Inimiga da longevidade e resistência dos ambientes, o arquiteto Bruno Moraes ensina como eliminar a umidade que prejudica a estrutura dos mobiliários
Assim como em todo projeto residencial, uma das grandes preocupações – tanto do profissional de arquitetura, como do morador, é contar com uma estrutura sólida e bem projetada para garantir a longevidade dos projetos. A atenção costuma ser redobrada em ambiente como as cozinhas e áreas gourmet, que comumente são expostas à umidade, odores e gorduras.
De acordo com o arquiteto Bruno Moraes, à frente do escritório BMA Studio, não só a definição dos materiais é de extrema importância, mas também um conjunto de recursos que, combinados favorecem a conservação e a durabilidade dos elementos.
Marcenaria direto no piso nunca!
Com as atividades realizadas nesses espaços, a limpeza envolvendo a lavagem do piso ou o uso de um pano úmido é frequente. “Nós brasileiros temos esse costume e nos sentimos mais confortáveis quando jogamos água e produtos de limpeza para esfregar o chão”, relata o arquiteto.
Dessa forma, é impensável considerar a realização de uma marcenaria aplicada diretamente no chão: tanto para preservar os móveis, como para deixar o visual mais agradável, a sugestão é executar uma base de alvenaria, revestida com o material escolhido para o piso ou da bacana “Isso permite a perspectiva de continuidade que combina a base com o projeto em geral”, destaca.
Como recomendação, é indicado uma base com altura média de 10 a 15 cm, bem como que esteja afastada, em torno de 15cm da projeção da pedra da bancada para promover a acomodação dos pés de quem está posicionado em frente à pia.
Outra alternativa apontada pelo arquiteto é combinar com a marcenaria para trazer os ‘pezinhos’ que suspendem a marcenaria sobre o piso. Nesse caso, realizamos também o mesmo acabamento da base de alvenaria, seja com revestimento do piso ou bancada. Ao eliminar o contato direto com a água, essa precaução evita a formação de manchas, bolores ou quaisquer outros tipos de comprometimento na peça. “Sabemos também que, no dia a dia, o esbarrar da vassoura na hora de varrer é prejudicial é, aos poucos, deteriora a aparência da peça. Parecem detalhes tão simples, mas com certeza contribuem positivamente para o conforto do cliente ao utilizar o ambiente”, relata Bruno Moraes.
Além de a sua rotina, sem grandes desvios, sabendo que a marcenaria está resguardada, o projeto de cozinha e área gourmet combina funcionalidade com beleza e outros aspectos do décor:
De forma prática, é recomendado criar uma profundidade entre 10 e 15 cm a menos que o alinhamento da bancada. Ou seja, se o móvel tem 60cm de profundidade, deve receber uma base próxima de 45 cm de profundidade. O melhor caminho é sempre analisar cada situação em particular para não acabar entregando uma cozinha ou área gourmet que não tem, de fato, uma proteção contra a umidade.
Bruno ressalta outras dicas importantes que podem fazer toda a diferença na sua cozinha ou área gourmet:
De forma geral, o especialista destaca: “É importante fazer manutenção periódica nas conexões hidráulicas como flexíveis, sifões e torneiras. Assim evitamos vazamentos e umidade nos móveis”, explica.
Além disso, vale ressaltar: quando for viajar, não esqueça de fechar o registro para evitar acidentes com água! Principalmente a superfície das bancadas de pedras porosas, que tem mais probabilidade de absorver a água ou manchar.
Em conclusão, o arquiteto Bruno Moraes nos deixa uma última dica: “Em todo projeto, verifique o quanto a torneira aguenta de pressão de água, para evitar vazamentos com uma torneira que não aguente a pressão da edificação.”
BMA Studio
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