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Escadas não são todas iguais! Arquitetas orientam como definir o modelo que adiciona segurança e estilo aos projetos residenciais

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Dimensões, formato, material e estilo e as necessidades dos moradores são algumas das características averiguadas durante o planejamento de uma escada

Escadas não são todas iguais! Arquitetas orientam como definir o modelo que adiciona segurança e estilo aos projetos residenciais
Revestimentos em madeira podem ser aliados nos degraus, pois não são lisos. Nesse projeto de uma cobertura, as profissionais do escritório Dantas & Passos Arquitetura priorizaram a escolha de material em madeira cumaru e o planejamento de largos degraus para o conforto ao pisar | Foto: Maura Mello

As escadas são elementos essenciais para conectar diferentes planos de níveis, além de transformar ambientes, tanto na questão da praticidade, quanto da estética. Com uma infinidade de modelos e materiais à disposição, podem surgir dúvidas de como fazer a melhor escolha, pois construir uma escada é algo sério e deve muito bem planejado – desde o desenho, os cálculos até o resultado. É por isso que a dupla de arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, do escritório Dantas & Passos Arquitetura, reuniram uma série de dicas para orientar aqueles que estão vivendo esse momento.

Ainda na fase de planejamento

A avaliação do espaço disponível é o ponto de partida para definir a escada ideal. As profissionais ressaltam que as escadas precisam ser bem estudadas desde o início do projeto, quando é analisada a área onde será construída, bem como os possíveis tipos de instalação estrutural, a segurança e o conforto ao subir e descer, além de harmonizar com toda a identidade do projeto. “Escadas não devem ser encaradas como elementos soltos em um projeto. Essa decisão precisa ser coerente com a edificação e a arquitetura proposta”, comenta Paula.

Assim como podem acompanhar a identidade do projeto, elas concordam que as escadas também podem ser o destaque do ambiente a partir de um design muito bem pensado e dimensionado, além do uso de acabamentos eleitos com o propósito de enfatizar a estética do conjunto. Podem, ainda, ter uma dupla função como divisória ou organizadora, dependendo do local onde serão inseridas.

Escadas não são todas iguais! Arquitetas orientam como definir o modelo que adiciona segurança e estilo aos projetos residenciais
Projeto de escada que divide ambientes e pensado de forma decorativa trouxe maior praticidade ao resultado final | Foto: Maura Mello

Segurança em primeiro lugar

Elementos estruturais indispensáveis para unir diferentes níveis de uma construção precisam ser pensados com muito cuidado – principalmente se no local residir crianças e idosos. “É inegável que esse público é mais propenso a acidentes durante a movimentação”, afirma Danielle. Por isso, para o conforto e segurança, as arquitetas recomendam algumas medidas:

  • Altura de degraus: mínimo de 16 cm e máximo de 18 cm;
  • Largura livre: espaços menores: 85 cm / espaços grandes: 110-120 cm;
  • Guarda-corpos: até no máximo 11 cm entre os vãos;
  • Corrimão: altura entre 92-95 cm do degrau e mais 30 cm além do final da escada;
  • Pisadas consecutivas: variar entre 28-32 cm livre para os pés;
  • Profundidade do piso: ideal não ter menos que 28 cm.

Corrimão e guarda-corpos são itens básicos de segurança e devem atender a certos critérios, não apenas de medidas. No caso dos corrimãos, não deve haver interrupções e a forma cilíndrica é recomendada por se tornar mais fácil de segurar.

No que diz respeito ao guarda-corpos, o vão não deve ser superior ao recomendado como estratégia de evitar que uma criança prenda a cabeça ou as mãos entre os vãos. Outra dica é pensar em colunas, bem distribuídas na escada, como maneira de limitar a presença de grandes vãos e garantir melhor sustentação.

O emprego de peças de acabamentos também são indicados para ajudar na interligação entre degraus e corrimãos. Também damos preferência por usar materiais antiderrapantes, consideramos a colocação de uma luz noturna constante e portões de segurança com sistema de pressão para a proteção dos bebês e crianças pequenas. Em vãos muito grandes, as redes de proteção são muito bem-vindas!”, aconselha Paula.

