A cantora Rita Lee anunciou que estava em tratamento contra um câncer no pulmão esquerdo, diagnosticado em fase inicial durante a realização de exames de rotina. Após o tratamento, o tumor foi considerado eliminado, e até então não apresentou sinais de retorno. Com essa notícia, a palavra remissão vem sendo utilizada frequentemente, no entanto a remissão não se trata de uma fase final do tratamento do câncer. O termo está relacionado à eliminação da doença, mas não é o mesmo que cura.
Porém, é difícil afirmar quando o paciente está totalmente curado do câncer, uma vez que existem casos de tumores que voltam a aparecer, mesmo após a eliminação. Um exemplo recente desta situação foi o da jornalista Glória Maria, que teve metástases no cérebro após o tratamento contra um câncer de pulmão.
Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer – INCA mostram que o câncer de pulmão é o segundo tipo mais comum entre homens e mulheres no Brasil (exceção do câncer de pele não melanoma), atingindo cerca de 30 mil brasileiros anualmente. Em 90% dos casos esse tumor está relacionado ao tabagismo.
Tratamento assertivo é fundamental
O tratamento que Rita Lee realizou foi uma combinação de radioterapia e imunoterapia. As sessões de radioterapia para esse tipo de tumor são para aplicar a radiação no local afetado para o controle da doença, evitando o risco de metástase, que é quando o câncer se espalha pelo organismo atingindo outros órgãos.
O físico médico Paulo Petchevist, do Oncoville, explica que o tratamento do câncer é focado para que as células saudáveis não sejam atingidas, proporcionando mais qualidade de vida durante a radioterapia. “Hoje em dia, os serviços de radioterapia dispõem de alta tecnologia para estudar o movimento do tumor de pulmão no momento da tomografia computadorizada de simulação. Neste estudo é possível entender como o tumor se movimenta durante o ciclo respiratório e assim irradiá-lo de forma focada, precisa e em poucas aplicações. A técnica utilizada é a SBRT (Radioterapia Estereotáxica do Corpo), onde muitos campos pequenos de irradiação são dispostos para entregar altas de doses de tratamento em até 5 frações ao volume-alvo no pulmão”, destaca Petchvist.
Já a imunoterapia, um dos tratamentos mais modernos e eficazes para o câncer de pulmão e que tem o seu uso aprovado há cerca de quatro anos no Brasil, será responsável para que o próprio sistema imunológico do organismo reconheça as células do câncer e inicie o combate contra elas. Assim como qualquer tumor, as chances de cura vão depender muito do tipo de câncer no pulmão, do estágio da doença e da resposta ao tratamento.
Mantenha hábitos saudáveis mesmo após o tratamento
Estudos indicam que a probabilidade de retorno da doença varia de acordo com o estágio, de 1 a 4, com o tipo de câncer e com os hábitos da pessoa. Essa possibilidade de o tumor voltar não é exclusivo do câncer de pulmão. No entanto, esses pacientes, em alguns casos, voltam a fumar após o tratamento, consequentemente têm mais chances de contrair a doença novamente. Mesmo depois do tratamento, é fundamental a pessoa manter hábitos saudáveis e não deixar de realizar os seus exames de rotina e indicados pelos seus médicos.