Busca por crédito deve ser analisada com cautela, alerta especialista
O ano de 2023 será, novamente, desafiador para o agronegócio brasileiro. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) prevê um aumento de 15% para a safra de grãos 2022/2023, mas prevê também aumento significativo do custeio, além da necessidade de investimentos em tecnologia e, ainda, a instabilidade política, com a transição do comando no Governo Federal.
Mas também é possível entender que algumas questões devem ser equalizadas ainda no primeiro semestre do ano que vem, contribuindo para a tomada de decisão de quem vai em busca de crédito para custear investimentos ou plantios das novas safras. O setor deve, desde já, buscar estratégias para reduzir seus custos e alavancar os lucros, entendendo o que terá pela frente.
Para seguir nesse rumo, uma tríade é essencial: aplicar novas tecnologias que visam reduzir custos de produção; aliar essas tecnologias e a produtividade a soluções de manejo sustentáveis; e adotar uma gestão tributária eficiente, que maximize o aproveitamento financeiro.
A receita de sucesso no campo parece simples, mas é bem complexa e, muitas vezes, arriscada. Mas vale expor que uma orientação jurídica contribui para encontrar os melhores caminhos. Um dos exemplos é a questão tributária: o histórico do novo governo é de proximidade com os pequenos e médios agricultores, o que deve facilitar e possivelmente baratear crédito para esses segmentos. Já os grandes players do agronegócio se defendem com o devido alinhamento em proporções macro regionais e, também, pela pressão que exercem junto aos ministérios.
“Para grandes ou pequenos produtores o agronegócio é lucrativo, desde que acompanhado de medidas preventivas. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou, no balanço deste ano, que, para 2023, uma alternativa seria buscar crédito privado para o financiamento da produção das próximas safras. Mas é preciso toda a atenção a essas situações para saber atentamente o que se obtém nas diversas possibilidades de retorno” pondera Rafael Guazelli, advogado especialista em Direito do Agronegócio. O ideal, segundo ele, é ter a opinião de um especialista para antes de fechar o contrato.
Outro fator a se considerar são os fenômenos que afetaram o setor em 2022. É necessário ressaltar a contratação do seguro rural, principalmente em atenção às condições climáticas. “Essas questões afetam diretamente o rendimento das safras, especialmente para algumas culturas de grãos, assim, é importante planejar também a contratação de um seguro que permite ao produtor proteger-se contra perdas decorrentes especialmente de fenômenos climáticos adversos e que segura o patrimônio do produtor rural, seus produtos e créditos para sua comercialização” reforça Guazelli.
Além dessas normativas padrões do mercado é importante estar à frente do tempo, conhecendo as tecnologias que contribuem para aumentar a produtividade e, também, de olho nas tendências relativas à sustentabilidade que podem colocar o produtor e seus produtos num novo patamar com maior valor agregado e em busca de novos mercados.