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Quando a busca pela cirurgia plástica se torna excessiva

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Número de cirurgias crescem no Brasil e levantam discussão sobre autoimagem

Nos últimos anos, observa-se um crescimento significativo na busca pela cirurgia plástica. Desde pequenas correções estéticas até procedimentos mais complexos, as pessoas estão cada vez mais interessadas em aprimorar a sua aparência física. No entanto, é importante refletir sobre quando essa busca se torna excessiva e os riscos envolvidos nesse caminho.

Dados da pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS) mostram que, em 2020, o Brasil realizou mais de 1,3 milhão de cirurgias, número muito maior do que o revelado na última pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que verificou que entre 2007 e 2008 foram realizadas 459 mil cirurgias plásticas estéticas feitas no país. O Brasil é o segundo no ranking mundial entre os países que mais realizam cirurgias plásticas. Para o cirurgião plástico, Luciano Grisotto, é importante ressaltar que os dados apresentados tratam apenas das cirurgias estéticas, que se diferem das cirurgias plásticas reparadoras. “A reparadora visa solucionar problemas que existe uma alteração funcional, enquanto na estética não há uma situação patológica em si, mas uma questão que atrapalha o funcionamento social, a autoestima, a autoimagem”, explica.

Autoimagem e equilíbrio

Para Luciano, esse aumento na procura por procedimentos cirúrgicos estéticos reflete uma forte influência externa, impulsionada pela mídia e pelas redes sociais que, muitas vezes, impõem padrões de beleza inalcançáveis. “O fenômeno da busca pela perfeição também pode estar relacionado ao crescente interesse das pessoas em se assemelharem às celebridades, ou mesmo a bonecos famosos como Barbie e Ken, levando a uma relação conflituosa com a própria imagem”.

Nesse panorama, a cirurgia plástica deve ser encarada como um recurso para melhorar a autoestima e a qualidade de vida, porém, não como uma solução para alcançar a perfeição. “A cirurgia plástica pode trazer resultados positivos e transformar a vida das pessoas, mas é fundamental que haja um equilíbrio. Quando a busca pela perfeição se torna obsessiva, os riscos físicos e emocionais podem ser significativos. É necessário um diálogo aberto entre médico e paciente, onde seja possível entender as expectativas e buscar alternativas seguras e realistas”, destaca Luciano.

Escolha consciente
O médico reforça que embora seja compreensível que as pessoas busquem aprimorar sua aparência, é importante destacar que a identidade e a beleza não estão restritas a padrões externos. “Valorizar a individualidade e a auto aceitação são aspectos essenciais para uma qualidade de vida saudável. Além disso, é fundamental que seja feita uma avaliação cuidadosa dos motivos que levam o paciente a buscar a cirurgia plástica. Para isso é necessário a busca por um profissional que ofereça uma atenção personalizada, que visa compreender as necessidades de cada indivíduo e oferecer procedimentos seguros e efetivos para alcançar resultados harmoniosos”, explica.

Luciano também conta que outro ponto importante é que a cirurgia plástica deve ser encarada como um processo íntimo, individual e com o acompanhamento de um profissional qualificado, sendo fundamental que os pacientes estejam bem informados sobre os detalhes e riscos envolvidos em cada procedimento, para que possam tomar decisões conscientes e responsáveis. “Acredito que o objetivo de um cirurgião plástico é ajudar seus pacientes a se sentirem bem consigo mesmos, respeitando a sua individualidade e trabalhando em conjunto para atingir os objetivos estéticos de forma segura e consciente”, finaliza o médico.

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