Dra. Ana Paula Quinteiro fala sobre o medo exagerado de ir ao dentista
Conhece alguém que fica apavorado ao ir ao dentista? Muita gente acha que é frescura, mas saiba que dependendo da gravidade e intensidade do medo, o caso pode ser chamado de Odontofobia. Já ouviu falar?
“O medo de ir ao dentista, em especial, é conhecido pelo termo Odontofobia e, geralmente, está ligado a outras fobias, como a Aicmofobia – o medo de agulhas – ou a Latrofobia – o medo de médicos.
O pavor é de tudo, do motorzinho da broca até a própria imaginação do dentista fazendo o procedimento na boca. A odontofobia ocorre com uma pequena porcentagem de pacientes, e pode ter intensidade variável. Em casos mais leves, o paciente relata certa ansiedade. Em contrapartida, em graus mais acentuados pode haver taquicardia, sensação de pânico, transpiração excessiva, tonturas bem como desmaios”, explica a dentista Dra. Ana Paula Quinteiro.
Estima-se que 10% da população nos EUA evita ir ao dentista devido à sensação de ansiedade ou medo. A porcentagem representa cerca de 32 milhões de pessoas.
Outro estudo realizado pela British Dental Health Foundation, uma das principais instituições de caridade independentes de saúde bucal no mundo, com sede no Reino Unido, indica que 36% das pessoas entrevistadas apontaram o medo como principal motivo para a falta de frequência às consultas odontológicas.
Já no Brasil, a estimativa de pessoas que sofrem de medo ou ansiedade odontológica pode ser ainda maior, se comparada aos Estados Unidos. Por aqui, o número indicado por estudos é de 15% da população.
Dra. Ana Paula esclarece como é feito o tratamento dentário de quem tem odontofobia.
“Uma boa conversa com o paciente explicando detalhadamente sobre o procedimento e buscando tranquiliza-lo vem ajudando muito a reduzir o estresse e ansiedade durante a consulta”, pontua.
A dentista diz que dependendo do grau do transtorno o paciente precisa ser sedado. “Em casos moderados de odontofobia, a indicação é um sedativo via oral ou sedação consciente ou analgesia inalatória, realizada com óxido nitroso (N2O) e oxigênio (O2). O método tem a função de acalmar e tranqüilizar o paciente antes de iniciar o tratamento”, afirma.
Ela continua: “Em procedimentos odontológicos que podem se estender por 4 horas, a sedação endovenosa EV, na qual o paciente permanece em estado de sonolência profunda durante o tratamento”.
Algumas pessoas precisam fazer o tratamento em um hospital. “Em casos extremos, em que mesmo sob sedação o paciente ainda se agita, a anestesia geral em ambiente hospitalar é o mais indicado”, finaliza.