São Paulo será a sede do Congresso de Insuficiência Cardíaca 2023

Considerado um sucesso, edição deste ano apresentou números inéditos

A capital paulista sediará o próximo Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca DEIC 2023. O anúncio foi feito no término da edição de 2022, no último sábado (2), em Curitiba. O evento, o primeiro internacionalizado, apresentou números inéditos: a participação de 1.160 pessoas, entre médicos, estudantes de Medicina e profissionais da área de saúde, sendo 480 na modalidade de participação híbrida, 293 presencial e 387 virtual, 300 palestras, 165 palestrantes – desses, 15 palestrantes internacionais, e 15 patrocinadores.

Com o tema “Inovação e Acesso para todos”, o congresso foi híbrido, assim o participante poderia optar por estar no evento presencialmente, on-line ou alternando as duas modalidades. “Consideramos que o Congresso DEIC 2022 foi um sucesso. Além da troca de experiências, ciência e muito conhecimento, após dois anos sem evento presencial, esse trouxe uma possibilidade extra: o contato humano”, disse o presidente do Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca, Dr. Miguel Morita da Silva.

O evento também marcou a internacionalização do Departamento de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia, já conhecido por sua importante contribuição em pesquisa científica à Medicina no mundo. “O Congresso foi um marco para a internacionalização do DEIC, tivemos recorde de palestrantes internacionais tanto em número quanto em qualidade, chegamos a ter até três sessões internacionais simultâneas e com auditórios lotados. O congresso termina cumprindo completamente seus objetivos de educação médica continuada, de divulgação de conhecimento, colocando o DEIC entre os principais centros mundiais de insuficiência cardíaca. Inclusive, é a primeira vez que temos os colegas dos Estados Unidos, Europa e de outros países conosco discutindo esse tema”, avaliou o diretor científico do DEIC, Dr. Luis Beck da Silva.

No ano que se comemoram os 20 anos de criação do DEIC, foi feita a apresentação do portal especializado em insuficiência cardíaca. O AÇÃOIC (www.acaoic.com.br), lançado nesta semana, coordenado pelo DEIC Jovem – setor formado por médicos iniciantes na área. “Esse congresso apresentou vários fatores positivos. Primeiro foi a volta do presencial, a gente percebeu no rosto dos colegas, que todo mundo gostou de voltar a se encontrar, ou seja, o congresso presencial vai voltar com força total. Um dos pontos altos foi a reintrodução do DEIC Jovem ao nosso grupo, com uma atuação intensa. Vieram com uma energia muito grande para trabalhar com o portal AÇÃOIC”, disse o presidente do DEIC, Dr. Múcio Tavares de Oliveira Júnior.

Trabalhos premiados

Durante o Congresso DEIC 2022 foram premiados os melhores trabalhos científicos, tanto na modalidade “Temas Livres Orais” quanto em “Melhor Trabalho Acadêmico”. Foram inscritos 148 trabalhos, dos quais 129 foram aceitos e oito premiados. “Sabíamos que a pandemia prejudicou muito o desenvolvimento das pesquisas, mas o nível dos trabalhos foi excelente, tanto em relação à pesquisa básica, em relação a transplantes, insuficiência cardíaca, quanto na nova categoria: inovação e acesso”, disse a coordenadora da mesa avaliadora dos trabalhos, a cardiologista Dra. Marcely Gimenes Bonatto.

A médica também destacou a participação nacional no Congresso. “Tivemos trabalhos representando as cinco regiões do Brasil e que foram premiados com muito louvor”, salientou.

“Os trabalhos apresentados no DEIC mostraram um alto nível e uma grande participação, o que para nós foi muito importante, pois esse incentivo para a pesquisa é fundamental para a nossa área”, considerou o Dr. Jefferson Vieira, coordenador da comissão de temas livres.

