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Cigarro pode causar câncer de boca, inflamação na garganta e nas vias aéreas

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Dia 31 de maio é o Dia Mundial de Combate ao Fumo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. 

Dados do Ministério da Saúde revelam que no Brasil são mais de 160 mil mortes anuais atribuíveis ao tabaco, o que representa 443 mortes por dia. O tabaco é responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano no mundo. Até 2030, pode ser responsável por 10% do total de mortes globais.

Muitos ainda ignoram a quantidade de substâncias tóxicas – quase 5 mil – que o tabaco tem e os prejuízos que ele vai causando em várias partes do corpo ao longo do tempo. 

Segundo o otorrinolaringologista do Hospital Otorrinos Curitiba, Dr. Diego Malucelli, o tabagismo está relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 doenças, entre elas causa câncer de boca, irritação e inflamação na garganta e vias aéreas, aumento da pressão arterial, doenças do coração, derrame cerebral, entre outros inúmeros problemas.

“As substâncias que ficam acumuladas no corpo humano elevam os riscos de diversas doenças. Só há prejuízos para quem fuma”, lembrou o médico.

Cigarro e a voz

A voz é uma ferramenta de comunicação primordial, e muitas vezes não percebemos a importância que ela tem. Para a fonoaudióloga, mestre e doutora do Hospital Otorrinos Curitiba, Carla Maffei, quando as cordas vocais são agredidas pelo calor e pelas substâncias tóxicas do cigarro, acontece a queima do epitélio (camada de cobertura) das pregas vocais a cada cigarro utilizado.

“A temperatura da queima do cigarro é muito alta quando tragada. Se um indivíduo fuma 20 cigarros/dia, ela queimará essa mucosa 20x ao dia. Imagine um tomate quando colocado sobre o fogo: a pele do tomate explode e queima; é da mesma forma que ocorre com o epitélio das pregas vocais. Além disso, os componentes químicos existentes no cigarro são altamente cancerígenos. O tempo de uso é outro agente nocivo, assim como o uso de álcool e outras drogas associadas”, explicou a Dra. Carla.

Cigarro deixa a voz mais grossa?

O fumo deixa a voz mais grossa, enrijecendo as camadas de cobertura das pregas vocais. “A flexibilidade das camadas é que proporciona a limpeza vocal. Quanto mais solta e vibrante estas camadas, melhor a qualidade vocal”, ressaltou a fonoaudióloga.

Normalmente a qualidade vocal do fumante é rouca e áspera, perdendo o brilho da voz e a sutileza harmônica, muito importante para o canto, por exemplo. A mudança da voz pode ser um dos sinais de câncer na laringe, região onde estão presentes as cordas vocais.

Caso o fumante de longa data pare com o tabagismo, há a possibilidade de ele recuperar a qualidade vocal com exercícios vocais da fonoaudiologia, além de encerrar a agressão às camadas de cobertura causadas pelo cigarro. 

“No entanto”, esclareceu a Dra. Carla, “não é incomum que os indivíduos que fumaram por anos – após 15 a 20 anos terem cessado o tabagismo – venham a desenvolver algum tipo de câncer. O câncer de pulmão é um deles”.

Fumar também provoca aumento na acidez do estômago, contribuindo para aumentar o refluxo faringolaríngeo, sendo um dos principais sintomas o pigarro.

Por que devo parar de fumar?

O Inca listou alguns benefícios à saúde que são quase imediatos, conforme relação abaixo:

Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.

Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue.

Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza.

Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor.

Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros, e o paladar já degusta melhor a comida.

Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil, e a circulação melhora.

Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.

Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.

“Quanto mais cedo o paciente se livrar do vício do cigarro, mais qualidade de vida ele terá”, finalizou Dr. Diego.

Com informações: Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Ministério da Saúde

Diretor Técnico do Hospital Otorrinos Curitiba: Dr. Ian Selonke – CRM-PR 19141 | Otorrinolaringologia

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