Maringá e Londrina receberam o professor associado da Fundação Dom Cabral, Mauro Pumar, a convite da JValério, para conversar sobre o aperfeiçoamento do modelo de gestão, formação de líderes
Nos dias 10 e 11 de agosto, o professor associado da Fundação Dom Cabral, Mauro Pumar, engenheiro especializado em Gestão Estratégica participou a convite da JValério Gestão e Desenvolvimento, de encontros com empresários das cidades de Londrina e Maringá, no Norte do Paraná. Na ocasião o professor conversou com os convidados a respeito da possibilidade de comprometer as lideranças, usando as ferramentas corretas e criar uma paixão pelo propósito da empresa.
Para Pumar, as mudanças nos últimos anos impactaram as empresas muito além do processo de vendas. E para que o departamento comercial caminhe bem, é necessário revisar continuamente o modelo de gestão. “Temos vários players de mercado que influenciam o processo de vendas. Nos preocupamos com o canal, o e-commerce, o distribuidor, o shopper. Quando vamos desenhar a persona do cliente e analisar quem a marca atende compreendemos a complexidade das transformações. O problema maior é o dinamismo da mudança. Quando evoluímos e conseguimos implantar, tudo isso já mudou. E isso requer um novo modelo de gestão, mais ágil e mais antenada com esse cenário tão dinâmico e que veio para ficar”, diz.
Apesar da diversidade da natureza humana é possível encontrar elementos comuns e que se identificam com os valores de grande parte dos habitantes do planeta Terra. O novo padrão de felicidade é uma delas.
Antigamente, o trabalho era algo ligado simplesmente ao sustento e estava deslocado da ideia de satisfação ou bem-estar. Mas essa visão não resistiu à sociedade moderna. “Hoje, ser feliz significa buscar prazer no que faz. Mesmo porque, na melhor das hipóteses, passamos 5/7 da semana trabalhando. E a busca da felicidade passa pelo trabalho”, comenta o professor associado da FDC.
Ele acrescenta que o estado permanente de contentamento e bem-estar está relacionado ao propósito. Hoje, as pessoas se questionam: o que estou fazendo para a humanidade se transformar em algo melhor? “Isso me dá prazer. Me olho como educador e fico feliz em estar educando, sempre na crença de que vamos transformar alguém. Essa é a ideia do propósito. A busca da felicidade movimenta e pega aquela pessoa com foco nos interesses individuais e a coloca em colaboração com os interesses coletivos. Esse é o caminho que as empresas precisam percorrer para gerar nos seus colaboradores a sensação de felicidade e pertencimento a uma causa no ambiente do trabalho”, aconselha Pumar.
Manter acesa a chama da paixão
É fácil acender o fogo, mas mantê-lo aceso é algo desafiador. Aquela sensação de paixão que buscamos nos relacionamentos amorosos é uma boa metáfora para o mundo corporativo. Quando se casam, as pessoas têm uma visão de mundo e, com o amadurecimento, vão se tornando indivíduos diferentes, com novas opiniões e comportamentos. E para que vivam felizes para sempre, como nos contos de fadas, os casais precisam estar alinhados nestas mudanças e se permitirem apaixonar-se várias vezes pelo mesmo par. É isso que faz a chama do amor ficar acesa.
“O exemplo do casamento vale para o relacionamento com a equipe. Essa relação de paixão precisa ser mantida a cada dia. Recomendo a leitura do livro “Momento da verdade”, que nos faz refletir se você simplesmente publicou um documento na empresa sobre o propósito ou se, realmente, consegue alimentar essa fome do colaborador, de contribuir com a transformação do mundo num lugar melhor no dia a dia. Se conseguir alimentar esse sentimento no longo prazo, irá conseguir construir relações duradouras”, pontua Mauro Pumar.
Lideranças oficiais e naturais
Tirar o jogador do banco de reserva e chamá-lo para a partida: é assim que as lideranças oficiais conseguem disseminar suas ideias em campo, com o suporte do suposto capitão, aquela pessoa que destaca e que consegue engajar a todos a sua volta.
Esse é um caminho para as empresas que desejam plantar a sementinha do propósito. “O primeiro passo é identificar as lideranças informais, naturais, e trazê-las para perto. Entre os liderados, preciso saber quem tem esse potencial e puxar essas pessoas para mim. Elas, naturalmente, que tem uma inteligência emocional melhor e que conseguem centralizar as atenções, conseguem replicar entre os demais colaboradores os valores da organização”, argumenta Pumar.
No passado, o comportamento das lideranças não oficiais era uma ameaça às chefias. Mas hoje a figura do chefe foi substituída pelo líder. “O ideal é que as lideranças formais se transformem em lideranças naturais e construam uma relação de confiança com seus subordinados. Tirar o foco do egocentrismo e fazer um trabalho conjunto para a organização é o segredo para alcançar bons resultados. Hoje não há mais espaço para os líderes que têm medo de conviver com alguém melhor que ele na equipe. E se esse sentimento existir, é necessário enxergar a parte submersa do iceberg. Se a gente mergulhar um pouco mais: por que as pessoas têm receio de perder o cargo? Quando mergulhamos nos porquês, conseguimos estabelecer uma relação de confiança e colocar o holofote no outro. Ou você traz as pessoas competentes para o seu lado ou cria oponentes dentro da própria equipe”, justifica o professor associado da FDC.
Desculpa ou resultado?
Nas reuniões sempre é possível perceber dois comportamentos: aquelas que se justificam e aqueles que apresentam resultados substanciais. “Não podemos ficar trabalhando, dirigindo o carro, olhando só para o retrovisor. Abandonar a prática das desculpas e buscar os resultados é primordial. Focar mais neles do que nas desculpas, abandonar a prática dos problemas e focar nas soluções. E aí amigo? Como vai ser na próxima reunião: desculpa ou resultado?”, finaliza Mauro Pumar.