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Hospital pediátrico de Curitiba é referência nacional na prevenção e tratamento da sepse

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Hospital pediátrico de Curitiba é referência nacional na prevenção e tratamento da sepse
Crédito: Wytow Butenas
Hospital pediátrico de Curitiba é referência nacional na prevenção e tratamento da sepse
Crédito: Wytow Butenas

Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos, implantado há quase 15 anos, possibilita acompanhamento em tempo real de casos da infecção no Hospital

sepse, conhecida como infecção generalizada, é a principal causa de morte em unidades de terapia intensiva (UTIs) e é responsável por um a cada cinco óbitos no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Pequeno Príncipe – maior e mais completo hospital pediátrico do país –, a linha de cuidado para a prevenção e tratamento da sepse é referência nacional, com taxas de letalidade que chegam a 5% e 7%, em 2023 e 2022, respectivamente. Números muito menores se comparados às médias nacionais, que podem alcançar até 50% de chance de morte por sepse.

Por conta de uma resposta inflamatória desregulada, o sistema circulatório passa por um estado em que não consegue suprir as demandas de oxigênio e nutrientes exigidos pelos órgãos. É nesse momento que acontece a sepse.

O Pequeno Príncipe conta com um cuidado multidisciplinar que envolve diferentes profissionais para que se tenha uma metodologia eficaz e rápida no controle da infecção. Por exemplo, nos quadros graves de choque séptico, a infusão de antimicrobianos precisa ser feita em até três horas. Na maioria dos casos do Hospital, a medicação chega ao paciente em 40 minutos.

O Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos, também conhecido como Stewardship, é outro processo dentro da linha de cuidado que contribui para os resultados positivos em relação aos quadros de sepse. A iniciativa prevê a gestão do uso efetivo e individualizado de antibióticos. E tem a expertise do farmacêutico clínico para auxiliar o médico na gestão do emprego de antimicrobianos, principalmente ao promover a articulação entre uma equipe multiprofissional para avaliação do uso otimizado dos medicamentos considerando o quadro de cada paciente.

“A sepse é desafiadora em qualquer instituição, e o Pequeno Príncipe é referência na atenção a essa condição. Fomos reconhecidos pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) com o nível 3, que é o nível máximo. Ou seja, temos resultados muito bons”, pontua o vice-diretor de Qualidade e Pesquisa Clínica do Pequeno Príncipe, Fábio de Araújo Motta.

Superbactérias

Implantado há quase 15 anos, o programa fez com que o Pequeno Príncipe reduzisse os dias de uso de antimicrobianosdiminuísse os custos e controlasse o avanço da resistência a esses fármacos. A utilização em excesso desses medicamentos é uma das principais causas do surgimento crescente das superbactérias.

A resistência antimicrobiana – que abrange todos os micro-organismos, e não apenas as bactérias, combatidas por antibióticos – é às vezes mencionada como sendo uma “pandemia silenciosa”. Patógenos resistentes mataram 1,26 milhão de pessoas em 2019, segundo análise publicada na revista médica “The Lancet”.

Uma avaliação do Ministério da Saúde mostrou que quase 60% dos 2.072 hospitais que responderam à Avaliação Nacional dos Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos ainda não implementaram o programa.

Monitoria

Os bons resultados e a expertise fizeram com que o Pequeno Príncipe levasse seu modelo de gerenciamento de antimicrobianos a outras instituições de saúde brasileiras. Com apoio financeiro da indústria farmacêutica Pfizer, 13 hospitais de 10 estados já estão com seus programas implementados, a partir da mentoria do Hospital paranaense.

O assessoramento permitiu que a instituição também produzisse um relatório com dados qualitativos e quantitativos sobre a situação dos hospitais em relação ao controle de antibióticos que espelham a realidade brasileira. Um exemplo são os 1.501 problemas relacionados ao uso desses medicamentos detectados entre os nove hospitais que receberam a mentoria do Pequeno Príncipe no último ano. Desse total, 42% deles eram de uso desnecessário ou uso inadequado de antibióticos.

 

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