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Humildade como virtude na docência

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Por Guilherme Augusto de Carvalho (*)

 

Indo na contramão da opinião de muitos, eu escolhi ser professor. Não é por falta de opção que atuo na área, como alguns acreditam. Ao contrário, segui por esse caminho por escolha própria, sem em momento algum me sentir arrependido. Uma das minhas maiores alegrias é ensinar e também aprender, visto que um professor é um eterno aprendiz. Nesse aspecto, a profissão termina por ser muito prazerosa, no meu ponto de vista.

 

Tanto para ensinar quanto para aprender, a humildade é um elemento definidor, ou seja,; não é possível ter sucesso nessa missão com uma postura soberba. O orgulho coloca uma pessoa em uma posição fechada e impede o diálogo e a reflexão. Já a humildade dialoga e constrói o saber, visto que, quando entendemos que não sabemos de tudo, nós nos abrimos para o aprendizado e isso só é possível ao assumir uma postura modesta e despretensiosa perante o conhecimento e pontos de vista alheios.

 

Como professor, acredito que a humildade termina por ser a virtude que nos impulsiona a escutar melhor as pessoas, oferecendo a elas uma escuta ativa e empática. Ouvir é a característica daqueles que possuem audição, já escutar é a habilidade daqueles que sabem manter um diálogo eficiente. Escutar é fundamental na docência. Caso contrário, o ensino não será eficaz e o professor corre o risco de expor falas de forma descontextualizada.

 

Já no papel de aluno – que todos os professores exercem ou deveriam exercer –, a humildade é a ferramenta que nos possibilita perceber a vastidão e inesgotabilidade do conhecimento. Não é incomum encontrarmos aqueles que, por conta de um diploma, acreditam que tudo sabem. Esse posicionamento leva um indivíduo a se ancorar, a estagnar diante da amplitude do conhecimento e o mar de possibilidades que o saber nos proporciona.

 

Aprender é sempre uma oportunidade de crescer, de nos desenvolver e, como diz Ana Claudia Quintana Arantes, no livro Pra vida toda valer a pena viver, “(…) o aprendizado é uma chuva de rejuvenescimento para o cérebro”. As conexões que criamos ao aprender nos fazem seguir mais renovados. E se eu puder ser um professor que facilita e ajuda o aluno no processo de aprendizagem, para que outros também tenham esta experiência, eu ganho ainda mais. Pois, para mim, é uma grata satisfação acompanhar o crescimento e desenvolvimento dos alunos.

 

O papel do professor é muito mais do que ser apenas um expositor de conteúdos, é muito mais do que apenas ensinar. Ele é um facilitador, é aquele que contextualiza a aula conforme o seu público. Ele entende que para ensinar é preciso ter um papel ativo, ensinando na linguagem de quem ouve, facilitando assim o processo a todos. Mas, para isso, a humildade deve se fazer sempre presente, pois ela que vai nos ajudar a escutar, a perceber para poder facilitar e auxiliar os outros a construir a sua história.

 

(*) Guilherme Augusto de Carvalho é mestrando em Filosofia, bacharel em Teologia, especialista em Filosofia, Ciências da Religião e Ensino Religioso. Professor da Área de Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter.

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