Por João Victor Silveira*
O futuro da educação para o Brasil e a América Latina ainda tem um longo caminho pela frente. No entanto, a cada dia mais instituições universitárias no Brasil estão avançando no conceito de educação por competências e no uso em larga escala de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) de classe mundial. Um bom exemplo é a PUC Minas, que conseguiu avanços significativos com a adoção do Canvas LMS.
O estudo sobre o Estado do Sucesso e do Envolvimento dos Alunos do ensino superior de 2022 da Instructure descobriu que dois terços dos entrevistados em 23 países consideram a educação baseada em competências como o fator mais importante para os alunos. Segundo dados do mesmo estudo, no Brasil 73% dos pesquisados pensam assim. Da mesma forma, o estudo revela que os alunos da região (72%) são significativamente mais propensos do que outras regiões a desejarem participar de cursos em formato totalmente online.
Os termos híbrido, misto, assíncrono ou virtual, que antes da pandemia eram vistos como modelos educacionais informais criados para um pequeno número de alunos, agora fazem parte do vocabulário da maioria e representam características das opções educacionais que estão reforçando as novas tendências da educação global.
É cada vez mais comum as universidades adotarem novas tecnologias educacionais e ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) para oferecerem opções mais flexíveis de acesso aos cursos englobando assim todos os perfis de alunos.
Os alunos estão procurando alternativas aos diplomas tradicionais de bacharelado para que possam entrar no mercado de trabalho mais rapidamente ou subir na carreira. É nesse cenário que os novos modelos de ensino viram protagonistas.
Embora isso não signifique que todos os alunos estão abandonando completamente o interesse por diplomas, há uma ênfase na educação baseada em competências se espalhando globalmente à medida que as pessoas procuram adquirir novas habilidades ou atualizar seus conhecimentos e habilidades on-line.
O futuro da pedagogia inclui educação baseada em competências, microcredenciais, mobilidade e flexibilidade, além de melhores maneiras para as pessoas demonstrarem suas habilidades aos empregadores.
Alcançar a educação 3.0 significa entender as necessidades atuais dos alunos e as demandas dos empregadores para que as instituições de ensino possam oferecer opções de cursos e programas que diminuam a distância entre os dois e promovam um conceito de aprendizagem para toda a vida.
Qual a diferença entre Educação 1.0 e Educação 3.0?
A Educação 1.0 pode ser descrita como o modelo onde as universidades controlam a aprendizagem, a transmitem dentro de suas instalações, em horários estabelecidos e sob o conceito de carreiras e programas formais de 2 e 4 anos.
E é justamente por essa realidade que vemos o surgimento da Educação 3.0, uma evolução para um modelo onde a aprendizagem acontece em diferentes plataformas de aprendizagem, sob demanda, com acesso mais fácil para todos e focada no desenvolvimento de competências específicas.
Outra vantagem deste modelo é que ele se adapta às necessidades de aprendizagem móvel e flexível que as pessoas têm atualmente. Seja por já estarem buscando uma graduação tradicional, participando de cursos de curta duração para a atualização de seus conhecimentos ou para obterem uma certificação para avançarem em suas vidas profissionais.
O novo modelo da Educação 3.0 coloca o aluno no centro de tudo: dá a ele o controle de como, quando e onde se preparar de acordo com as exigências do mercado de trabalho e oferece um caminho mais rápido para alcançar suas metas para a carreira profissional. E o melhor, sem perder a qualidade da sua preparação para as demandas do mundo atual.
*João Victor Silveira é Gerente de Produto Global da América Latina na Instructure, criadora do Canvas LMS (Sistema de Gestão de Aprendizagem, na sua sigla em inglês).
Bio Completa:
João Victor Silveira
Gerente de Produto Global da América Latina Instructure
João trabalha diretamente com os times globais de estratégia e produto da empresa, compreendendo os desafios e traçando os melhores rumos que o produto deve tomar para o sucesso da educação na América Latina, sempre tendo em mente que a educação pode variar enormemente na região.
João trabalha há 5 anos no mercado de tecnologia em ambientes que buscam impactar a sociedade de maneira disruptiva.