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Na contramão do turnover, empresa de tecnologia encara desafios da retenção de talentos

Diferente dos índices de rotatividade na área de TI, que alcançam 15%, profissional segue há 5 anos na mesma companhia

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Rotatividade de funcionários no setor de tecnologia alcança 15%, maior índice no mercado, de acordo com relatório do LinkedIn
Créditos: Envato Imagens

Disputa por salários altos nas empresas tecnológicas faz com que a rotatividade dos profissionais seja grande. Porém, benefícios e salário alto não contam para Diego Ramon na decisão de se manter na companhia de tecnologia onde trabalha. Carreira e clima organizacional são os principais motivos que fazem o desenvolvedor estar há 5 anos na mesma empresa. Ao contrário de outros profissionais de TI que permanecem, em média, 2,6 anos numa corporação – a rotatividade de funcionários no setor de tecnologia alcança 15%, o maior índice no mercado, segundo relatório do LinkedIn.

De Ourinhos (SP) a Curitiba (PR), a expectativa de crescimento e sucesso profissional na área de tecnologia fez com que Diego Ramon, aos 23 anos, saísse do interior e viesse a uma capital em 2017. No estado de São Paulo, Diego trabalhava em uma empresa pequena, sem possibilidade de futuro na carreira. Isso aumentou o seu interesse por novas oportunidades, tornando natural a decisão de se candidatar a uma vaga em uma companhia curitibana especializada em serviço Omnichannel. “Surgiu a vaga na área que eu queria em Curitiba. Despretensiosamente, enviei o currículo. E, no mesmo dia, a equipe já retornou e fiz a entrevista”, conta Diego, que trabalha hoje na Nexcore.

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Carreira e clima organizacional são principais motivos que fazem desenvolvedor Diego Ramon estar há 5 anos na mesma empresa
Créditos: Divulgação Nexcore

Em busca da realização profissional, Diego encarou o desafio de mudar sua área de atuação. “Embora fosse formado em segurança da informação, a vaga era para desenvolvedor. Sabia que, por ser uma empresa grande, seria totalmente diferente daquilo que eu estava acostumado. Mesmo com minha noção básica sobre programação, fui estudando e me especializando nessa nova área”. E o ambiente de trabalho fez muita diferença para que ele decidisse permanecer por anos na corporação. “Mesmo que haja uma proposta de outra empresa com o salário maior, no final, não acaba sendo só a questão do dinheiro. É o clima, a estrutura de trabalho e o desenvolvimento na carreira que contam muito”, afirma.

Menos rotatividade

Empresas adotam um ecossistema de aprendizagem, valorização profissional e ambiente agradável para evitar desistências. Como é o caso da Nexcore, empresa de tecnologia que tem um índice de turnover muito baixo comparado a outras companhias. “Temos um índice de rotatividade entre 4% e 5%. Sendo que, atualmente, para reter talentos na empresa, nos preocupamos muito que o profissional tenha um plano de salário e carreira. Além disso, buscamos dar feedback, ouvir o colaborador e encontrar soluções. Fazem toda a diferença um bom clima organizacional e variedade de treinamentos, com autonomia de trabalho e inovação”, explica Silvia Ferraz Ribeiro, gerente de RH da Nexcore.

Com 52 colaboradores que têm idades, em média, entre 23 e 30 anos, a empresa busca formar talentos na área de tecnologia. “Nem todos os desenvolvedores que nós temos são formados em desenvolvimento, mas aprenderam no dia a dia, com cursos e aprimoramento”, diz a gerente de RH. Com 20% da equipe há 5 anos na companhia, Silvia garante que o diferencial é a cultura organizacional. “Aqui, temos pessoas bem remuneradas, mas damos também muita importância à qualidade de vida e ao plano de carreira”.

Enquanto 60% dos jovens ainda têm dúvidas sobre o futuro profissional – de acordo com pesquisa da Cedaspy Professional School (CPS) -, Diego segue na contramão dessa tendência. Recentemente, ele teve seu trabalho reconhecido com uma promoção para coordenador de desenvolvimento da Nexcore. Com uma equipe de 15 pessoas para conduzir, o desenvolvedor fala que nunca chegou a pedir para ser promovido, mas sempre acreditou nessa oportunidade. “Desde o início, tive o espírito de liderança e fui tentando mostrar essa característica  cada vez mais. E também, eu tinha um conhecimento mais amplo por ter vindo de outra área, o que ajudou muito”, comenta.

Contra os índices de turnover na área de TI, Diego segue há 5 anos na mesma empresa curitibana acreditando que o índice de rotatividade alto em tecnologia se deve ao fato de que muitos profissionais ainda não têm certeza da área em que querem trabalhar. “Com menos de 25 anos, muitos ainda estão tentando descobrir o que querem na área tecnológica. Pela facilidade da troca, o profissional fica mudando de companhia, o que acaba impedindo a aquisição de experiência. Na Nexcore, quando o profissional entra, é avisado que é preciso de, no mínimo, 6 meses para aprender e se desenvolver”, finaliza.

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