Planejamento financeiro: como evitar exageros na Black Friday

Professores do UniCuritiba dão dicas e alertam: data com forte apelo comercial pode ser armadilha para consumidores que não sabem organizar as finanças
Professores do UniCuritiba dão dicas e alertam: data com forte apelo comercial pode ser armadilha para consumidores que não sabem organizar as finanças
A Black Friday – segunda principal data comercial no Brasil, atrás do Natal – terá um componente novo neste ano: a Copa do Mundo. Para os especialistas, a coincidência no calendário deve impulsionar as vendas e a estimativa é de que 13,9% dos brasileiros comprem pelo menos um item relacionado aos jogos durante a liquidação, marcada para o dia 25 de novembro.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos revela que 71% dos consumidores pretendem fazer compras na Black Friday 2022, uma alta de 16 pontos percentuais em relação a 2021. Só o e-commerce deve movimentar R$ 6 bilhões em negócios.

A questão é: como controlar os impulsos consumistas, evitar o endividamento e não cair em armadilhas de falsos descontos?

O consultor em vendas e marketing digital, Sérgio Czajkowski Junior, explica que as pessoas, mesmo de forma irracional, buscam permanentemente maximizar seus resultados – e esse é um dos motivos pelos quais são atraídas pelas liquidações. “Quando as lojas oferecem algo que, aos olhos do cliente, é excessivamente bom, a chance de ele concretizar a compra é muito maior”, diz o professor de Gestão e Marketing do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação.

Na avaliação do especialista, o problema não está exatamente na compra por impulso. O ponto de atenção é a falta de recursos para arcar com as novas aquisições ou o chamado remorso pós-compra, quando o cliente se sente atraído, fecha o negócio e depois percebe que o produto não era necessário.

Seja qual for o caso, a solução é o planejamento financeiro. “Para não ceder às compras por impulso, cair em armadilhas ou ficar suscetível em datas como a Black Friday, o ideal é que o consumidor destine uma verba, um percentual específico da renda, para as compras em grandes liquidações. Isso, é claro, se os preços e condições de pagamento forem vantajosos e o orçamento doméstico permitir”, ensina Sérgio.

Direito do consumidor

Conhecer os direitos do consumidor ajuda na hora das compras. O doutor em Direito Econômico e professor do programa de Mestrado e Doutorado do UniCuritiba, Sandro Mansur Gibran, lembra que existem diferenças nas regras do e-commerce.

A principal delas é o direito de arrependimento para compras feitas pela internet. A medida garante ao cliente a possibilidade de devolver a mercadoria no prazo de até sete dias a partir da data do recebimento. “Nesta situação, o cliente precisa comunicar o vendedor e fazer a devolução, sem custo, dentro do prazo definido pela lei.”

Já nas compras em lojas físicas, onde o cliente tem acesso ao produto antes da aquisição, a regra não é válida. “Se o cliente viu ou testou a mercadoria, não pode mais alegar desconhecimento ou insatisfação com a qualidade, por exemplo.”

Não caia em cilada

Para fazer boas compras na Black Friday, Sandro Gibran recomenda muita pesquisa. Isso evita que o consumidor adquira produtos com preços superfaturados e descontos enganosos. “Antes mesmo de a Black Friday começar é importante verificar os preços do produto desejado e, depois, comparar se o desconto oferecido é efetivo. Sem isso, o consumidor corre o risco de se deixar levar pela empolgação, sem uma real vantagem.”

O especialista em Marketing, Sérgio Czajkowski Junior, explica que o comportamento do consumidor é dividido em duas grandes modalidades: compras de baixo envolvimento emocional – aquelas feitas para suprir necessidades básicas, como a alimentação – e compras de alto envolvimento emocional, como um vestido de formatura ou uma joia, por exemplo. “As necessidades fictícias tendem a surgir com mais intensidade quando há um vínculo simbólico maior, favorecendo o consumo por impulso.”

Outro problema das compras por ansiedade, capricho ou modismo é o impacto ambiental, complementa o professor Sandro. “Os nossos hábitos de consumo têm reflexos que vão além do financeiro. Será que o produto que tenho realmente não atende as minhas expectativas? É mesmo necessário trocá-lo? Reconheço os efeitos das baterias de celular no meio ambiente e o prejuízo do entulho eletrônico ao planeta?”

Endividamento

Se depois de muita pesquisa, reflexão e autoanálise, a compra for uma real necessidade, a dica é utilizar parte do 13º salário para este fim. Isso, é claro, se as contas estiverem em dia.

“Melhor do que usar o 13º para novas compras é pagar dívidas em atraso. A primeira providência é quitar os parcelamentos do cartão de crédito e o cheque especial, já que as taxas de juros costumam ser altas”, ensina o doutor em Direito Econômico. O professor dá outra sugestão: “A antecipação de pagamentos também pode ser vantajosa, já que normalmente o consumidor tem descontos nessas circunstâncias”.

Para o doutorando em Administração, professor Sérgio Czajkowski Junior, outra estratégia interessante é reservar parte do 13º para as despesas do início do ano, como material escolar, IPVA, IPTU e outros impostos. “Se no pagamento em parcela única, à vista, o contribuinte tiver desconto, melhor ainda.”

Sobre o UniCuritiba

Com mais de 70 anos de tradição e excelência, o UniCuritiba é uma instituição de referência para os paranaenses e reconhecido pelo MEC como uma das melhores instituições de ensino superior de Curitiba (PR). Destaca-se por ter um dos melhores cursos de Direito do país, com selo de qualidade OAB Recomenda em todas as suas edições, além de ser referência na área de Relações Internacionais. Conta com mais de 40 opções de cursos de graduação, em todas as áreas do conhecimento, além de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Possui uma estrutura completa e diferenciada, com mais de 60 laboratórios e professores mestres e doutores que possuem vivência prática e longa experiência profissional. O UniCuritiba tem seu ensino focado na conexão com o mundo do trabalho e com as práticas mais atuais das profissões, estimulando o networking e as vivências multidisciplinares.

Outra diferença é no preço dos produtos. Nas lojas físicas o valor tende a ser maior do que no e-commerce. De acordo com o professor, isso ocorre porque as despesas para manter um ponto de venda presencial, como aluguel e salários, são bem maiores do que nas plataformas online.