O frio favorece a disseminação de vírus e bactérias causadores de meningite; idosos e crianças são os mais afetados
O inverno é o período com maior incidência de doenças respiratórias como alergias, resfriados, gripes, meningite e pneumonia. Somente no último mês, a Clínica Vacinne registrou aumento de 70% na busca pelas vacinas meningocócicas, entre a vacina da Meningite ACWY e a Meningite B.
Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Katia Oliveira, as temperaturas mais baixas trazem uma tendência a manter os ambientes fechados e aglomerados, o que se soma ao sistema imunológico mais frágil, a falta de medidas básicas de higiene, como lavar as mãos e evitar compartilhar talheres e copos. “A composição das vacinas é feita de forma a combater um determinado vírus ou bactérias, podendo ser nas versões inativas ou altamente enfraquecidas destes vírus ou bactérias. Desta maneira, o organismo produz anticorpos contra o invasor, criando assim uma memória imunológica que protege o nosso corpo”, afirma.
A doença meningocócica, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, manifesta-se mais frequentemente como meningite ou sepse, e é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. No mundo todo, mais de 5 milhões pessoas são diagnosticadas com meningite anualmente e, segundo dados, a cada 10 pacientes, um morre em decorrência da doença e dois ficam com sequelas. “A doença tem caráter rapidamente progressivo como potencial de sequelas e letalidade. A vacina é essencial para proteger o organismo e aumentar a imunidade para combater os vírus e bactérias causadores da meningite”, alerta a especialista.
O último boletim epidemiológico sobre meningite no Brasil, divulgado pelo Ministério da Saúde em outubro de 2022, mostra que em 2017 foram 26.446 os casos notificados e 17.032 os confirmados, cinco anos depois os números caíram mais da metade, somando 10.739 casos notificados e 5.856 os casos confirmados. Porém, a taxa de letalidade da doença cresceu: em 2017, era de 9,3% dos casos e, em 2022, subiu para 12,2%.
Kátia lembra que a rede pública oferece com exclusividade a vacina meningocócica C conjugada. A rede privada conta com a meningocócica B recombinante. E tanto a rede pública como a privada, oferecem a meningocócica conjugada quadrivalente — ACWY. “É possível fazer as duas vacinas no mesmo dia, a Meningite ACWY e a Meningite B. Importante lembrar que a doença é altamente contagiosa e as vacinas são fundamentais para manter o nosso sistema imunológico preparado para combater vírus e bactérias que desencadeiam infecções e doenças perigosas e muitas vezes terminais”, finaliza.
