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Nova vacina contra dengue chega às clínicas particulares do Brasil

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O imunizante combate quatro diferentes sorotipos do vírus, que matou mais de 1.000 pessoas no Brasil em 2022; vacina pode ser aplicada em pessoas que ainda não tiveram contato com o vírus

A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode apresentar um amplo espectro clínico e variar de casos assintomáticos a graves, podendo evoluir à óbito. No Brasil, apenas em 2022, a doença registrou 1.016 mortes, atingindo um número nunca visto desde a década de 1980, quando ela “ressurgiu” no país. No mundo, a dengue afeta milhões de pessoas, que vivem em regiões tropicais e subtropicais, sendo uma das doenças mais letais.

Para a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Kátia Oliveira, as arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti são uns dos principais problemas de saúde pública, sendo a dengue de maior relevância, principalmente no continente americano. “A dengue é uma doença infecciosa que causa sintomas como febre alta, dores no corpo, dores de cabeça e manchas na pele. Em casos mais graves, pode levar à dengue hemorrágica, uma condição potencialmente fatal. A introdução da nova vacina da dengue é uma medida crucial para combater essa doença e reduzir o impacto na saúde pública”, explica.

Composição da vacina

A nova vacina da dengue, chamada de Qdenga, é fabricada pela farmacêutica Takeda e conta com tecnologia inovadora que estimula a resposta imunológica contra os quatro sorotipos do vírus, proporcionando proteção abrangente. Os estudos clínicos já passaram pela fase três – última etapa para averiguar a segurança e eficácia de um medicamento – e foram realizados em crianças e adolescentes que vivem em áreas endêmicas para a doença, como o Brasil – que fez parte da amostra. Os resultados apontaram que, após 54 meses da aplicação da segunda dose, a vacina teve uma eficácia estimada em cerca de 61% para casos recorrentes e  84% em casos graves.

“A vacina será destinada ao público de quatro a 60 anos, sendo aplicada em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas. Pessoas que não tiveram contato com o vírus poderão tomar a vacina, diferente da outra vacina já existente. É uma grande vitória para o mundo”, conta Kátia.

Vale ressaltar que no Brasil, já existe um imunizante, fabricado pela Sanofi Pasteur, que age contra a infecção, porém ele só é indicado para pessoas que já tiveram a doença. “Estamos entusiasmados com a chegada dessa vacina inovadora. A proteção contra a dengue é essencial para a saúde pública e a qualidade de vida das pessoas, pois além de promover a saúde individual, a vacinação em larga escala contribui para a redução da circulação do vírus e protege a comunidade como um todo”, reforça Kátia.

A Qdenga chega nas clínicas particulares nesta semana, tendo a possibilidade de também chegar à rede pública após a avaliação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).

Dúvida recorrentes:

Quem pode tomar a nova vacina contra a Dengue e quais são as contraindicações?

A  Qdenga é uma vacina feita com vírus vivo atenuado, portanto recomenda-se que ela não seja aplicada em:

Pessoas com imunossupressão (tratamento quimioterápico e uso de doses elevadas de corticóide, por exemplo);

Mulheres grávidas;

Pacientes com HIV;

Pacientes com histórico de alergia aos componentes da vacina.

Efeitos colaterais

Os principais efeitos podem incluir, geralmente nos dois primeiros dias após a aplicação da vacina: dor e vermelhidão no local da injeção, dor de cabeça, dor no corpo, leve mal estar e febre.

O que fazer ou o que não fazer antes de tomar a vacina

Se estiver com quadro febril, é melhor esperar passar a fase aguda para se vacinar;

Pacientes com histórico de síncope e ansiedade associada à vacina têm que se vacinar em um ambiente apropriado para evitar quedas e traumas;

As mulheres que pensam em engravidar, devem esperar pelo menos um mês após tomar a vacina.

Quem já teve a doença pode tomar a vacina?

Sim, quem já teve e quem não teve a doença pode se vacinar. Vale lembrar que existem diferentes cepas virais e, às vezes, a pessoa já teve infecção por uma das variantes e não tem imunidade para as demais. Por isso, é importante se vacinar para ampliar a capacidade imunológica.

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