Expansão do agronegócio exige novas qualificações

Novos doutores do campo buscam aprendizados complementares para obter melhores resultados na profissão
Novos doutores do campo buscam aprendizados complementares para obter melhores resultados na profissão
O agronegócio brasileiro se desenvolve cada vez mais e conquista novos recordes seguidos. Nas últimas cinco décadas, o Brasil passou de importador de alimentos para um dos maiores produtores e exportadores mundiais, fornecendo comida para cerca de 1,5 bilhão de pessoas em diferentes países.

Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mostram que o Valor Bruto da Produção Agropecuária brasileira em 2022 fechou com 1,189 trilhão de reais. As lavouras faturaram R$ 814,77 bilhões e a pecuária chegou a R$ 374,27 bilhões. Para 2023, a estimativa é crescer 6,3%.

Mas para alcançar esses números, a cadeia do setor, o homem e a mulher do campo tiveram que se adaptar às novidades e buscar novos conhecimentos. Da antiga enxada ao uso de drones, da porteira aos softwares de gestão, quase tudo evoluiu. Assim, o profissional do agronegócio que o mercado exige para os dias de hoje – e não no futuro – também precisa ter uma visão global do segmento.

Ineditismos na Vertical do Agro

“De olho nessa realidade, criamos a Vertical do Agro; um ecossistema inovador no Brasil, com soluções diferenciadas que ajudam a gerir a carreira do estudante desde quando ele pensa em fazer a graduação superior até depois de formado”, explica o coordenador do curso de Agronomia do Centro Universitário Integrado, Marcelo Savoldi Picoli, em Campo Mourão (PR).

A iniciativa se baseia em três pilares que envolvem educação, inovação e sustentabilidade. A nova matriz curricular foi estruturada em formato inédito no país, com disciplinas interligadas e complementares. Cada módulo é formado por três disciplinas, sendo que duas funcionam como base para a aplicação dos conhecimentos a uma terceira.

Nas subdivisões ao longo do curso o estudante terá contatos com problemas reais para vivenciar e criar soluções aplicáveis, vai ter acesso a conteúdos especiais de negócios ou de tecnologias criados pelos maiores nomes do mercado do agro brasileiro; ações que poucas universidades do país fazem e que trazem diferenciais para a jornada de aprendizado do estudante.

“Por tudo isso, nossos acadêmicos vão aprender sobre o solo, as plantas, produção vegetal, máquinas autônomas, melhoramento genético, internet das coisas, gestão financeira, recursos humanos, logística, venda, exportação, meio ambiente e sustentabilidade, comunicação, negociação, habilidades socioemocionais, foco em resultados e muito mais”, destaca Rafael Zampar, doutor em Ciências e Diretor de Negócios do Integrado.

Combinatividade

No Integrado, já no primeiro ano de agronomia, o aluno escreve seu projeto de vida e tem mentorias com grandes profissionais do mercado que o ajudam a revisitar esse conteúdo regularmente para construir e direcionar o rumo da carreira – trabalho diferenciado e raro nas universidades brasileiras.

Essas combinatividades [junção de boas ideias de universos diferentes para criar algo novo] trazem mais significado aos conteúdos e às competências exigidas pelo mercado atual. Isso auxilia os novos profissionais do agro e proporciona uma visão holística do trabalho e das áreas de atuação, que são imensas e repletas de oportunidades”, fala Zampar.

Aprender a aprender

O Brasil é um dos grandes protagonistas do agronegócio mundial. Com sua enorme extensão territorial e a ampla quantidade de recursos naturais (biomas, hidrografia, solos férteis), o desafio para as novas gerações de agrônomos engloba a compreensão das mudanças socioeconômicas e espaciais na agricultura, o aumento da produtividade sem o desmatamento, as mudanças climáticas e seus riscos.

Da mesma forma, a convergência de tecnologias e conectividade para o meio rural, a agregação de valor às cadeias produtivas, a sustentabilidade do negócio e o protagonismo dos consumidores que desejam alimentos rastreados, com menos agrotóxicos e menos impactos ambientais se traduzem em necessidades imediatas para os novos engenheiros agrônomos.

“Dessa maneira, o novo homem e mulher do campo devem estudar cada vez mais, ir além dos aprendizados tradicionais e se diferenciar. Quem se destacar na multidão será muito valorizado, requisitado e terá uma carreira com infinitas possibilidades”, destaca Picoli.

Pioneirismo

Considerado uma referência no ensino do agro há 24 anos, o Centro Universitário Integrado foi pioneiro no Brasil em oferecer a graduação em agronomia no período noturno. A partir de 2023, o curso também será disponibilizado na modalidade semipresencial.

As aulas presenciais vão acontecer desde o primeiro semestre e serão realizadas uma vez por mês, o dia todo, aos sábados, numa fazenda experimental própria com 100 hectares localizada no município de Campo Mourão (PR). O espaço tem moderna infraestrutura com casas de vegetação climatizadas, sistema de integração lavoura-pecuária, irrigação, áreas para pesquisas com empresas do setor, ambientes demonstrativos para dias de campo, galpão e muito mais.

O Integrado também é a primeira instituição de ensino do Brasil a se conectar ao AgTech Garage – o principal hub de inovação aberta do agronegócio da América Latina e um dos maiores do mundo. Essa parceria entre a academia e o mercado traz aos estudantes uma formação técnica, prática, multidisciplinar, diferenciada e permite o intercâmbio com mais de 80 empresas do segmento e mais de 900 startups.

Além do hub de inovação, o Integrado também possui parceria com outras empresas do agro como CESB, Agrológica, Fornarolli, Elevagro, Copacol, Pro Solus, Spraytec, INT, Tecfield, C.Vale, Diamante Fertilizantes, Pedreira Itaipu, IDR-Paraná, Trucker do Agro, Maria Macia, Agroflux, Digifarmz e 1000Agro.

Berço do agronegócio

Outro diferencial para o estudante de agronomia do Integrado será vivenciar a prática na região que é considerada o berço do agronegócio no Paraná, altamente tecnificada e uma das mais produtivas do Brasil.

“Mais de 20 empresas buscam nossos acadêmicos para estágios e a maior parte acaba efetivada. Para ter uma ideia, 30% dos agrônomos de uma grande cooperativa do país saíram de nossa instituição”, orgulha-se Rafael Zampar.

Campo fértil

Se nas décadas de 1960 e 1970 o Brasil vivia processos de industrialização e urbanização que não encontravam correspondência no setor agrícola do país, a situação mudou radicalmente quando novos métodos de plantio conseguiram tornar comum a produção de duas safras dentro do mesmo ano, um fenômeno que era raríssimo em todo o mundo.

O coordenador do curso de Agronomia do Centro Universitário Integrado comemora essa nova realidade e lembra que novas mudanças virão pela frente, que vão ajudar a mudar a figura do agricultor para dar a ele traços de empresário de um importante segmento que move o Brasil para frente.

“O agronegócio chama atenção e desperta curiosidade graças à capacidade de expansão, produção, inovação, geração de oportunidades em várias regiões e uso de mão de obra cada vez mais qualificada. Assim, os novos agrônomos e aqueles que investirem em conhecimento terão campo fértil e rentável por muitos anos”, complementa Marcelo Savoldi Picoli.