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Congresso europeu de microbiologia clínica e doenças infecciosas destaca assertividade do diagnóstico molecular

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Entre os dias 15 e 18 de abril de 2023 ocorreu o 33º ECCMID (Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas), em Copenhague, na Dinamarca. Durante o evento, foram apresentadas novidades relacionadas aos setores de cuidados com a saúde, enfermagem e laboratórios. O congresso evidenciou a preocupação da área com ações preventivas, em vez de focar apenas em tratamentos e investigações. A maior parte das palestras mostraram como tendência a assertividade do diagnóstico molecular, que aprimora a conduta médica e traz resultados mais rápidos, diminuindo o tempo e os custos de internamento.

Representantes da Mobius e do Laboratório iD8 – Inovação em Diagnóstico, empresas que atuam na área de cuidados com a saúde com soluções para diagnóstico molecular, estiveram presentes no ECCMID para conferir as principais tendências e o que pode ser inovador para o Brasil. Rodrigo Chitolina, coordenador e responsável técnico do ID8 – Diagnóstico, e Camila Santos, gerente de pesquisa e desenvolvimento, participaram do congresso. 

Painéis moleculares

Um dos principais destaques do congresso foram os exames realizados com a tecnologia da biologia molecular, principalmente os painéis moleculares, que se diferenciam de testes comuns por apresentarem uma solução em diagnóstico. Isso porque o emprego destes testes resulta em diversos impactos positivos como a farmacoeconomia e a diminuição de gastos hospitalares, pois um diagnóstico rápido e certeiro pode evitar dias de internamento e/ou remédios utilizados de maneira incorreta. Se o médico realizar um exame de biologia molecular logo no início dos sintomas, as chances de um diagnóstico assertivo e preciso aumentam muito e trazem benefícios não apenas à saúde do paciente, pois desde o princípio será tratado com a medicação correta, mas também às instituições, que poderão ter um melhor manejo e assistência em saúde, levando a uma melhor gestão de leitos, farmacoeconomia, e até mesmo à redução e a otimização de custos.

“A mensagem do congresso se relaciona às soluções diagnósticas oferecidas pelo ID8. Não são apenas exames ou a venda de um kit, mas sim como aplicar esse serviço ofertado pelo iD8, liberação de laudos em até 24 horas, para auxiliar a área da saúde como um todo, com questões de farmacoeconomia, melhores gestões de leitos, realizar uma busca epidemiológica para saber o que está circulando e até prevenir possíveis epidemias. Todas as palestras mostraram o quão assertivo é o diagnóstico molecular e, como o tempo de liberação rápida dos laudos impacta no setor de saúde”, observa Rodrigo Chitolina, coordenador e responsável técnico do ID8 – Diagnóstico. 

Resistência a medicamentos e disseminação de patógenos

Os problemas de resistência também foram amplamente debatidos. A resistência medicamentosa  gera preocupação, pois a cada vez em que um tratamento é interrompido ou não é realizado corretamente, muitas vezes devido a um diagnóstico tardio, ocorre a seleção de microrganismos resistentes e, em longo prazo, os medicamentos disponíveis para tratamento deixam de fazer efeito. Infelizmente, hoje já existem patógenos multirresistentes para os quais não existem mais medicamentos adequados.

A tuberculose também foi citada nas palestras. Apesar de ter tratamento, a doença ainda é uma das infecções mais mortais do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Todos os dias, mais de 4 mil pessoas morrem de tuberculose em todo o planeta, e cerca de 30 mil se infectam. O congresso destacou a questão da resistência medicamentosa e descobertas científicas sobre as mutações associadas à resistência. Uma das tendências para o futuro é o uso do NGS (sequenciamento de nova geração) como ferramenta diagnóstica dessas mutações, levando a uma melhor definição de tratamento.

O congresso também expôs uma grande preocupação em  diagnosticar de forma precisa patógenos respiratórios, diferenciando vírus de bactérias, bem como identificar qual o tipo de vírus está relacionado às infecções respiratórias, evitando assim sua disseminação e realizando um melhor manejo dos pacientes. “Vimos uma grande preocupação, nos estudos apresentados, em se aplicar metodologias de biologia molecular para um diagnóstico de infecções respiratórias, diferentemente do que temos hoje no Brasil. Precisamos saber qual  patógeno acomete nossos pacientes, seja uma bactéria para um tratamento com antibióticos, ou um vírus, no qual a conduta muda. No que concerne ao diagnóstico dos vírus, identificar de forma precisa o tipo de vírus nos permite saber se devemos tratar com algum antiviral disponível, internar o paciente ou até mesmo nos dar a tranquilidade de um tratamento mais voltado ao alívio de sintomas, evitando até mesmo internações e altos custos, quando se tratarem de vírus respiratórios com baixa possibilidade de agravos”, comenta Chitolina.

