Início Vida e Saúde “No Ritmo do Coração” aborda surdez com sensibilidade e promove a inclusão

“No Ritmo do Coração” aborda surdez com sensibilidade e promove a inclusão

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Longa que conta a história de uma jovem ouvinte em uma família de surdos venceu dois Oscars na última edição do prêmio, inclusive o de Melhor Filme

"No Ritmo do Coração" aborda surdez com sensibilidade e promove a inclusão
Crédito:Pixabay

O ano de 2022 representou um marco histórico para a comunidade surda. O primeiro filme com representação e elenco formado majoritariamente por deficientes auditivos recebeu o principal prêmio do Oscar. “No Ritmo do Coração”, cujo título original é “CODA”, sigla para child of deaf adults, (em português, “filho de pais surdos”), foi escrito e dirigido por Sian Heder e conta a história de uma família com deficiência auditiva do litoral de Massachusetts, no Nordeste dos Estados Unidos.

Na trama, a jovem Ruby (Emilia Jones), única ouvinte da família, vê-se dividida entre seu sonho de seguir uma carreira na música e ingressar na universidade e a angústia de deixar os pais e o irmão surdos em um mundo adaptado somente para quem ouve.  Além de Emilia, integram o elenco Daniel Durant, como o irmão, e Marlee Matlin e Troy Kotsur como os pais de Ruby.

Ktosur levou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante com seu papel bem-humorado e compreensivo no drama. A produção ainda recebeu o Oscar de Roteiro Adaptado. Já Marlee, apesar de não ter sido indicada por “No Ritmo de Coração”, já havia se tornado a primeira atriz surda a vencer a premiação por seu papel em “Filhos do Silêncio”, de 1986.

“Troy foi o primeiro ator surdo da história a ser indicado e receber a estatueta. Foi um momento de muita comemoração para toda a comunidade surda”, comenta Márcia Bonetti, fonoaudióloga responsável da Audiba Aparelhos Auditivos. “Segundo a World Health Survey, 15% da população mundial é PCD, mas raramente a vemos representada em filmes e séries. O Oscar deste ano aponta para um futuro com mais visibilidade”, diz Bonetti.

O filme ainda traz longos diálogos em ASL, a língua americana de sinais, demonstrando que o sinalário muda conforme o idioma. A Libras, Língua Brasileira de Sinais, foi oficializada em 2002 como língua oficial dos surdos do país. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de que mais de 2 milhões de pessoas usem a língua de sinais para se comunicar.

Atualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), há 1,5 bilhão de pessoas com problemas auditivos no mundo, sendo 17,2 milhões com surdez em grau profundo e 12,6 milhões com surdez completa.

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