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O que esperar do mercado de luxo pós-pandemia

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Especialista em marketing e estratégia de negócios aponta as principais tendências e ferramentas essenciais para manter o mercado em crescimento

Já se sabe que o mercado de luxo não sofreu muito durante a pandemia – muito pelo contrário! Dados da FashionUnited, recolhidos pela Infracommerce, mostram que o mercado de luxo apresentou um aumento de 93% só no ano de 2020. A Associação Brasileira das Empresas de Luxo (Abrael) também registrou crescimento médio de 51,74% em setembro de 2021, em relação ao mesmo período do ano anterior.

O especialista em marketing e estratégia de negócios, Frederico Burlamaqui, aponta que a pandemia trouxe uma mudança no comportamento do consumidor de luxo. “Antes, o cliente comprava essas marcas em viagens no exterior. Com a pandemia, impedidos de viajar e também com a alta do dólar, encontraram no mercado local a alternativa para continuarem consumindo esses produtos”, afirma. O levantamento divulgado pela Abrael aponta que a receita do mercado de bens de luxo chegou a US$5,226 bilhões em 2020. A projeção é de um aumento de 3% até 2025.

Burlamaqui lembra que o sucesso desse mercado se deve a diversificação dos canais de vendas dessas empresas. Se antes o cliente estava na loja, hoje ele pode estar em qualquer lugar. “A criação de diferentes canais, físicos e digitais, buscando uma melhor experiência de compra, foi a chave do sucesso do mercado de luxo”, afirma. Foi o caso da Cevimar Eletrodomésticos de Luxo. A empresa, que atua desde 2003 em Curitiba com eletrodomésticos premium, reestruturou seus canais de vendas na pandemia e registrou crescimento de 60% no faturamento nos últimos dois anos.

Mas, como dar continuidade ao boom de vendas visto na pandemia? Burlamaqui lembra que a integração e diversificação dos canais de venda são fundamentais para sustentar nesse crescimento. “A sociedade está em degelo e agora o grande desafio do segmento é manter a demanda vinda da pandemia. O cliente da loja física está de volta, mas as marcas não podem esquecer dos clientes conquistados no meio online. A forma como as marcas continuarão se relacionando com ele irá ser decisiva no sucesso dos negócios”, explica.

A unificação dos diferentes canais, físicos e digitais, buscando uma melhor experiência de compra, terá que levar em conta também a padronização da empresa. “Quando todos os setores e canais conversam entre si, mantendo um padrão de atendimento e continuidade da experiência do cliente, permite que mesmo que o cliente troque de canal, continue envolvido com a empresa, contribuindo, assim, para o aumento do volume das vendas e, consequentemente, do lucro. Esse é o varejo omnichannel, que leva uma experiência mais completa e assertiva para o cliente”, afirma.

O relacionamento com esse cliente também precisa ser contínuo. “Aqui o contato precisa ser personalizado, com entrega e pós-vendas muito bem pensados. Conquistar o consumidor exige pesquisa, análise, investimento em treinamentos e tecnologia constantes. O cliente precisa se sentir seguro, confiante e satisfeito com sua decisão de compra”, alerta, lembrando que com o fim da pandemia, o consumidor está ávido pelo prazer e consumo.

O especialista lembra que com o enfraquecimento da pandemia, setores como o de hospitalidade, que envolvem serviços de recepção, acomodação, alimentos e bebidas, estarão em alta, além do setor da beleza: em casa, as pessoas tiveram mais tempo para cuidados pessoais. “Ainda vamos viver algum tempo com o saldo residual da pandemia, consumidores ansiosos para retomar hábitos pré-pandêmicos, o que beneficia a indústria da hospitalidade no mercado de luxo”, completa.

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