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A logística que faz o show acontecer  

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*Roberto Pansonato

Não é novidade para ninguém que a logística vem crescendo e participando praticamente de quase todas as atividades econômicas do Brasil e do mundo. Seja por meio da movimentação de produtos do agronegócio, por meio da a indústria de transformação e através da distribuição de produtos vendidos por meio do e-commerce. Também possui participação expressiva no comércio internacional, tanto para importação, quanto para exportação.   

A logística teve participação efetiva na distribuição de vacinas para todo o Brasil, durante o período da pandemia do Covid 19, que ativou ainda mais os processos logísticos, devido ao aumento das compras pela internet. Por outro lado, foi um período difícil para os artistas, cantores, músicos e demais profissionais do setor de entretenimento, em função das restrições decretadas pelas autoridades da saúde pública, que determinou na época, a proibição de qualquer show ou evento ao vivo com aglomeração de pessoas. As restrições impostas influenciaram também no trabalho dos profissionais envolvidos no planejamento e execução de feiras representativas de setores específicos.  

No entanto, passado esse momento sombrio, referente a pandemia, o segmento de eventos tem apresentado crescimento, a partir do momento em que o controle sobre a doença se intensificou. Gradativamente, os shows, as feiras e os eventos têm retornado a ativa. De acordo com a Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia da PwC ,em 2021, a indústria de E&M (Entretenimento e Mídia) se recuperou da contração de 2020 para retomar sua trajetória de crescimento, com receitas aumentando a uma taxa expressiva de 10,4% e até 2026 a indústria global de E&M chegará a US$ 3 trilhões em receitas.  

Ainda segundo a PwC, com relação ao Brasil, o setor deve fechar o ano com quase US$ 33 bilhões em receitas, com um avanço de 8,6%, muito acima da taxa de crescimento de 1,7% prevista para o PIB em 2022 pelo Banco Central. Até 2026, o segmento chegará a US$ 39,9 bilhões em receitas, com um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 5,7%, superior ao global. Esse resultado é maior do que o projetado para o país no estudo anterior: 4,7% CAGR até 2025.  

Conforme a ABRAPE (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), os eventos e o hub setorial, somam 4,5% do PIB brasileiro, gerando 112 mil vagas de empregos formais. Os números robustos que mostram a força do setor. Em termos de grandes shows, temos visto no Brasil bandas nacionais e internacionais que movimentam, além do público aos grandes estádios, uma enorme quantidade de equipamentos e dispositivos para que os espetáculos ocorram da melhor forma possível, e aí, é que entra a logística.   

Conhecida como Logística de eventos, trata-se da gestão e coordenação de todos os aspectos práticos e operacionais envolvidos na realização de um evento, incluindo desde o planejamento inicial até a sua execução e o pós-evento.  Traçando um paralelo com a logística de guerra, com suas devidas proporções, a logística de eventos não é um trabalho simples, pois a quantidade de detalhes e variáveis que agem sobre os eventos é enorme, o que exige muito esforço do profissional de logística no planejamento das atividades. Com importante participação no PIB nacional e com previsões otimistas apontadas por pesquisas, a logística de eventos possui aspectos que permitem destacá-la como um segmento promissor para a geração de postos de trabalho e renda.  

Produzir um evento envolve mais do que as características artísticas ou aspectos específicos de um ramo de negócios, é necessário ter a sinergia entre a gestão de diferentes áreas, e entre elas, com certeza, uma das principais é a logística.  

* Roberto Pansonato é Mestre em Educação e Novas Tecnologias, graduado em Design de Produto, com atuação em Gestão de Engenharia de Processos e Produção. É professor do Centro Universitário Internacional – Uninter, onde atua na tutoria dos cursos de Logística e Gestão do E-Commerce e Sistemas Logísticos. 

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