Início Destaques do Editor Contrabando representa 60% do mercado de cigarros no Paraná

Contrabando representa 60% do mercado de cigarros no Paraná

0

Índice é um dos mais altos do país, atrás apenas do Mato Grosso do Sul (84%)

A ilegalidade respondeu por 60% de todos os cigarros consumidos no estado do Paraná em 2021, segundo pesquisa realizada pelo Ipec Inteligência e divulgada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). Na comparação com os dois anos anteriores, o índice segue em queda, mas o resultado mantém o estado como vice-líder no ranking dos maiores mercados de cigarros contrabandeados do país, atrás apenas do Mato Grosso do Sul, com 84%.

Contrabando representa 60% do mercado de cigarros no Paraná
Fonte: Ipec (antigo Ibope Inteligência) — Pack Swap 2019 – 2021

Edson Vismona, presidente do FNCP, atribui a redução gradual a alta do dólar e, especialmente, ao cenário da pandemia. Ambos os fatores fizeram com que o preço do cigarro contrabandeado subisse, diminuindo sua competitividade frente ao cigarro de fabricação legal, que paga impostos e gera empregos.

Apesar disso, o fato de que quase dois terços dos cigarros consumidos pelos paranaenses seja ilegal segue preocupando. “Essa queda é reflexo de um cenário atípico e, sem estratégias de longo prazo, o mercado ilegal voltará a crescer”, afirma. O Paraná é apontado como uma das principais portas de entrada do contrabando de cigarros vindos do Paraguai.

Cenário nacional

O caso paranaense é apenas um reflexo da dificuldade brasileira em combater o contrabando. A mesma pesquisa Ipec revelou que, na média nacional, os cigarros ilegais correspondem a 48% do mercado total. Estima-se que a ilegalidade tenha causado ao país uma sonegação fiscal de R$ 10,2 bilhões somente em 2021 — na soma dos últimos 10 anos, essa quantia chega aos R$ 86 bilhões.

Entretanto, medidas econômicas poderiam diminuir essa desvantagem. No Brasil, os impostos sobre os cigarros variam de 70% a 90%, dependendo do Estado. Já no Paraguai, o produto é taxado em apenas 20%. Por isso o presidente do FNCP defende o debate tributário como parte da estratégia de combate à ilegalidade. “É importante que sejam tomadas medidas que impactem a demanda do cigarro do crime e não apenas medidas que se restrinjam ao combate da oferta do produto ilegal. Para isso, a questão tributária é fundamental e deve ser colocada em discussão,” finaliza Vismona.

SEM COMENTÁRIOS

Sair da versão mobile