ISTs

Outro problema de saúde pública abordado no evento foram as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Apesar de existirem formas de prevenção e cura para grande parte delas, todos os dias são registrados cerca de 1 milhão de novos casos no mundo. “Alguns países da Europa já observam epidemias de ISTs no público idoso. O aumento de ISTs também tem despertado a atenção de autoridades de saúde no Brasil”, lembra o coordenador do ID8. 

Algumas ISTs, como a sífilis, a clamídia e a gonorreia, podem causar infecções no trato genital que têm potencial de ocasionar inflamação e infecção do útero e das trompas em mulheres. Isso pode aumentar o risco de parto prematuro ou aborto espontâneo. Em homens, a infecção é capaz de afetar a próstata e provocar problemas de ejaculação, que podem prejudicar a fertilidade. 

A detecção precoce e precisa da infecção é crucial para o tratamento eficaz da doença e a quebra da cadeia de transmissão para outras pessoas. Nesse sentido, o diagnóstico molecular possui ampla atuação. Bactérias como a clamídia, mycoplasmas e ureaplasmas são ISTs tratadas com antibióticos, e ter o diagnóstico correto facilita a medicação, diminuindo os riscos do paciente contaminar outras pessoas e do patógeno se tornar mais resistente. 

“Começamos a ver  cada vez mais casos de infecções do trato genito-urinário relacionadas não só a clamídias e neisserias, mas também devido a mycoplasmas e ureaplasmas. Outro ponto importante é que além de muitas das infecções serem assintomáticas, o cultivo de alguns desses patógenos é de difícil realização. Nesse cenário, necessitamos de um diagnóstico sindrômico através de metodologias moleculares para conseguir definir a conduta clínica e o tratamento mais adequados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também ressaltou a importância em se trabalhar cada vez mais na parte diagnóstica e preventiva, e não apenas em estratégias de tratamento”, observa Rodrigo

O ID8 disponibiliza soluções para diagnóstico de ISTs, como o Painel IST Plus, que é capaz de identificar  até 11 patógenos em uma única amostra. Em poucas horas, o exame detecta  clamídia, mycoplasmas e ureaplasmas, além de Treponema pallidum (bactéria causadora da sífilis), auxiliando assim no diagnóstico correto e na quebra da cadeia de transmissão dessas bactérias, que podem se tornar resistentes caso não sejam tratadas adequadamente.

Fungos e novas metodologias diagnósticas

Além das discussões voltadas a vírus e bactérias, o congresso também promoveu diversas palestras relacionadas a infecções e resistências fúngicas.  Entre elas estava “O caso de Sporothrix brasiliensis”, ministrada pelo médico dermatologista e pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Dayvison Freitas. O fungo é  responsável por diversos casos de esporotricose em humanos, felinos e caninos ocorridos desde 1998, no Rio de Janeiro. A doença tem se espalhado pelo Brasil e por países vizinhos.

Ainda, no que concerne às metodologias diagnósticas, a implementação de metodologias cada vez mais sensíveis, como o NGS (sequenciamento de nova geração), foram amplamente debatidas e apresentadas como o futuro para uma assertividade cada vez maior no mercado diagnóstico. Como já mencionado, para Tuberculose, essa é a metodologia chave para os melhores diagnósticos e definições de tratamento.

“Dentro do nosso grupo de empresas, temos uma preocupação constante em trazer o que há de mais inovador e preciso, para o mercado diagnóstico. Já temos em nosso portfólio soluções de Sequenciamento de Nova Geração (NGS) com produtos que contemplam todo o processo de Genotipagem e Identificação de Resistência a medicamentos, desde o preparo da amostra até a análise do resultado. Ainda, lançamos recentemente a linha de produtos PathoNostics oferece uma variedade de kits de diagnóstico de PCR em tempo real para o diagnóstico de infecções fúngicas. O principal objetivo é detectar rapidamente o fungo causador da doença e, simultaneamente, identificar a resistência antifúngica”,  complementa Camila Santos, gerente de pesquisa e desenvolvimento.

Sobre o ID8 – Inovação em Diagnóstico

Um laboratório de apoio focado no diagnóstico molecular com entrega rápida, oferecendo resultados em poucas horas após o recebimento da amostra, com um fluxo de trabalho operacional os 7 dias da semana. Os serviços vão além do diagnóstico. Metodologias simples e ágeis que reduzem consideravelmente o tempo de entrega do resultado, possibilitando ao paciente a chance de um tratamento mais assertivo e direcionado. Saiba mais em: www.id8diagnostico.com.br.

Sobre a Mobius 

A Mobius faz parte de um grupo sólido de empresas com mais de 25 anos de atuação e grande expertise no mercado. Desenvolve e comercializa produtos destinados ao segmento de medicina diagnóstica, fornecendo kits para extração de ácidos nucleicos, sorologia e também para diagnóstico molecular in vitro de doenças infecciosas, oncologia e genética. Mais informações, acesse www.mobiuslife.com.br.

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