- Por Maristela Reis Sathler Gripp
Uma amiga e eu marcamos de tomar um café no fim do dia. O lugar era lindo e estava cheio! Os pães na vitrine eram um convite para uma tarde de comilanças e boa conversa. Pedimos o cardápio, e o atendente nos informou, gentilmente, que era só acessarmos o QR code na mesa para ver as opções, escolher os pratos e fazer os pedidos também. Mudança causada pela pandemia que aboliu o cardápio de papel e cedeu espaço para a tecnologia avançar com suas ferramentas.
Os tempos mudaram e muito. Observar essa transformação é muito interessante, principalmente, para quem nasceu na década de 60 como eu e assiste a essa mudança de hábito, enquanto tenta fazer o QR code abrir.
O celular é, sem dúvida, a estrela do momento. De acordo com o IBGE, O Brasil tem mais de um smartphone por habitante. São 24 milhões de aparelhos celulares inteligentes em uso no país. Se pensarmos que somos 214 milhões de brasileiros hoje, isso é uma verdadeira revolução tecnológica em curso. A pesquisa mostrou ainda que existem cerca de 352 milhões de dispositivos portáteis no Brasil, ou seja, o equivalente a 1,6 por pessoa.
Essa invasão tecnológica mudou o nosso estilo de vida como um tsunami. Você pode estar sem um tostão no bolso, mas se tiver um aparelho celular e uma conexão de internet, pode tranquilamente chamar um Uber, fazer um pagamento via PIX, comprar passagem aérea, reservar um hotel e até pedir o seu almoço na praia, sem tirar os pés da areia! É muita modernidade envolta em toda essa tecnologia que veio para ficar.
Na educação não é diferente. É possível acessar cursos EaD em quase todos os níveis e com os maiores nomes da sua área de interesse, de acordo com a sua disponibilidade de tempo e dinheiro. A sala de aula agora é em qualquer lugar. Até no ônibus, desde que você tenha um bom fone de ouvido para não incomodar o seu vizinho do lado.
Como turistas, me fascina ver o leque de possibilidades que temos em relação aos tipos de hospedagem. Através dos sites de reservas é possível escolher desde hotéis 5 estrelas até uma casa na árvore, no meio da floresta em Calgary no Canadá, ou um iglu no Alasca. São inúmeras as possibilidades e só vem aumentando, nos últimos anos.
Na pandemia, as empresas aproveitaram para colocar em prática um novo modelo de trabalho que já vinha sendo adotado por algumas empresas, mas esporadicamente, o “home office” ou “teletrabalho”. Uma modalidade de trabalho que permite ao funcionário levar literalmente o trabalho para casa ou em qualquer outro lugar do mundo, dando forma a um novo tipo de profissional, os “nômades digitais”. Os nômades digitais podem estar em qualquer parte do mundo exercendo a sua atividade profissional, tranquilamente, com a paisagem à sua escolha.
Diante de tantas mudanças, acredito que nem “Os Jetsons”, desenho animado da década de 60 que se passava num período futuro, poderiam imaginar que em 2023 estaríamos vivendo tantos avanços tecnológicos. Como no antigo seriado de TV, a tecnologia veio para facilitar as nossas vidas e alterar de forma drástica e definitiva os comportamentos e hábitos sociais.
Para finalizar, um lembrete: não esqueça o seu celular para não pagar o ‘mico” de pedir o cardápio ao garçom, da próxima vez que sair pra comer.
*Maristela Reis Sathler Gripp é doutora em Estudos Linguísticos e professora do curso de Letras do Centro Universitário Internacional Uninter