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Hospital de Curitiba provoca 100 segundos de escuridão em sessão de cinema com ação de conscientização de prevenção à cegueira

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No início do filme, tudo parece bem, mas aos poucos manchas pretas vão surgindo até que a tela ficou totalmente escura e somente o áudio foi exibido. Na sequência, mensagens sobre a prevenção à cegueira e depoimento de paciente que perdeu a visão surpreendeu expectadores

E se você acordasse cego da noite para o dia e repentinamente tudo ficasse escuro? Foi essa a experiência/sensação que o público viveu na terça-feira (05/07), durante uma sessão de cinema em um shopping de Curitiba. A iniciativa idealizada pela agência MoOn.ag para o Hospital de Olhos do Paraná teve como objetivo conscientizar as pessoas sobre a prevenção da cegueira – em referência ao mês de conscientização da Saúde Ocular, em julho.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o planeta existem cerca de 75 milhões de pessoas cegas e outras 225 milhões com baixa visão. Já o Brasil tem 1,1 milhões de cegos, e, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), entre 60% e 75% dos casos de cegueira poderiam ser evitados, se houvesse diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Um desses casos que poderiam ser evitados é do autônomo Cláudio Roberto Dalazuana, portador de retinopatia diabética. Após uma série de descuidos com o diabetes, ele acabou perdendo a visão. Com a realização de uma cirurgia, conseguiu recuperar 40% da visão do olho esquerdo, o olho direito, porém, permaneceu permanentemente afetado. O depoimento de Cláudio contando sua história que o levou a ficar cego, emocionou o público. Os expectadores foram surpreendidos quando a tela ficou repentinamente toda escura e somente o som do filme era exibido, logo depois a seguinte mensagem: “Nós deixamos você no escuro por alguns segundos, para chamar a sua atenção”, seguido da pergunta: “E se todas as cores e formas que você conhece, simplesmente deixassem de existir? E hábitos simples como assistir à um filme no cinema não tivessem mais graça?”

Surpresa geral

Após as mensagens sobre o número de pessoas cegas no mundo e o emocionante depoimento de Cláudio, o sentimento geral foi surpresa. “No começo acho que o pessoal não entendeu o que estava acontecendo, mas com o decorrer da exibição, da tela escura e do depoimento do paciente, sentimos que foi algo bem impactante. Eu por exemplo, estava com meus óculos na bolsa, tenho problemas de visão há muito tempo. Se não tivesse com os meus óculos, não conseguiria enxergar nada, temos que estar sempre preparados. Fazer esse alerta foi uma iniciativa muito importante do hospital”, comenta.

Portador de diabetes há muitos anos, o professor universitário Waldemar Antônio Domingos também estava no cinema e foi surpreendido durante o trailer. “Em um primeiro instante, quando a tela ficou escura, eu achei que era uma falha na projeção do cinema.  Até achei que eles iam tomar providências para resolver o problema. Aí apareceu a mensagem. Achei muito bom no sentido de conscientizar as pessoas. Eu mesmo sou diabético e uma vez por ano vou ao oftalmologista fazer os exames para ver se não está afetando minha visão. Então, achei essa ação de hoje essencial”, elogia o professor.

A servidora pública federal Adriane Lüdke também considerou importante a ação e destacou a necessidade da prevenção. “Eu por exemplo conheço várias pessoas que tem problemas de visão, e algumas doenças oftalmológicas são silenciosas, não apresentam tantos sintomas. Eu achei bem importante a campanha de conscientização, pois uma simples consulta oftalmológica pode detectar um problema precocemente e impedir que a pessoa tenha perda de visão”.

Para a oftalmologista e diretora do Hospital de Olhos do Paraná, Luciane Moreira, a ação do hospital teve o impacto esperado. “Eu gostaria que a gente pudesse fazer isso em todo começo de filme, porque isso sensibiliza a população. Precisamos fazer uma prevenção à cegueira, com a realização de exames regulares para não deixar acontecer o que houve com este paciente: deixar a visão piorar e chegar em um momento que não tem mais o que fazer. A prevenção sempre é o melhor tratamento, pois desta forma consegue-se melhorar não só a visão, mas a qualidade de vida das pessoas”, conclui a especialista.

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