Especialista alerta para a importância de analisar a proposta ofertada pelos bancos antes de renegociar
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), anunciou esta semana que cerca de 1,5 milhão de contratos foram renegociados com bancos brasileiros, em apenas um mês, desde o início do programa Desenrola Brasil. Ainda segundo a instituição, destes contratos, R$ 9,5 bilhões foram negociados na resolução de dívidas de pessoas físicas com débitos negativados até 31 de dezembro de 2022 e renda de até R$20 mil.
Dessa forma, cerca de 1,1 milhão de clientes foram beneficiados com o programa, que tem a sua adesão disponível até 31 de dezembro deste ano. A Febraban apontou que o nome de quase 6 milhões de clientes com dívidas bancárias de até R$100,00 foram limpos pelas instituições financeiras.
O que é o Desenrola Brasil?
O Desenrola Brasil tem o intuito de retirar as pessoas da lista de negativados para retomar o potencial de consumo da população, promovendo mutirão de renegociação de dívidas de pessoas físicas.
O Ministério da Fazenda projetou que 1,5 milhão de pessoas poderiam ser contempladas, mas a meta foi ultrapassada já na primeira semana do Desenrola, que iniciou em 17 de julho.
De acordo com a Natália Guazelli, advogada especialista em Direito Empresarial, é sempre importante renegociar dívidas para evitar que os valores devidos cresçam mês a mês com as altas taxas de juros.
“Quanto antes for possível negociar e ficar com o nome limpo, melhor para os cidadãos. O ativo do brasileiro é o sobrenome. Ficar com ele “sujo”, traz diversos transtornos. Como nesta etapa atual do programa não há teto para a taxa de juros das renegociações, a recomendação é avaliar cuidadosamente as ofertas dos bancos para decidir se vale a pena aderir”, explica.
Mesmo que a instituição financeira ainda não tenha aderido ao programa, ou que a dívida só se enquadre na segunda etapa do programa, vale a pena entrar em contato com o seu banco e perguntar quais as condições para uma eventual renegociação.
“Caso o seu banco não esteja incluso no programa, é possível tentar fazer a transferência da dívida para outra instituição que tenha aderido ao Desenrola”, finaliza Natália.
Além de negociar a dívida, não refazer dívidas impagáveis é outra recomendação da especialista, para que desta forma o brasileiro possa manter seu crédito em dia e usá-lo de forma responsável e quando necessário.