orgânica, como restos de alimentos, e a importância de sua separação para reduzir substancialmente os impactos ambientais do descarte e nas unidades de tratamento de água e esgoto.

Óleo vegetal precisa de cuidados especiais

Os óleos utilizados na cozinha, fundamentalmente baseados no processamento de soja, milho e girassol, sofrem alterações químicas durante o processo, perdendo parte das suas características e propriedades, e, mais cedo ou mais tarde, somos obrigados a descartar o óleo usado e, nessa altura, começam os problemas ambientais:

“O resíduo de óleo de fritura não pode ser encarado como um reciclável qualquer. Quando se fala que a origem do óleo é vegetal a primeira impressão que se tem é que ele não é poluente, ou ainda que ele é totalmente biodegradável e que por isso não vai causar nenhum dano ao meio ambiente. Esse raciocínio é incorreto, visto que os óleos e gorduras não são solúveis em água, isto é, não se dissolvem, e ainda podem transportar restos de alimentos para o solo, rios e até mesmo para o mar” explica Vitor Dalcin, Diretor Executivo da Ambiental Santos.

Óleo no meio ambiente: um caso realmente grave
O óleo é considerado uma terrível fonte de poluição, especialmente para nossas águas. O óleo despejado na pia ou no vaso sanitário percorre redes de saneamento até chegar às estações de tratamento.

No caso das redes coletoras de esgoto, os óleos e gorduras em combinação com outros resíduos como sabões e detergentes usados em nossas residências, causam sérios bloqueios principalmente em coletores com baixa velocidade de circulação de água, causando bloqueios e em consequência, enchentes.

Outro efeito nocivo é que provocam uma diminuição do oxigênio contido nas águas, prejudicando o tratamento posterior realizado nas estações de tratamento, além do alto teor contaminante em que apenas um litro de óleo consegue poluir milhares de litros de água.

“De junho de 2019 até janeiro de 2022, enfrentamos a pior seca da história da bacia dos rios Paraná e Prata, com grande peso social e econômico nas vidas de brasileiros, paraguaios e argentinos, fato que só se agravou com a chegada da pandemia de Covid-19. Nesse período, aprendemos a duras penas que cada gota economizada faz a diferença entre ter água tratada para beber ou não. A seca não fez distinção entre classe social, apenas tivemos que lidar com ela. Dessa forma, acredito que não faz mais sentido deixar de cuidar dos nossos resíduos de forma séria e comprometida. Não estamos cuidando do futuro apenas, já estamos cuidando do nosso dia-a-dia.”

 

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