De formatos tradicionais até os mais modernos

O espaço disponível é determinante para definir o formato da escada, assim como as qualidades de degraus necessários, direção de lances e patamares. Segundo as profissionais, escadas podem ter formatos:

  • Reto: mais tradicional, sua vantagem é a simplicidade. Podem ter um ou mais lances com patamares intermediários, se for bem comprida. Entretanto, a escada não muda de direção e não tem curvas;
  • Caracol ou helicoidal: O desenho redondo conta com uma coluna eixo de onde saem os degraus em leque. “É uma opção interessante para ambientes pequenos”, orienta Danielle;
  • Em ‘L’: Tem o formato da letra ao mudar de direção com patamar em ângulo de 90 graus, podendo ser executada com degraus triangulares;
  • ‘Em U’: Com dois lances ligados em direções opostas, pode ser dividida em duas partes para ocupar menos espaço. “É um modelo que se encaixa em diversos espaços, diz Paula;
  • Círculo: Escada redonda e sem eixo central, os degraus em leque mudam de direção aleatoriamente podendo formar caminhos leves e sinuosos. Ideal para ambientes com linhas orgânicas;
  • Suspensão: Não apresenta um desenho exato, mas sim um sistema de fixação dos degraus e patamares que esconde os pontos de apoio, dando a sensação de uma escada ‘flutuante’.
Escadas não são todas iguais! Arquitetas orientam como definir o modelo que adiciona segurança e estilo aos projetos residenciais
Escadas também são elementos decorativos: nesse projeto das arquitetas Danielle e Paula, o projeto foi revestido por um material claro que complementa o décor com muita elegância | Foto: Maura Mello

Quanto aos tipos de estruturas, as mais comuns são as escadas em cascata, com a parte inferior fechada inclinada ou escalonada; com viga central e degraus em balanço nas laterais; com vigas laterais e as escadas flutuantes com degraus chumbados nas paredes laterais. Para a escolha dos materiais, há um leque de opções, mas segundo as arquitetas Paula e Danielle, as principais são: madeira, metal e concreto. “Lembrando que esses materiais também podem ser combinados no projeto e a escada revelar uma mistura entre eles. Os revestimentos aplicados nos degraus exercem muita influência no estilo da escada. Valiosíssimo reafirmar que a pisada dos degraus não deve ser elaborada com materiais escorregadios”, completa Paula.

Entre os revestimentos recomendados estão as pedras naturais com tratamentos mais porosos e as madeiras na sua forma mais bruta e sem vernizes. É possível também investir na aplicação do porcelanato, aclamado por sua resistência e o grande leque de opções de texturas antiderrapantes e cores no mercado.

Já os corrimãos podem ser de ferro, madeira, aço inox e alumínio, enquanto os guarda-corpos pedem um visual limpo, leve e podem ser produzidos com vidro reto ou curvo. Nesse caso, a dupla do escritório Dantas & Passos enfatiza a aquisição do material laminado ou temperado com espessura de aproximadamente 10 mm “De jeito nenhum deve ser considerado o vidro comum”, adverte Paula. Para quem busca por um estilo mais clássico ou rústico, a madeira, o ferro ou o aço inox se revertem em um visual que atende bem todos os formatos de escadas.

Pontos de destaque

Muitas vezes as escadas são o elemento de destaque estético do local. Por exemplo, escadas curvas podem ser verdadeiras esculturas com naturalidade, trazendo mais dinamismo ao ambiente e o mármore consagra a estrutura com aspectos de requinte e sofisticação.

Os projetos com escadas flutuantes são capazes de criar efeitos visuais impressionantes com degraus casados aliados com efeitos de luz indireta e as metálicas, com viga central e degraus de madeira em balanço, contribuem com a estética de leveza e rapidez na montagem.

Não só as escadas podem ser aproveitadas, mas também como o espaço abaixo delas pode ser otimizado. “Uma área ociosa embaixo de uma escada pode servir como jardim interno, um pequeno home-office, barzinho com adega ou como espaço de armazenamento de apoio para livros. Em ambientes mais compactos, que precisamos otimizar o uso para melhor aproveitamento geral dos espaços, a área é perfeita para um armário de rouparia ou apoio para organizar malas”, finaliza Danielle.

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