No Brasil, a proporção de mulheres engenheiras civis é de aproximadamente 25%, contra 75% de homens. Segundo dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), desconsiderando os inativos, o total geral de engenheiros civis registrados no país é 491.562, sendo 123.415 mulheres e 368.147 homens. No Paraná, o número atual de engenheiros civis registrados é 29.400, sendo 22.284 homens e 7.116 mulheres. Em números absolutos, o estado ocupa a quarta posição no ranking de engenheiras civis registradas, atrás de São Paulo (30.681), Minas Gerais (18.591) e Rio de Janeiro (9.290).
Anualmente, em 23 de junho, celebra-se o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. A data, criada pela organização Womens Engineering Society (WES) do Reino Unido, objetiva fortalecer o espaço que as engenheiras vêm ganhando na profissão, que já foi majoritariamente ocupada por homens.
No Paraná, atuam na construtora MRV, pelo menos oito engenheiras mulheres. Uma dessas é a Caroline Brandão de Oliveira, que ingressou na companhia em 2005 na área administrativa, mas se identificou com a engenharia civil, iniciando o curso superior em 2010. Durante sua graduação, atuou nos canteiros de obra como auxiliar de engenharia. Formada em 2015, em um período de poucas obras, Caroline, atuou inicialmente no planejamento, legalizações, contrapartidas, CVCOs, e assumiu a primeira obra em 2020. A engenheira foi responsável pelo Residencial Canto do Uirapuru, empreendimento residencial localizado na cidade de Araucária (PR), composto por 160 apartamentos. No momento, está à frente do Luggo Jardim Botânico, em Curitiba (PR), empreendimento da MRV exclusivamente para locação com 317 unidades distribuídas em torres de oito andares.
“Sinto muito orgulho desses 18 anos de MRV, por ter construído toda uma carreira e permanecer por tanto tempo na construtora. Consegui estudar e me formar nesse período. Não é fácil conciliar a rotina pessoal, como mãe de dois filhos, com a profissional, mas assumir o canteiro de obras é um orgulho. Vejo meu crescimento e desenvolvimento ao longo dos anos. Tive muitos aprendizados e tenho muitos motivos para me orgulhar da minha carreira”, explica a engenheira.
Apesar da proporção de mulheres na profissão ainda ser baixa, quando Caroline se formou, a relação era ainda mais desequilibrada, como ela recorda. “Quando comecei a faculdade, na minha turma havia 32 alunos, desses, somente três eram mulheres. Hoje, na MRV, há muitas analistas mulheres e engenheiras que atuam dentro e fora do canteiro de obras. Proporcionalmente, ainda há poucas mulheres no setor e em algumas empresas ainda existe maior resistência, mas no passado, via-se muito menos”, afirma.
Para Caroline, a habilidade da mulher de gerir diversas situações ao mesmo tempo, ser organizada, lidar com imprevistos, e a facilidade de relacionamento são competências que ajudam no exercício na engenharia civil. “Durante toda a execução de uma obra, há muitos processos técnicos e burocráticos, auditorias de qualidade, segurança, ambiental, e a mulher consegue abraçar essas tarefas com dedicação e gerir várias ao mesmo tempo”, assinala.
Ciente da necessidade de maior diversidade no setor da Construção Civil, a engenheira encoraja todas as mulheres que desejam atuar na área a superarem os desafios, conhecerem as possibilidades de atuação, optar pelo que mais se identificam e “correrem atrás”.
“As mulheres são tão capazes quanto os homens e não há porque haver diferença de tratamento. Espero que na Engenharia Civil, haja igualdade tanto em número de mulheres e homens quanto em reconhecimento e valorização, pois essa não é uma realidade de todo o mercado”, comenta.
De acordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), a primeira engenheira civil registrada no estado foi Enedina Alves Marques, em agosto de 1946. O maior crescimento no número de registros de mulheres engenheiras civis no Paraná ocorreu de 2018 para 2019, quando houve um salto de 4.590 para 5.358, uma variação de 16.73%.
Sobre a MRV
Com mais de quatro décadas de mercado e o propósito de construir sonhos que transformam o mundo, a MRV é uma das cinco empresas que compõem a plataforma de soluções habitacionais MRV&CO. Atuando em mais de 165 cidades de 22 Estados e no Distrito Federal é considerada a maior construtora e incorporadora da América Latina, tendo como foco empreendimentos residenciais econômicos, com preços acessíveis para um público que busca o sonho da casa própria.