Levantamento mostra que 6 em cada 10 têm alteração na lágrima. Tratamento garante mais precisão à cirurgia.
Dá para se livrar dos óculos?
O médico afirma que a cirurgia de catarata é um dos procedimentos que mais agregou novas tecnologias nos últimos anos. “Já não está restrita à troca do cristalino, lente interna do olho, por uma lente intraocular (LIO) implantada no olho. Hoje os pacientes têm expectativa de excelente qualidade de visão após a cirurgia”, comenta. A cena é recorrente. Após o diagnóstico a primeira pergunta que muitos fazem é se vão ficar livres dos óculos quando passarem pela cirurgia, comenta. De fato, o oftalmologista diz que a última geração de lentes intraoculares, as trifocais, oferecem excelente visão a uma distância de 30 e 60 centímetros. Cirurgias feitas com estas lentes eliminam simultaneamente a catarata, miopia, astigmatismo, hipermetropia ou presbiopia em um único procedimento. Mas o resultado depende muito da experiência do cirurgião, das condições de saúde dos olhos e de medidas exatas do globo ocular, a biometria, que determina a personalização da lente para cada caso. Queiroz Neto afirma que a lente trifocal não é indicada para todos. “Por exemplo, para motoristas profissionais que fazem longas viagens noturnas com frequência a nitidez da visão à distância pode ficar abaixo do que necessitam. Já para quem passa a maior parte do tempo trabalhando no computador pode ser perfeita”, explica.
Pré-cirúrgico
O especialista ressalta que independente do tipo de lente, o tratamento do olho seco antes da cirurgia faz toda diferença. Isso porque, vários estudos mostram que o filme lacrimal instável ou irregular sobre a córnea que responde por mais de 70% da refração em nosso olho provoca imprecisão no cálculo da lente intraocular e compromete a correção refrativa da cirurgia. Por isso, todo paciente passa por completa avaliação da lágrima antes da biometria que determina a potência da lente intraocular.
Tratamento
Em pacientes com insuficiência aquosa no filme lacrimal, Queiroz Neto afirma que o tratamento pode incluir lágrima artificial, ácido hialurônico para dar suporte à regeneração da camada externa da córnea, oclusão do canal lagrimal em casos severos e soro autólogo. Quando a insuficiência ocorre na camada lipídica, que corresponde a 70% dos casos, as terapias utilizadas pelo oftalmologista são suplemento oral de ômega 3, e aplicações de luz pulsada na desobstrução profissional da glândula de meibômio, higienização das pálpebras e tratamento dos casos de rosácea.
Cirurgia
O oftalmologista afirma que a cirurgia é rápida, indolor e no mesmo dia o paciente recebe alta. É feita com sedação e anestesia local com uma gota de colírio. Por uma pequena incisão no canto da córnea a catarata e expirada por um delicado instrumento e a lente é inserida na sequência. Muitos pacientes já acordam da cirurgia encantados com o ganho imediato de visão. Primeiro é operado um olho e depois o outro. Para que não haja intercorrências o médico afirma que é muito importante instilar os colírios rigorosamente conforme a indicação do cirurgião. Todos os pacientes recebem um manual de recomendações pós cirúrgicas. Qualquer desconforto a recomendação é marcar uma consulta imediatamente com o cirurgião.