Os vencedores foram:

Melhor Trabalho Acadêmico
Dhayn Cassi de Almeida Freitas (Universidade Federal do Acre), com o trabalho “Estudo Rosa dos Ventos: um corte de pacientes com ICFER nas cinco regiões do Brasil”.
Melhor Trabalho com o tema Inovação e Tecnologia
Lyvia da Silva Figueiredo (Universidade Federal Fluminense), com o trabalho “Aplicativo de monitoramento remoto para pacientes com insuficiência cardíaca: ensaio clínico randomizado piloto”.
Melhor Relato de Caso
Melhor Pôster do Congresso DEIC 2022
Livia Goldraich, (Hospital de Clínicas de Porto Alegre), com o trabalho “Transplante de coração-rim doador único: procedimento sequencial de sucesso”. O trabalho venceu nas duas modalidades.
Destaque Inovação e Acesso
Marco Stephan Lofrano Alves, (Universidade Federal do Paraná), com o trabalho “Valor Prognóstico da Avaliação Sequencial do Strain do Átrio Esquerdo, Ventrículo e Átrio Direito em Pacientes com Insuficiência Cardíaca Descompensada e Fração de Ejeção Reduzida”.

Modalidade: Temas Livres Orais
Pesquisa Multidisciplinar
Amanda Silva da Costa Medeiros (Universidade Federal do Ceará/Hospital Messejana Dr, Carlos Alberto Studart Gomes, Universidade de Fortaleza (Unifor), com o trabalho “Relação entre a capacidade funcional e força muscular periférica em paciente com insuficiência cardíaca em acompanhamento ambulatorial em um centro de referência”.
Pesquisa Básica
Aline Maria Araújo Martins (Universidade de Brasília, CEU San Pablo, Madrid Espanha), com o trabalho “Uma visão inovadora para as cardiomiopatias chagásica crônica e dilatada idiopática na insuficiência cardíaca avançada: uma abordagem metabolômica para o entendimento de suas vias moleculares”.
Pesquisa Clínica
Jorge Tadashi Daikubara Neto (Universidade Federal do Paraná/Complexo Hospital de Clínicas/Hospital do Coração), com o trabalho “Impacto dos Desfechos Relatados pelo paciente na avaliação do risco da insuficiência cardíaca aguda por um modelo baseado em machine learning: o paciente nos diz quando está grave?”.

Patrocinadores

Essa edição do Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca contou com 15 patrocinadores da indústria farmacêutica, oito expositores e duas empresas apoiadoras de Cursos Hands-on. Para o setor, o evento foi uma oportunidade de poder apresentar produtos e serviços para seu público-alvo, especialmente por poder fazer contato num evento presencial.

“Acho que quando a gente olha para o que aconteceu durante a pandemia, vê que teve muito volume de informação vindo de diversos canais e sem ter o contato mais próximo. Poder estar num congresso, ter informações atualizadas sobre esse tema relevante que é insuficiência cardíaca é muito satisfatório. É uma honra poder voltar a ter esse contato humano. E ter um evento que contou também com a participação de associação de pacientes, dedicando esse olhar ao paciente é muito significativo, isso casa exatamente com a nossa proposta de reimaginar a Medicina quando a gente olha pra uma perspectiva mais ampla, não passa só pela utilização do medicamento, passa por identificar esse paciente, por referenciar esse paciente no momento correto, da maneira correta, portanto, é uma discussão bastante ampla que a gente vem tentando trazer já algum tempo, portanto é uma discussão fundamental”, ressalta Felipe Menezes, gerente de Produtos da Novartis. Ele se refere às participações em mesas redondas com associações de pacientes que foram o destaque do congresso no dia 2 de julho e que reforçaram a importância do paciente no centro do tratamento. Nesse dia, foi pré-lançado o filme “Me sinto assim”, curta-metragem criado pela Abraf – Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas.

A coordenadora de treinamento da EMS, Luciana Lemes, também avaliou como positiva a participação da marca no evento. “Foi muito interessante, foi possível fazer no evento o contato com os médicos, podemos apresentar o portfólio completo de cardiologia geral da EMS, lançamento de produtos, a participação foi surpreendente. Também tivemos um simpósio em primeira mão para todos que participaram aqui”, disse.

Juliana Santos, assistente de eventos da Servier, reforçou o retorno dos eventos presenciais. “Foi muito importante estarmos participando do congresso, ainda mais de insuficiência cardíaca. Todos estavam sentindo falta de evento presenciais. Esse retorno, esse contato físico estava fazendo falta, vai além de simplesmente falar tecnicamente de um medicamento”, considera.

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