Na criação de um verdadeiro espaço de relaxamento nos projetos residenciais, as banheiras são peças-chave e os seus diversos estilos ainda trazem personalidade ao design do ambiente;
As arquitetas Andrea Camillo e Cristiane Schiavoni mostram quais são os tipos existentes, qual escolher para cada situação e como compor o item no décor
Por muitos anos as banheiras vêm sendo consideradas artigos de luxo em projetos residenciais – tanto em decorrência do seu valor agregado pelo mercado, como por suas complexas necessidades de instalação e de espaço. Em um mundo em que as habitações são cada vez mais reduzidas nas cidades, são raras as famílias que detém metros quadrados e infraestrutura suficientes para ter um elemento grande como esse em sua rotina.
Porém, as banheiras são sinônimo de bem-estar e qualidade de vida. Banhos de imersão tem o poder de relaxar o corpo e consequentemente, melhorar a qualidade do sono e diminuir dores musculares, principalmente para aqueles que sofrem de alguma condição, como doenças cardiovasculares, artrite ou artrose.
A grande diferença entre os tempos antigos e o atual é a infinidade de banheiras de todos os valores, tamanhos, formatos, texturas e funcionalidades que conseguimos encontrar no mercado. Além do sonho expresso pelos moradores, os profissionais de arquitetura identificam do item algo essencial para a vida deles. “Um dos projetos que realizei foi destinado a um atleta, com uma rotina corrida e cansativa. Por isso, tornamos o banheiro do casal um ambiente de relaxamento com uma banheira de imersão e uma sauna dentro do box. Nosso propósito foi claramente de aliviar as dores musculares tão presentes em sua rotina” comenta a arquiteta Andrea Camillo, à frente do escritório que leva seu nome.
Em meio a tantas opções e necessidades de infraestrutura, ela e a arquiteta Cristiane Schiavoni, responsável pelo Cristiane Schiavoni Arquitetura, relatam o que precisa ser feito para contar com uma banheira nos projetos residenciais, abordam os melhores formatos e modelos mais adequados em cada situação. Acompanhe!
Infraestrutura
Antes de mais nada, é preciso se atentar a alguns detalhes técnicos primordiais de infraestrutura. Em muitos casos, pode haver espaço útil para a peça, mas ele de nada adianta se não vier acompanhado ao encanamento necessário para a sua instalação.
1. Encanamento
A arquiteta Cristiane ressalta dois pontos que jamais podem ser esquecidos. “Nós nunca podemos perder de vista que uma banheira precisa de um ponto de esgoto e que normalmente a água é evacuada por gravidade. Por isso, o ponto de esgoto precisa estar embaixo da banheira e ainda, contar com um caimento”, destaca. Ela complementa que apartamentos apresentam um grau superior de dificuldade, demandando do profissional o desenvolvimento de soluções para realizar a ligação para a colocação da banheira. “Outro cuidado relevante diz respeito à perfeita vedação do ponto de esgoto para mitigar quaisquer riscos de mal odor”, complementa.
Assim, o ideal é pensar no caminho que a água percorrerá até a banheira – preferencialmente quente. Porém, além da infraestrutura da residência, é importante que as necessidades da própria banheira também sejam supridas, como a alimentação direta e não dos modelos existentes no mercado.
2. Parte elétrica
Depois das questões de encanamento, o profissional deve prever as questões que envolvem o projeto de elétrica. Particularidades relativas à banheira, como a existência de um aquecedor, assim como a voltagem e potência e a infraestrutura que ela demanda devem ser antevistas. “O melhor também é levar para o ponto de venda as especificidades que o modelo precisa atender com relação às medidas e as condições oferecidas no local”, adiciona Cristiane.
3. Modelo e acessórios
Ambas são enfáticas que a decisão igualmente envolve o modelo preferido, a faixa de preço e os acessórios disponibilizados. Em relação ao formato e material, em geral são encontradas nos padrões quadrado, retangular, redonda, ovalada e são produzidas em acrílico, fibra, vidro ou porcelana. Outras decisões envolvem a decisão pelo modelo de imersão ou com hidromassagem, bem como a profundidade. “São infinitas as possibilidades. Nesta etapa, o importante é levar em conta as suas preferências, necessidades e as limitações de espaço que foram mencionadas anteriormente.” aconselha Andrea Camillo.
Tipos de banheiras
Freestanding
Em tradução livre, independentes, não necessitam de apoio na parede ou no chão. Elas são autossuficientes, não pedem por grandes estruturas e podem ser inseridas em qualquer tipo de ambiente. Por isso, podemos encontrar esse modelo de banheira não só no banheiro, mas também em outros cômodos da casa, como em quartos.
Embutida
Nesse caso, a banheira não se sustenta sozinha e necessita de apoio em uma parede, um ripado de madeira ou alguma outra estrutura mais elaborada. Nesse modelo, que pode estar localizado dentro do box ou acompanhar a sua estrutura, a instalação é facilitada quando levamos em consideração o encanamento e a parte elétrica. Porém, com ela não há opções de mobilidade ou muitas possibilidades para inovar.
Diferenças entre banheira e ofurô
A grande diferença diz respeito à funcionalidade. A banheira é designada para higienização do corpo, enquanto o ofurô é voltado apenas ao relaxamento. Por isso, é famoso por ser preenchido por uma água mais quente, além de oferecer maior profundidade.
Banheiras na decoração
Além da funcionalidade da banheira, que engloba tanto os momentos de lazer como o relaxamento dos moradores, ela também faz parte do design de interiores, podendo fazer toda a diferença no visual final. “Entre os diversos modelos, temos as clássicas, como a banheira vitoriana, as modernas, com estilo freestanding, e as tradicionais de embutir”, afirma Cristiane Schiavoni.
Dia a dia com a banheira
A banheira traz inúmeros benefícios para a saúde. A opção de ter um SPA em casa traz a opção de relaxamento para aliviar dores e levar embora o estresse. Para famílias com filhos pequenos, essa dica vai além do relaxamento. Na banheira, as crianças podem brincar e gastar energia ao mesmo tempo que aproveitam a água morna. “Às vezes, nós queremos deixar a criança no banho, mas com o chuveiro ligado é muita água desperdiçada. Nesse caso, enchendo um pouquinho a banheira, você consegue deixar a criança brincando, se divertindo e relaxando. Por isso, costumo indicar a instalação dela para famílias com crianças, acredito que é bem interessante”, discorre Cristiane.
Manutenção
Para a manutenção das banheiras, é fundamental reconhecer o seu material para, só então, escolher o produto adequado. Mesmo assim, o segredo é utilizar um produto neutro, como o sabão de coco ou um detergente neutro, porque assim as chances de errar e danificar o material são mínimas.
Em relação ao maquinário, caso ele seja danificado, o morador precisa contratar mão de obra qualificada e os custos podem ser elevados. “Quem tem uma banheira precisa usá-la com frequência ou, pelo menos, não deixar que permaneça desligada por muito tempo”, finaliza a profissional Cristiane.