*Charline Costa
Nos últimos anos, temos testemunhado um aumento preocupante no número de atentados em escolas no Brasil. São eventos que chocam e causam grande comoção na sociedade, deixando um rastro de dor e sofrimento para as vítimas e suas famílias. Infelizmente, essa realidade não é nova, expondo exemplos como o Massacre de Realengo, em 2011, em que um ex-aluno atacou 12 crianças fatalmente. Ainda em março de 2019, a cidade de Suzano foi palco de mais uma tragédia, quando dois jovens invadiram uma escola, resultando na morte de 8 pessoas, entre alunos e funcionários.
Os últimos eventos desta natureza, que podemos destacar, ocorreram no dia 27 de março de 2023, na escola estadual localizada na zona oeste da capital paulista, novamente com fatalidades creditadas a um adolescente. É brutal ataque a uma creche, no dia 05 de abril, com quatro crianças mortas, em Blumenau Santa Catarina. Diante de todos esses episódios é necessário refletir as causas desses atentados e buscar soluções para preveni-los.
É importante ressaltar que esses atos de violência são consequências de uma sociedade doente, que negligência a educação e a saúde mental de seus jovens. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10 a 20% dos jovens em todo o mundo, têm problemas de saúde mental. Dentre esses transtornos mentais incluem ansiedade, depressão e transtornos alimentares. Outro sintoma dessa sociedade é o bullying. Um problema comum entre os jovens e muitas vezes está relacionado com atitudes de violência. Uma pesquisa realizada no Estados Unidos mostrou que cerca de 20% dos estudantes do ensino médio relataram ser vítimas de bullying.
É preciso reconhecer que jovens envolvidos em crimes, mitificados à margem social como diferentes, são também vítimas de um sistema educacional que não lhes oferece perspectivas de vida e não os prepara para lidar com suas emoções e frustrações. Algumas das principais críticas feitas ao sistema educacional que podem levar jovens a se envolver em crimes incluem a falta de acesso à educação de qualidade, escolas com infraestruturas precárias, falta de apoio emocional e social e por fim, a disciplina punitiva em vez de abordagem educativa.
Cabe dizer que é necessário investir em políticas públicas que promovam a educação de qualidade e principalmente, um suporte maior para a saúde mental dos jovens. Aqui é interessante detalhar essas políticas, se tiver algum exemplo, melhor ainda.
Devemos sim acreditar que as escolas devem ser lugares seguros e acolhedores, onde os alunos possam desenvolver suas habilidades e talentos, sem medo de serem vítimas de violência, e para isso, é necessário promover diálogo e a cultura da paz como caminhos para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
* Charline Costa é Graduada em Pedagogia, Especialista em Tutoria em EAD, Metodologias Ativas na Docência. Professora e Tutora no Centro Universitário Internacional Uninter.