Segundo a American Heart Association, um em cada 100 recém-nascidos no mundo têm cardiopatia estrutural, ou seja, má formação do sistema cardiocirculatório. Desse total, entre 30% e 40% apresentam problemas graves que necessitam de correção no período neonatal, seja por meio de cirurgia cardíaca e/ou cateterismo cardíaco.
O restante dos casos pode ser acompanhado a partir do uso de medicamentos e, quando o problema é simples, geralmente é corrigido durante o processo de crescimento da criança, pelo próprio organismo, como explica o cardiologista pediátrico e ecografista pediátrico do Grupo Neocenter/Belo Horizonte, José Augusto de Almeida Barbosa.
Assim como acontece com a cardiologia para adultos, informa, “também há diversos recursos desenvolvidos para garantir um atendimento de ponta para os bebês que apresentam problemas cardíacos”. Uma vez detectado algum problema durante a consulta periódica com o pediatra, é feito o encaminhamento para o cardiologista pediátrico para avaliação e diagnóstico do caso”, ressalta.
Entre os procedimentos usados estão a avaliação clínica, exames de Raio X do tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, ressonância cardíaca e, em casos especiais, técnicas como angiotomografia e cateterismo. Para alguns casos extremos, já existem técnicas cirúrgicas específicas, durante o período da gestação.
Teste do coraçãozinho – A saúde do coração do recém-nascido começa a ser avaliada na maternidade, com o “Exame do Coraçãozinho”, procedimento não invasivo, realizado após 24 horas de vida. No caso dos bebês prematuros, a possibilidade de nascer com problemas morfológicos no coração é ampliada. Entre eles, José Augusto Barbosa destaca a persistência do canal arterial, estrutura necessária para a circulação fetal durante a gestação, um problema que pode ser corrigido com cirurgia.
“Nos bebês que nascem no período correto, esse canal fecha em até 48 horas. Já nos prematuros, o fechamento não ocorre nesse prazo e, geralmente, evolui para outros problemas cardíacos”, informa.
Além da prematuridade, síndromes genéticas como, Trissomia do 21, Trissomia do 18 e Trissomia do 13, entre outras, bem como doenças maternas, como diabetes e hipertensão, estão na lista de fatores que devem ser acompanhados desde o pré-natal, de forma a resultar um diagnóstico precoce de algum problema cardíaco.