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Muito além do lucro: 4 pilares do capitalismo consciente que trazem mudanças significativas para as empresas

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O consumo em excesso, a poluição e as mudanças climáticas, os desastres naturais e o aumento da fome e da pobreza são sinais que as empresas e as pessoas precisam agir hoje se quiserem que as próximas gerações usufruam do nosso planeta. Por este motivo, diversas empresas e também empreendedores estão buscando transformar o atual capitalismo, buscando outros valores mais importantes e mais sustentáveis. 

O chamado Capitalismo Consciente vem ganhando cada vez mais força, já que fomenta o potencial das empresas como catalizadoras para o desenvolvimento econômico, mas também social e ambiental. É um movimento pautado em 4 pilares: propósito maior, orientação para stakeholders, liderança consciente e cultura consciente. 

De acordo com Simone Hain Venâncio, líder do movimento Capitalismo Consciente em Curitiba (PR), estes pilares mobilizam mudanças para um novo capitalismo, fomentando ações e debates sobre novas economias. “A partir da premissa de um novo jeito de se fazer negócios baseado em um propósito de transformação positiva para a sociedade, busca-se valorizar o papel protagonista da liderança que, quando consciente, torna-se capaz de perceber o lucro como resultado orgânico e necessário para a existência dos negócios mas tem um objetivo maior para os mesmos, um propósito que os torna realmente especiais para o mundo. Líderes conscientes conduzem seus negócios por meio de uma gestão mais humana, mais ética e mais justa, estabelecendo assim uma cultura interna também mais consciente em todo o seu entorno, para todos os seus stakeholders”, explica. 

O Capitalismo Consciente em Curitiba (PR), no Brasil, e em vários outros países está comprometido com essa causa e convida a todos para que façam parte e acompanhem essa proposta de transformação tão importante para que possamos ter um mundo melhor. 

Propósito maior

O primeiro e principal pilar para um modelo econômico consciente é a busca por um propósito maior em vez de apenas o lucro. Isso significa que as empresas devem pensar quais impactos querem causar na sociedade e de que forma farão isso. O propósito não é benéfico apenas para a empresa em si, mas também para a sociedade ao seu redor e para o planeta..

Os colaboradores das corporações se sentem mais motivados ao perceberem essa preocupação do local onde trabalham e os consumidores valorizam ainda mais as corporações que almejam participar da construção de um mundo melhor. Por isso, o propósito é uma chave fundamental para a retenção de talentos e o alcance de consumidores cada vez mais engajados e à procura de empresas que participem de um sistema econômico sustentável e humanizado.

Integração de stakeholders

As empresas devem criar valor a longo prazo para todas as partes interessadas – colaboradores, acionistas e consumidores – e promover o bem-estar social. Para isso, devem considerar as necessidades de todos e adotar medidas que contribuam para solucioná-las. Nesse sentido, os funcionários devem ser valorizados, recebendo uma remuneração justa e um tratamento humanizado, porque são uma das molas propulsoras da empresa e, quanto mais satisfeitos estiverem, mais motivados ficarão para colher bons resultados. Em relação aos acionistas, é importante focar em ações ESG, para obter um crescimento sustentável e consciente e gerar valores sociais. Já a relação com os consumidores precisa ir além da venda de produtos ou prestação de serviço, alinhando propósitos em comum.

“A lógica de que a companhia existe para prestar serviço ao consumidor para que ele devolva o dinheiro e pague aos acionistas é uma visão datada e que não faz mais sentido. A companhia existe para prestar serviço, entregar produtos, pagar os acionistas pelo investimento na construção daquela empresa, mas também possui responsabilidade com o governo, a sociedade e o meio ambiente. A empresa não é uma ilha”, explica Leo Tostes, conselheiro do Capitalismo Consciente e cofundador da Impactability, que conecta ONGs e negócios sociais de alto impacto a grandes corporações que visam atingir metas ESG em seus desafios.

Liderança consciente

As lideranças devem ser a personificação dos propósitos das corporações. Dessa forma, suas ações, decisões e direcionamentos são estratégicos para refletir os valores das empresas e devem ser exemplares para todas as partes interessadas. Os discursos são insuficientes, é necessário ir além das palavras e transformá-las em ações práticas para inspirar todas as pessoas que conheçam o trabalho da organização. 

“As empresas são formadas por pessoas. Nelas, estão as chaves para transformar o jeito de se fazer investimentos e negócios no Brasil para diminuir o ‘pobrismo’ estrutural e o rentismo institucionalizado que culminam na perpetuação das desigualdades em nosso país. Será multiplicando esses pilares do Capitalismo Consciente que chegaremos a uma gestão mais humana, mais ética e mais sustentável. E será justamente na prática que um negócio poderá ser reconhecido como consciente, sendo bom quando criar valor, ético quando for baseado na troca voluntária, nobre quando elevar a consciência humana e heroico quando tirar as pessoas da pobreza, gerando prosperidade”, destaca Monroe Olsen, membro do Capitalismo Consciente e CEO na Rede Consciência Nações Mercado, rede de nano-redes de profissionais e negócios conscientes.

Cultura consciente

Como agente de transformação, as empresas devem promover uma cultura consciente no seu dia a dia para que os colaboradores incorporem seus valores de maneira natural. É importante que isso não ocorra de forma forçada, mas que seja construído no ambiente de trabalho. Assim, os colaboradores passam a conviver com um novo modelo de pensamento, que será incorporado às suas ações e se disseminará interna e externamente. A percepção de que a empresa coloca o propósito em prática também aumenta a relação de confiança entre empresas, colaboradores e consumidores, aumentando a credibilidade do negócio.

Grandes corporações já aderiram ao movimento

Starbucks, The Body Shop, Container Store e Whole foods Market são algumas das empresas que já aderiram à matriz do Capitalismo Consciente em seus negócios. No Brasil, são associadas as empresas iFood, Petz, Gerdau, Movida, entre outros, e no Sul do Brasil, alguns exemplos são a Sicoob e a Herbarium no Paraná, a Sicredi e a Dobra no Rio Grande do Sul, e a Irani e a Rudolph Usinados em Santa Catarina. Elas entenderam que o Capitalismo Consciente cria uma visão em diferentes setores, seja no financeiro, intelectual, físico, ecológico, social, emocional, ético e até mesmo espiritual. 

Sobre o Capitalismo Consciente

O Instituto Capitalismo Consciente Brasil acredita no poder e na responsabilidade das empresas no avanço da Agenda 2030 proposta pela Organização das Nações Unidas, traduzida em seus 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. O Capitalismo Consciente. É uma filosofia sobre condução de negócios de forma mais humanizada e consciente; é quando uma empresa pensa no lado humano de seus colaboradores sem deixar de pensar na escala e no lucro. O conceito foi desenvolvido por Raj Sisodia e John Mackey e pode ser acessado no livro Capitalismo Consciente – Como libertar o espírito heroico dos negócios. Em 2010, nos Estados Unidos, foi criada uma organização sem fins lucrativos, chamada Conscious Capitalism Inc., dedicada a promover a filosofia e as práticas do Capitalismo Consciente. O Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB) é uma filial do Conscious Capitalism Inc. e está presente no Brasil, com sede na cidade de São Paulo, desde 2013, e em Curitiba, desde 2021.  Assim como o Conscious Capitalism Inc. o ICCB também é uma ONG. No mundo, há 13 filiais internacionais do Capitalismo Consciente. Mais informações, acesse https://ccbrasil.cc/ e o Instagram: cc_pr_curitiba ou @capitalismoconscientebrasil

 

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