A prematuridade é um problema de saúde pública no Brasil. Atualmente, 11,7% dos partos ocorrem antes do período regulamentar de 37 semanas de gestação e o país ocupa a décima posição mundial no número de casos, o que dá maior importância ao “Novembro Roxo”, movimento que visa conscientizar a sociedade sobre prevenção e riscos desse tipo de ocorrência, que pode ser evitada ou ter sequelas minimizadas para o bebê.
Nesse sentido, o Grupo Neocenter, instalado em Belo Horizonte/MG, realiza uma campanha durante o mês de novembro, tendo como mote a prematuridade pós-alta, como alerta à população sobre a necessidade de acompanhamento diferenciado que essas crianças precisam ter, pois muitas delas desenvolvem transtorno do espectro autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), entre outras doenças. Para o público conhecer melhor o assunto, em seu site, https://neocenter.com.br/, o Grupo Neocenter, referência nesta área em Minas Gerais, divulga material completo sobre prematuridade.
Segundo a médica pediatra, especialista em Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal, sócia e membro do corpo clínico do Neocenter-BH, Cristina de Paula Tofani, durante o Pré-Natal, o obstetra é capaz de identificar fatores de risco maternos e problemas fetais que possam culminar em um parto prematuro. No caso da gestante, controle de hipertensão e diabetes gestacional e de infecções, bem como o diagnóstico de doenças uterinas, são medidas importantes para evitar que o bebê nasça antes do período correto. Da mesma forma, a adoção de hábitos saudáveis de vida também auxilia na prevenção, tendo em vista que o consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e de drogas ilícitas estão na lista de fatores de risco.
Atenção diferenciada – De forma geral, o parto prematuro acontece em duas situações. Na primeira, chamada tardia, o bebê nasce entre 34 e 37 semanas de gestação. Na segunda, considerada extrema, quando a criança vem ao mundo com menos de 28 semanas. “Geralmente, os bebês prematuros ficam internados até que se complete o período regulamentar da gestação, tanto para o acompanhamento da formação dos órgãos como para o ganho de peso. A UTI passa ser o novo útero do bebê. Com os avanços tecnológicos, os resultados alcançados têm melhorado, mas é fundamental que os bebês prematuros tenham um acompanhamento médico diferenciado após a alta, para avaliar grau de desenvolvimento, ganho de peso, detectar possíveis sequelas e iniciar os tratamentos necessários”, enfatiza.
Para tanto, a médica recomenda que a primeira consulta com o pediatra seja realizada entre 48 e 72 horas após a saída do hospital, e que as visitas ao consultório sejam semanais no primeiro mês, para avaliar o quadro e para tranquilizar os pais. Logo depois, as consultas devem ser mensais, a não ser que ocorra algum problema ou alteração do quadro clínico, como perda de peso, por exemplo. “Dependendo do caso, o bebê vai precisar de acompanhamento com cardiologista e com neurologista, mas, de forma geral, além do pediatra é importante que passem pelo oftalmologista e otorrinolaringologista”, destaca.
Cuidados – A Dra. Cristina Tofani também explica que há certos cuidados que devem ser adotados pelas famílias, no caso de bebês prematuros. Nos primeiros dias em casa, por exemplo, é preciso evitar aglomerações e saídas desnecessárias. “Diferente do bebê que nasce no tempo regulamentar, o prematuro tem o pulmão mais frágil e uma virose simples pode leva-lo de volta para o hospital”, adverte. Casos de bronqueolite, doença causada pelo vírus sincicial respiratório, podem se tornar mais graves e não é raro que desenvolvam problemas pulmonares.
De acordo com a médica, os pais têm papel fundamental no processo de desenvolvimento dos bebês prematuros. No entanto, depois de tanta ansiedade durante a internação na UTI, é preciso que procurem ajuda psicológica para lidar com a situação, que demanda uma cota extra de paciência, até que o nível de desenvolvimento do bebê alcance um patamar que o coloque em condições de igualdade com as demais crianças da mesma idade.