O câncer de mama, excluindo neoplasia de pele não melanoma, é o tumor mais incidente em mulheres com estimativa de aproximadamente 66.000 casos por ano entre 2020 e 2022 de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer – INCA. A Secretaria Estadual da Saúde estima que neste ano, no Paraná, devam ser registrados 3.470 novos casos de câncer de mama.
O tratamento para o câncer de mama costuma ser uma combinação de cirurgia, tratamento sistêmico e/ou radioterapia, de acordo com particularidades de cada caso. Diversos tratamentos oncológicos podem oferecer risco de efeitos adversos cardíacos, dentre eles a radioterapia, que é um componente importante no tratamento adjuvante (pós-operatório) do tratamento curativo do tumor de mama em muitas situações beneficiando pacientes ao longo de muitas décadas.
É um fato conhecido que a dose de radiação no coração tem relação com risco de efeitos colaterais. A radioterapia vem evoluindo para reduzir cada vez mais a dose e a porção irradiada no coração durante o tratamento.
“A radioterapia conformacional (3D) é um exemplo deste avanço. Nesta técnica se define os melhores campos de tratamento para proteger o coração de acordo com a anatomia individual do paciente. Outra forma, em casos apropriados, é a radioterapia parcial da mama”, aponta o médico rádio-oncologista Daniel Neves, do Oncoville, clínica de radioterapia.
Planejamento com Tomografia 4D
Mais recentemente, os serviços que dispõem de alta precisão e tecnologia refinaram ainda mais este ganho implementando, para alguns casos, a técnica de Deep Inspiration Breath Hold – DIBH. Segundo o rádio-oncologista, “Essa técnica de tratamento se baseia no planejamento utilizando uma tomografia 4D que é feita previamente ao tratamento e, dependendo da capacidade da paciente em alternar respirações normais e pequenos intervalos de inspiração presa, é possível neste momento (quando o coração se distancia da parede torácica) efetuar a irradiação da mama e assim reduzir substancialmente as doses no coração”.