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Projeto social oferece aulas de Wrestling e busca empoderar meninas por meio do esporte

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Promover a igualdade de gênero por meio do esporte e da educação. Esse é o objetivo da Mempodera, uma organização que possui quatro núcleos e atua nas cidades de Cubatão (SP) e São Luís (MA). A organização, que atende cerca de 250 crianças todas as semanas, oferece aulas de Wrestling (luta livre) e inglês para meninas e meninos, de seis a 17 anos. A maior parte da renda da organização é vinda de Leis de Incentivo, mas também de doações, patrocinadores e apoiadores.

Assim como no esporte praticado, a vida de meninas que participam do projeto também é uma luta. O esporte é um dos mais antigos, e que até hoje possui modalidade proibida para mulheres, a Grego Romana. O Wrestling consiste em ser um esporte de contato, onde dois atletas tem o objetivo de deixar o adversário com as escápulas no solo. Dentre os benefícios de quem o pratica, está, além da força, o desenvolvimento de habilidades pessoais, como o controle emocional e saber lidar com conflitos e desafios. A modalidade não é muito conhecida e praticada no Brasil, mas por ironia do destino, a atleta brasileira, entre homens e mulheres, mais vitoriosa da modalidade é a fundadora do projeto, Aline Silva.

A atleta acumula 198 medalhas, como a prata nos Jogos Pan-Americanos de 2011, que aconteceu em Guadalajara, no México, e bronze em Toronto, no Canadá. Ela conquistou ainda medalhas de prata nos mundiais de Antígua, Guatemala em 2006 e em 2014, no Uzbequistão. No mesmo ano, foram conquistados três ouros, nos Jogos Sul-Americanos, no mundial militar nos EUA e no Grand Prix de Paris. Em 2016, Aline conquistou o bi-campeonato e foi ouro no mundial militar, na Macedônia. A atleta ainda participou das Olimpíadas do Rio 2016 e Japão 2020.

Aline teve seu primeiro contato com lutas aos 12 anos, no judô, mas a luta livre só chegou na sua vida aos 14 anos. Já a Mempodera , nasceu em 2017, quando a atleta já estava consolidada profissionalmente e participou de um intercâmbio com o Global Sports Mentoring Program-GSMP. Na época, Aline foi selecionada para representar o Brasil na edição, junto a outras 16 mulheres vindas do mundo inteiro. O objetivo do projeto era que essas mulheres, que já eram inspirações em seus países, desenvolvessem um plano de ação para empoderar meninas por meio do esporte. Foi lá que a Mempodera teve seus detalhes definidos.

“Ter a oportunidade de participar de um programa nos Estados Unidos focado em empoderamento feminino, me possibilitou idealizar a Mempodera, trazendo o olhar e as contribuições de uma rede mundial. O que estamos promovendo aqui é inovador!”, destaca a fundadora da Mempodera, Aline Silva.

Durante o intercâmbio, cada mulher foi mentorada por alguma parceira do programa. A mentora de Aline é a parceira global de clientes do Google, Julie Eddleman. “O processo de ser mentorada pela Julie foi muito enriquecedor. Foi por meio dela que eu aprendi muito sobre liderar uma equipe e pude conhecer mais a fundo a Google e a P&G. Ela e a Diane Cummins, sua esposa, ajudaram muito no processo de criação da Mempodera, tanto me dando valiosos conselhos, quanto me apresentando pessoas que poderiam ajudar, por exemplo, a design Vanessa Melendez. Conheci ela por meio da minha mentora e ela desenvolveu nossa logo e nos ajuda até hoje”, relata Aline.

Participação no projeto muda vida de meninas

Dentre as mais de 600 crianças que já passaram pelo projeto, uma delas é a Sarah Giulliany Martins, de 14 anos, que já participa do projeto há cinco anos, e afirma que a Mempodera participou de mudanças significativas em sua vida: “Aprendi a me comunicar com as pessoas e aprendi que se eu não poder me destacar pelo meu talento, sou capaz de vencer pelo meu esforço”.

Para Adriana Dos Santos Andrade, mãe de Sarah, uma das beneficiadas pela Mempodera, o projeto ajudou no desenvolvimento da filha. “A Mempodera foi uma ferramenta de inclusão social que tivemos nas mãos, não mudou só a vida dela, mas também nossas vidas, pois passa a ser mais uma responsabilidade minha, de disciplinar em casa e estar sempre presente ao lado dela, incentivando-a. Por meio do projeto, a Sarah se desenvolveu muito e aprendeu a se comunicar com outras pessoas, pois ela era tímida. Ela aprende muito e me ensina bastante. Aprendeu também que existem regras a serem respeitadas no projeto também, não é só em casa, além de que se ela  tem um objetivo, precisa se dedicar a ele”.

Impacto positivo em 2022

Em 2022, a Mempodera realizou diversas atividades e ações pontuais. Todos os meses, a assistente social do projeto realizou aulas com temas específicos que contribuem com o cotidiano das alunas. Em datas comemorativas também houve ações, como na Páscoa, com a distribuição de ovos de chocolate, ou no Dia das Mães, com atividades que buscaram fortalecer os vínculos familiares. No Dia das Crianças, ocorreram brincadeiras, lanches e sessões de cinema.

A organização também realizou um encontro para fortalecer a saúde menstrual das meninas, com a distribuição de kits e oficinas sobre o tema. Algumas famílias de alunas foram acompanhadas de perto, por meio da equipe de assistência social. A mesma equipe também realizou o Encontro Acolhendo Emoções, que tinha como público-alvo as mães de alunas, e trabalhou temas voltados à elas.

Ainda no último ano, a Mempodera realizou um festival, que contou com dois dias intensos de atividades para todas as crianças e adolescentes atendidos pelo projeto social. Durante o evento, todos os participantes, dos três núcleos, se juntaram e puderam experimentar Beach Wrestling, blockchain, Slam das Minas (batalha de poesia), além de um bate-papo com ME TOO contra assédio e violência e Wrestling em arena oficial, com distribuição de medalhas aos participantes.

Como doar?

A Mempodera está aberta para doações, que são destinadas às ações pontuais e para a sobrevivência do projeto. Para conhecer mais sobre o organização e contribuir, acesse https://www.mempodera.com/doacoes

 

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