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Curitiba será sede do Congresso Brasileiro de ESG e Sustentabilidade em 2023

Ferramenta de avaliação de risco que mede contribuições das empresas para a sociedade será um dos temas centrais

A crise climática, formas de mitigar gases de efeito estufa pela chamada “pegada de carbono” e a necessidade de adoção de medidas de ESG (em inglês Environmental, Social and Governance) estarão em discussão entre 27 e 29 de junho em Curitiba em 2023, no Congresso Brasileiro de Sustentabilidade e ESG que será promovido pelo Sesi, pela Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre) e pela Paraná Tecnologia e Metrologia. “Será um encontro para pensarmos na acupuntura urbana – termo difundido pelo arquiteto Jaime Lerner, para que cada um de nós sejamos multiplicadores de boas ações a fim de deixarmos um planeta melhor para as futuras gerações”, disse o diretor da Paraná Tecnologia e Metrologia, Celso Kloss, ao anunciar o evento que ocorrerá no próximo ano.

No mês passado, vários especialistas em sustentabilidade e na ferramenta de riscos ESG participaram de seminário sobre os temas na Fiep. Entre elas a palestrante Denise Saboya, diretora de ESG e Sustentabilidade Financeira da Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo. Denise propôs o teste de pegada de carbono, que pode ser feito por qualquer um, e mostra quantos planetas Terra são necessários para suportar a demanda de consumos individuais.

Preocupada com o futuro do planeta, a ONU – Organização das Nações Unidas – desenvolveu um documento com a participação de instituições financeira de nove países, em que abordava a sigla ESG (em inglês Environmental, Social and Governance).

O diretor da Paraná Tecnologia e Metrologia, Celso Kloss, o consultor de ESG, Roberto Roche, e o coordenador do evento, Bruno Kaesemodel no lançamento do Congresso Brasileiro de ESG e Sustentabilidade que ocorrerá em junho do meio do próximo ano.

O coordenador do evento, Bruno Kaesemodel explica que ESG é uma ferramenta de avaliação de risco que mede as ações ambientais, sociais e de governança aplicadas pelas empresas. “Este documento, assinado também pelo Brasil, concluiu que a inclusão desses fatores e o fomento de discussões sobre o assunto no mercado financeiro gerava mercados mais sustentáveis e melhores resultados para a sociedade. A partir dessa iniciativa, a sigla ganhou relevância e passou a ser estudada e incluída na gestão de empresas. Por isso, pelo pleno engajamento do assunto, a Unilivre se preparou para assessorar as instituições a alcançarem essa meta”, relata Kaesemodel.

Na prática, os relatórios sobre ESG funcionam como uma análise de risco para um investidor. “Você conhece os riscos ambientais da sua empresa? Você conhece qual a quantidade de carbono sua empresa emite? Não se trata só de números, não é sustentabilidade, não é certificação. ESG é processo. O sarrafo está subindo e o mercado financeiro está cobrando”, sentencia Roberto Roche, palestrante no seminário e consultor experiente no mercado.

Embora muitos confundam, Roche explica que ESG e sustentabilidade são conceitos diferentes. “São duas coisas totalmente distintas e separadas. O ESG é muito mais uma análise, uma ferramenta utilizada pelo mercado financeiro para avaliar se tem risco ou não do investimento. E o Brasil chega atrasado uns 20 anos neste processo”, revela.

A aplicação da ferramenta ESG representa chances reais de aporte de investimento para as empresas brasileiras. “É uma ferramenta que serve como base de análise que o mercado financeiro faz sobre a viabilidade ou não de investir. É avaliado o risco que essas empresas oferecem ao investidor, risco quanto ao social, ambiental e governança. No mercado, atualmente, há fundos de investidores que estão buscando aportar em empresas dentro do princípio ESG.” E Roche pergunta: “será que essas empresas realmente têm uma viabilidade financeira para o mercado financeiro?”

Roche afirma ainda que hoje pouco mais de 35 trilhões de dólares em ativos sob gestão são gerenciados por fundos que definiram estratégias sustentáveis. E esse número pode aumentar para 53 trilhões até 2025. Por isso, reforça a importância de as empresas brasileiras começarem a dar valor a esse ainda novo conceito no país. “Que bom que o Brasil acordou para esse tema. É preciso se adequar para poder atrair investidores”.

O impacto de cada organização na sociedade deixa um legado para as futuras gerações. O palestrante Carlos Alberto Tavares Ferreira, presidente da Funtafe – fundação que desenvolve atividades relacionadas à ecocultura, educação, ciência e meio ambiente, destacou a consequência das más ações. “A alteração climática causada poderá levar a extinção de grande biodiversidade de fauna e da flora. Corremos o risco de extinção de vários biomas e grande diversidade de espécies. Inclusive, hoje já não se nega mais a extinção da própria espécie humana, a discussão agora é apenas quando isso ocorrerá”, afirma.

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