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Especialista destaca a relação entre a obesidade e o diabetes e as novas diretrizes para controle da doença

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Em Curitiba, o diabetes já atinge 9,3% da população. Novas diretrizes de tratamento orientam a perda de peso para evitar avanço da doença

 

Especialista destaca a relação entre a obesidade e o diabetes e as novas diretrizes para controle da doença
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom – Agência Brasil

O excesso de peso e a obesidade têm sido apontados como os principais fatores de risco para o Diabetes Tipo 2 nos últimos anos. Neste ano, novas diretrizes foram propostas pelas sociedades americana e europeia de diabetes. A orientação é que a perda de peso seja priorizada para controlar o avanço da doença e não mais apenas o controle da glicemia em primeiro lugar.

O Diabetes Tipo 2 é responsável por 90% dos casos da doença no mundo e está diretamente relacionado ao excesso de peso. Em casos graves e sem controle, a doença pode causar neuropatia diabética, problemas arteriais, doença renal, perda da visão, amputações entre outras consequências.

O médico e cirurgião especialista em cirurgia metabólica para o tratamento de Diabetes Tipo 2, Dr. José Alfredo Sadowski, explica que a gordura corporal causa resistência à insulina e aumento dos níveis de glicose no sangue, o que pode levar ao diabetes tipo 2 ou agravar o quadro. Por isso, agora, as entidades internacionais reconhecem que um dos alvos principais para controle do diabetes é a perda de peso”, explica Sadowski. “Também precisamos destacar a importância da cirurgia metabólica, que é a cirurgia para tratar o diabetes tipo 2 em pacientes com excesso de peso que não conseguem controle clínico da doença”, complementa o cirurgião.

A decisão das entidades internacionais está embasada em um estudo publicado no The Lancet, uma das mais importantes revistas científicas do mundo. “Uma perda de peso de 15% já foi suficiente para provocar uma importante melhora do diabetes e também do estado metabólico dos pacientes”, explica Sadowski.

Índice de Diabetes em Curitiba – A última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), do Ministério da Saúde, aponta que 9,3% da população possui diagnóstico de diabetes. Os dados da pesquisa revelam também que a doença afeta mais as mulheres (10,3%) do que os homens (8,1%). Já os índices de obesidade na capital paranaense são ainda mais alarmantes. Cerca de 22,6% da população, ou seja, uma em cada cinco pessoas, está convivendo com a obesidade.

Tratamento clínico – Pacientes com Diabetes Tipo 2 precisam de acompanhamento com médico especialista (endocrinologista) e uso de medicações para estimular a produção de insulina pelo pâncreas ou reduzir a absorção de carboidratos (que são convertidos em açúcares pelo organismo). O uso de insulina também pode ser indicado e todo o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Cirurgia para o Diabetes – Como em qualquer tratamento clínico, alguns pacientes podem não responder como o esperado. Nestes casos, para evitar a progressão da doença e as consequências do diabetes, a cirurgia metabólica pode ser indicada.

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Foto: André Kazé / Comunicore

No Brasil, o tratamento cirúrgico do diabetes tipo 2 foi aprovado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2017 e tem como critério de indicação a falha no tratamento clínico e obesidade leve, com Índice de Massa Corporal (IMC) acima 30 kg/m2.

Um ano antes, em 2016, 49 associações médicas de diferentes países revisaram as recomendações para o tratamento da diabetes e reconheceram a cirurgia metabólica como opção para o tratamento de diabetes e inadequado controle glicêmico após tratamento clínico.

De acordo com os estudos analisados, a cirurgia metabólica é segura e apresenta resultados positivos de curto, médio e longo prazos, diminuindo a mortalidade de origem cardiovascular, conforme demonstram estudos prospectivos pareados com mais de 20 anos de seguimento, séries de casos controlados, além de estudos randomizados e controlados.

A cirurgia para o diabetes utiliza as mesmas técnicas que a cirurgia bariátrica, é segura e pode ser feita de maneira minimamente invasiva (sem cortes) através de vídeo cirurgia ou robótica, com pouca dor pós-operatória e rápida recuperação.

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