Planejamento Ambidestro, Transformação Digital e ESG: informações imprescindíveis para o Conselho Administrativo empresarial

Hoje, os Conselhos Administrativos das empresas brasileiras são formados por aproximadamente 70% de conselheiros indicados à empresa. Ou seja, para se tornar um conselheiro, o executivo precisa ter uma excelente network, mas também realizar cursos voltados a esse propósito.

Uma das opções ofertadas no mercado é o PDC – Programa de Desenvolvimento de Conselheiros, desenvolvida pela Fundação Dom Cabral, e oferecida aos executivos pela JValério Gestão e Desenvolvimento, no Paraná.  O programa prepara Conselheiros de Administração para a função e promove a compreensão sobre as responsabilidades do cargo. Proporciona também a reflexão profunda e desenvolvimento de uma base sólida de fundamentos, sem perder a articulação com a aplicação prática. A metodologia utilizada será a do Board Case: simulação prática e instigante das etapas de preparação e execução de uma reunião do Conselho de Administração. O curso oferece ainda certificação de Conselheiro.

Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento

Segundo Clodoaldo Oliveira, diretor geral da JValério, o programa é voltado aos executivos que possuem know-how em uma área específica e acredita que pode contribuir com o aperfeiçoamento da gestão em outros negócios, a JValério possui uma alternativa para expandir seu campo de atuação. Estamos falando do Programa de Desenvolvimento de Conselheiros, o PDC.  “O programa insere os executivos num universo completo empresarial, diferente do vivenciado em suas funções organizacionais”, explica.

Clodoaldo ressalta ainda que empreender, muitas vezes, é uma tarefa solitária, dificultando o processo de tomada de decisão, por isso a importância de um Conselho Administrativo. “Os conselheiros são um time de profissionais com experiência, que discutem estratégias e gestão e principalmente o rumo do negócio”, explica.

O trabalho do conselheiro pode ser comparado a de um mentor, e o exercício desses mentores na empresa é importante para a reputação da marca e a confiabilidade junto a acionistas e futuros investidores. “Devemos ter em mente que formas de checks and balances (freios e contrapesos, para controle) são sinônimo de segurança para os acionistas e futuros investidores na hora de fazer aportes financeiros necessários para alavancar o negócio”, pontua o diretor.

Hoje, mais do que nunca, as empresas de todos os portes, precisam estar atentas ao mercado, e a estruturação interna deve ser sólida. “As mudanças de mercado estão em pleno vapor. Sentimos isso vivenciando a pandemia dos últimos dois anos, e nesse ano as mudanças devido aos conflitos entre Ucrânia e Rússia, que desestabilizaram o mercado como um todo”, reforça Oliveira.

Paulo Vicente, professor da Fundação Dom Cabral

Sob essa perspectiva, o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente, sinaliza que “tempos desesperados, requerem medidas desesperadas”. Segundo o professor, compreender o significado dessa expressão é essencial para que empresários, gestores e lideranças consigam reduzir a ansiedade e cultivar a resiliência para enxergar as saídas de emergências numa trajetória tortuosa, marcada por um emaranhado de crises.

O capitalismo gera “esgotamento”, crises para si mesmo, e desencadeia as lutas oligárquicas. Parecia improvável quando 2022 começou: mas estamos vivendo em um mundo em Guerra Fria, após um intervalo de 30 anos. E, neste momento, as lideranças devem equilibrar risco com performance. “Essa é a essência do planejamento ambidestro. Olhar de trás para frente, essa é a lógica. O ano de 2022 é um ano de gerenciamento de riscos, mas não podemos perder de vista as conquistas que projetamos para o nosso negócio nos próximos dez anos”, avalia Paulo Vicente.

E, segundo Paulo Vicente, para se colher frutos os conselheiros precisarão ter como foco três fatores: ESG, transformação digital e gestão em pessoas. Transformação Digital é um dos temas que mais cresceu entre as prioridades dos Conselhos Administrativos, passando do 5º. Lugar em 2020 para 3º em 2021 e agora configura em 2º. “A transformação digital já estava no radar das empresas, mas com a pandemia se tornou urgente”, ressalta Paulo Vicente.

Já em relação a sustentabilidade, as práticas de ESG não pediram licença para entrar no debate, que está obrigando os dirigentes e lideranças de companhias ao redor do mundo, inclusive no Brasil, a repensar como conduzem seus negócios.

O modo de agir corporativo baseado nesse novo sistema passa ao largo de centralizar estratégias na consolidação dos lucros e conquistas de novas fatias de mercado. “As empresas precisam levar em conta também que, em 2030, ou seja, daqui há 8 anos, 75% dos colaboradores serão da geração Millenials e Geração Z, e para isso, as organizações precisarão se adaptar e se preparar para o mercado”, avalia Clodoaldo.

A leitura de cenários da empresa é fundamental ao Conselho. Existe um tempo investido dentro e outro fora da reunião para promover o alinhamento. “Estar atento ao planejamento ambidestro, visando a construção de ações estratégicas para o crescimento da organização, é lição básica de casa”, finaliza o diretor.

 

 

 

 

 

 

 

Destaque da Semana

Britânia leva Air Fryer gigante à exposição ‘Mundo Pixar’ em Curitiba

A marca paranaense promete encantar crianças e adultos com...

A quem interessa a não regulação das redes sociais

Clóvis Teixeira Filho (*) A regulação de redes sociais é...

Suplementação de vitamina D agora é recomendada a toda criança e adolescente

Com cada vez menos crianças fazendo atividades ao ar...

Intervenção autoguiada pode reduzir uso de remédio para dormir entre idosos

Pesquisa analisou impacto da técnica de mediação comportamental em...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Mais artigos do autor