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Clima e tempo: uma diferença que pode mudar a sua vida 

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*Por Vera Cristina Scheller dos Santos Rocha e  Otacílio Lopes de Souza da Paz 

É comum que, em uma sala de aula, os alunos questionem os motivos pelo qual estão estudando um determinado conteúdo ou mesmo uma disciplina como um todo. É frequente que um professor ouça frases como “Por que tenho que aprender isso?” ou, ainda, “Onde vou usar isso na minha vida?”. Esse questionamento é normal e até é bom que ele ocorra, sendo uma oportunidade interessante para o professor incentivar o aluno a refletir sobre a relação entre a teoria ensinada na sala de aula e o seu dia a dia. 

Na Geografia, um conceito comum que gera confusão é a diferença entre tempo e clima. À primeira vista, podem parecer sinônimos. Saber sua diferença é fundamental para interpretar corretamente alguns fatos da vida adulta. O tempo se refere a condição da atmosfera em um determinado momento.  Já o clima se refere ao padrão dessas condições atmosféricas ao longo de um período maior de tempo (normalmente, 30 anos). Vamos exemplificar: Curitiba e Londres são conhecidas por apresentar um clima chuvoso, o que não quer dizer que não existam dias com tempo ensolarado.   

Ao assistir um telejornal, é comum ouvir os apresentadores dizem “vamos agora à previsão do clima de amanhã” e isso é algo incorreto. O clima não muda de um dia para o outro, e sim o tempo. Isso não é apenas um “luxo” acadêmico, ou um preciosismo por parte dos pesquisadores. Diferenciar esses conceitos é importante para transmitir corretamente uma informação. 

Um exemplo pouco discutido pode ser o momento de tirar a carteira de motorista. Durante as aulas, na parte da pilotagem defensiva, são discutidas sobre as condições adversas de tempo (não de clima). O estado momentâneo da atmosfera pode oferecer riscos aos motoristas, afetando sua visibilidade e controle sobre o veículo. Usar o conceito de clima nessa discussão seria altamente equivocado. Esses conceitos são cobrados em provas, visando avaliar se os futuros motoristas conseguem discernir os termos e entender a sua importância  

Assim, o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) está corretíssimo em aceitar somente o conceito de tempo como resposta válida. Clima e tempo não são sinônimos. O tempo é algo altamente dinâmico, podendo mudar de uma hora para outra. O mau tempo pode agravar, ou até impedir, um deslocamento seguro, com ocorrência de chuva, granizo, neblina, ventos fortes e até frio excessivo (gelo na pista).  

Outro ponto importante, que enfatiza a necessidade de termos claro em nossas mentes a diferença entre clima e tempo: as mudanças climáticas. Vamos ao bioma Pantanal, onde o clima é o tropical úmido. Os dias quentes e secos que vêm ocorrendo nesse bioma já estão se tornando meses e anos, o que indicar que não é mais uma mudança de tempo, mas sim de clima. O padrão dessas condições atmosféricas estão se alterando em função da ação humana. Isso está ocorrendo em diversas regiões do globo. Não temos mais um caso isolado de veranicos no meio do inverno ou algumas secas em áreas úmidas. As mudanças gradativas dos padrões de tempos indicam essas mudanças no clima.  

Portanto, diferenciar esses conceitos é fundamental em nossa sociedade. Isso ajuda a interpretar as informações cotidianas e entender melhor os fenômenos naturais que ocorrem ao nosso redor. Isso vai desde um telejornal ou de uma prova para tirar a carteira de motorista, sendo relacionado a um assunto seríssimo como as mudanças climáticas, problemática premente em nossa sociedade. E é por isso, entre muitos outros motivos, que você estuda clima e tempo em Geografia.  

*Vera Cristina Scheller dos Santos Rocha, é licenciada em Geografia e Especialista em Gerenciamento de Recursos Ambientais e em Educação Ambiental. Professora da Área de Geociências do Centro Universitária Internacional UNINTER.  

 Otacílio Lopes de Souza da Paz, é geógrafo e Doutor em Geografia. Professor da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional UNINTER.  

 

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