Genética triplica chances de Alzheimer

Mais de 1,2 milhão de pessoas no Brasil têm algum tipo de demência; sinais da doença podem surgir dez anos antes

“Tudo começou com pequenos esquecimentos; em seguida, notamos que ela já não tinha autonomia para realizar as atividades do dia a dia. Com o tempo, ela começou a se isolar,  esquecendo principalmente os acontecimentos mais recentes e as pessoas próximas”. O relato é da enfermeira Ana Missio sobre sua mãe, Terezinha Missio, que tem 90 anos e foi diagnosticada com Alzheimer há pouco mais de cinco anos. “Hoje, ela não reconhece mais ninguém e não consegue realizar tarefas simples como se alimentar sozinha. Precisamos de um cuidador em tempo integral”, explica a filha.

Terezinha é a mais velha de nove irmãos. Uma delas, uma freira aposentada de 86 anos, também está em estágio avançado da doença. Não consegue mais sair da cama, nem falar. Outro, nove anos mais jovem do que a aposentada, começa a apresentar os primeiros sinais de demência. Uma das explicações para isso é o fator genético. Estudos apontam que parentes em primeiro grau têm mais que o triplo de chances de desenvolver a doença.

Sinais pontuais

Entre os tipos de demência, o Alzheimer é o mais comum. No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é que 1,2 milhão de pessoas tenham demência e que a prevalência em pessoas com 65 anos ou mais corresponde à metade dos casos.

Os primeiros sintomas podem começar até mesmo dez anos antes e se manifestam de maneira gradual. Inicialmente, é comum ocorrer o esquecimento de nomes ou de tarefas cotidianas simples. À medida que o tempo avança, a funcionalidade do indivíduo vai diminuindo gradualmente; ele deixa de conseguir fazer as coisas às quais estava acostumado e passa a depender da ajuda de terceiros, segundo explica o coordenador de Neurologia dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, Carlos Twardowschy.

“A perda de memória ocorre de forma lenta e progressiva, acompanhada de alterações comportamentais, como o isolamento e a apatia. O paciente também pode apresentar dificuldades em tarefas simples do dia a dia, como o uso de utensílios domésticos e a busca por palavras apropriadas. Esses são os sinais aos quais a família deve sempre estar atenta. Assim que eles começam a surgir, é indicado procurar atendimento médico para avaliação”, diz o neurologista. “Também é importante que as pessoas que tenham familiar em primeiro grau diagnosticados com Alzheimer, façam uma avaliação neurológica detalhada”, alerta.

Medicamentos

Existem vários estudos que apontam novas drogas para retardar os sinais da doença ou até mesmo estabilizá-la. Mas o fato é que os medicamentos utilizados e disponíveis hoje, atuam nos sintomas e não na cura.

A indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi, produz dois medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer. A molécula bromidrato de galantamina para os níveis inicial a moderado, que possui uma tecnologia de liberação imediata e prolongada na mesma cápsula; e a molécula cloridrato de memantina para o nível mais grave da doença. “Temos o compromisso de conduzir pesquisas em busca de novas moléculas a serem incluídas em nosso portfólio de medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer, com o objetivo de oferecer um maior leque de opções terapêuticas e, assim, contribuir para uma melhor qualidade de vida dos pacientes”, explica a gerente de produto da Prati-Donaduzzi, Carolina Tiemi.

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