Tendência no décor, espaços conectados e sem paredes precisam apresentar sua personalidade, funcionalidade e garantir a fluidez; Confira as dicas das arquitetas do escritório Dantas & Passos Arquitetura
Você já parou para pensar como o modo de viver brasileiro mudou? No lugar das enormes casas e apartamentos com mais de 200 m² e ambientes bem compartimentados, a tendência agora é viver em imóveis mais práticos e projetados com o conceito de integração. “No cenário atual, os apartamentos tendem a propiciar ambiente menores, com isso, o recurso da integração chegou para ficar, já que além do apelo estético inegável, contribui para a sensação de cômodos mais amplos”, revela Danielle Dantas, sócia de Paulo Passos no escritório Dantas & Passos Arquitetura.
Como prover personalidade ao décor e delimitar os ambientes conectados entre si?
Para Paula Passos, integrar oferece vantagens tanto para pequenos imóveis, como também para os grandes, já que esse olhar contemporâneo da arquitetura promove funcionalidade e fluidez, além de garantir maior alcance da iluminação natural e da luz do sol no imóvel. “Muito além de aumentar a abrangência visual dos espaços, sempre digo que a ligação entre ambientes influi positivamente no convívio familiar e social”, recorda Paula. Entretanto, ela faz uma ressalva importantíssima: não dá para integrar um projeto em sua totalidade, já que no dia a dia o morador precisa de momentos de privacidade para atividades que exigem concentração, como estudar, trabalhar e ler.
Setorizar o décor
Setorizar e separar espaços é um dos grandes desafios da arquitetura de interiores na integração. Embora tudo pareça estar contemplado em uma unidade, o trabalho dos profissionais é marcar visualmente a proposta idealizada para cada cômodo.
Nas áreas sociais, o mais comum é empregar tapetes para delimitar os ambientes. Passando para o mobiliário, aparadores são peças estratégicas, pois ajudam a esconder e suavizar as costas de sofás – sem contar a grande utilidade para decorar ou dar suporte para o outro espaço onde estão voltados. Os bancos também costumam serem eleitos para essa função de setorizar. “São peças horizontalizadas que gostamos muito. Sem contar a possibilidade de escolher de acordo com o estilo da decoração que estamos trabalhando no projeto”, explica Danielle.
Uso de mobiliário diferente
Normalmente, a forma mais comum de definir os ambientes é através da escolha do mobiliário. Afinal, mesmo integrados, os espaços são demarcados pelo seu tipo de uso. Entretanto, no lugar das paredes de alvenaria, painéis de marcenaria ou elementos móveis como biombos servem como divisória entre os espaços. Junto com eles, soluções criativas especificadas pelas profissionais garantem ainda mais individualidade ao projeto. “Uma dica é apostar na colocação de pisos diferentes, como o porcelanato na cozinha e a madeira na sala”, diz Danielle.
Todavia, é necessário avaliar previamente, já que a decisão pode comprometer o resultado em imóveis pequenos. “Nesse caso, mais de um revestimento pode diminuir a amplitude visual. Assim sendo, buscamos por um único tipo de piso que seja elegante e perfeito para o uso no dia a dia, principalmente em áreas mais intensas com o uso de água, como cozinha e área de serviço”, detalha Paula.
Outras soluções práticas e versáteis que podem ajudar balizar os ambientes é dividir a sala com meia parede baixa; separar ambientes com venezianas móveis que abrem e fecham; aplicar uma parede vazada com cobogós ou marcenaria ou ainda executar uma estante vazada, que ainda colabora para a organização. “Também costumamos empregar os painéis de vidro ou madeira que recolhem todas as folhas juntas, deixando o espaço aberto ou fechado de acordo com a necessidade de uso”, finaliza Paula.