Fundamentais para apoiar ou embutir a cuba, bem como receber os itens essenciais dos moradores, a decisão deve compor com o décor do ambiente;
A arquiteta Andrea Camillo detalha os atributos que leva em consideração para a realização dos projetos de banheiros e lavabos
Box, louças sanitárias, armários e metais: além desses itens, a bancada figura como outro recurso essencial para os projetos de banheiro e lavabos. Responsável por organizar o essencial e trazer funcionalidade ao apoiar a cuba, torneira, peças decorativas e itens pessoais – o que seria de nós sem um lugar para apoiar a escova de dentes ou de cabelo? –, o material deve compor com o mobiliário, bem como oferecer durabilidade e segurança.
Com um amplo portfólio de materiais, aos moradores pode pairar a dúvida sobre qual deles escolher, analisando características que vão muito além da aparência. Por isso, a arquiteta Andrea Camillo, à frente do seu escritório, desmistifica essa peça de grande peso – tanto com relação à sua estrutura, utilidade e o conjunto no décor. Acompanhe!
Principais tipos de bancadas
– Pedras naturais: granito, mármore e limestone são algumas das mais empregadas nos projetos de banheiros e lavabos. Entretanto, ao mesmo tempo que são clássicas e elegantes, requerem cuidado por serem porosos e menos resistentes a riscos, manchas e arranhões. Para resolver a questão, a Andrea Camillo não abre mão da impermeabilização como maneira de preservar seu brilho e aumentar a durabilidade.
– Pedras sintéticas: se configuram como materiais menos permeáveis e mais resistentes – no caso do porcelanato, um dos elementos mais empregados. “No passado, era muito mais usual trabalharmos com mármores e granitos. Todavia, com o tempo o material industrializado foi ganhando força por conta da sua variedade e especificações técnicas”, relaciona a arquiteta, que ainda considera a longevidade dos produtos, facilidade de manutenção e preços mais compatíveis com o orçamento dos moradores. “Também gosto muito do quartzo, que oferece uma aparência charmosa e atemporal aos ambientes”, acrescenta.
O nanoglass é outro acabamento que figura na lista: produzido a partir de uma combinação entre resina e pó de vidro, torna as bancadas extremamente resistentes. Outra opção é o silestone: resultado da mistura entre quartzo natural com resina de poliéster, oferece mais de 70 possibilidades de cores que remetem ao limestone.
– Madeira: porosa, apresenta um desempenho menor no quesito resistência. Mesmo assim, seus diferentes tons são capazes de dar um toque rústico e aconchegante ao ambiente, caso esse seja o objetivo do projeto arquitetônico.
– Vidro: o material orna perfeitamente com banheiros úmidos ou que tem o uso frequente da torneira. O motivo: por ser quase 100% impermeabilizado, não sofre alterações, como outros materiais, além de adicionar transparência e leveza ao cômodo. Longevidade, impermeabilidade e a fácil limpeza são outras grandes vantagens desse tipo de tampo que é contemplado nos projetos em diversos tamanhos, formatos e espessuras.
– Concreto ou cimento queimado: pouco requisitado em função do seu alto custo, são duráveis, de alta resistência e um aspecto moderno e industrial.
Estrutura das bancadas de banheiro ou lavabo
A arquiteta Andrea Camila relaciona outras questões para se conhecer sobre as bancadas:
– Tampo: peça horizontal da bancada, responsável por apoiar os elementos de banheiro;
– Saião: refere-se ao revestimento vertical localizado logo abaixo do tampo. Ele é responsável por apoiar toda a estrutura, tanto na frente quanto nas laterais;
– Frontão: traduz-se como o acabamento vertical, localizado na parede, acima do tampo.
Dicas para escolher bancadas de banheiro ou lavabo
O primeiro passo é reunir todas as medidas do ambiente e estudar – prudência que mitiga o risco de excessos ou prejuízos de circulação após a instalação. Como referência padrão, as cubas esculpidas ou embutidas no tampo devem ser instaladas a 90 cm do chão, enquanto as cubas de apoio, a aproximadamente 85cm. Porém, cada ambiente é único, singular e precisa atender as necessidades de cada morador.
Segundo Andrea, é fundamental considerar as individualidades do ambiente, além dos gostos e preferências do cliente. “No lavabo, costumo adotar o emprego de pedras naturais, uma vez que a incidência de umidade nesse ambiente é muito menor. Já nos banheiros de uso diário, o ideal é especificar produtos industrializados, como os quartzos, que são menos porosos e de simples manutenção”, completa.
Seguindo a linha de materiais propícios para cada tipo de ambiente, o porcelanato e o quartzo são alguns dos preferidos, tanto em função da variedade de estampas, assim como seu baixo nível de absorção de água.
Depois de uma verificação profusa, no que diz respeito ao décor a arquiteta sugere brincar com os formatos e materiais complementares. “Também é interessante ousar. Podemos misturar cores, texturas, estilos e materiais nas bancadas de banheiro”, indica.
Manutenção
Na rotina do dia a dia, os moradores precisam seguir as recomendações condizentes com cada material. Para as bancadas de madeira, um pano úmido, preferencialmente que não solte fiapos, envolvido com água morna e uma quantidade pequena de sabão, resolve com eficácia.
Para evitar manchas nas pedras naturais, a arquiteta sugere o uso de produtos neutros aplicados com panos macios ou esponjas. No que diz respeito às pedras sintéticas, o morador conta com uma gama maior de opções limpadores. Já com relação ao quartzo, a combinação de água e detergente costuma ser eficaz, mas em casos de sujeiras mais difíceis, o sapólio líquido pode ser considerado. Ainda assim, Andrea ressalta a necessidade de sempre verificar as indicações dos fabricantes.