No próximo dia 30 de setembro, a SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo inaugura a “sala vermelha” no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, na zona norte de São Paulo. Trata-se de uma área equipada com DEA (desfibrilador cardiovascular), eletrocardiograma e um tele-eletrocardiograma conectado ao HCor. O equipamento permitirá que os cardiologistas deste centro de referência possam dar suporte, por telemedicina, aos atendimentos emergenciais no Mandaqui, realizando a interpretação do exame à distância.
Além disso, nos dias 21 e 22 de setembro, 21 médicos do Mandaqui farão curso de capacitação para melhor atendimento diante de um quadro de infarto, visando diminuição das mortes. O treinamento acontecerá na sede da SOCESP, na avenida Paulista, em São Paulo, das 8h30 às 13h45. As ações fazem parte do Projeto Infarto, iniciativa da entidade para padronizar o socorro ao paciente infartado, definindo fluxos, métricas e validando protocolos, com o objetivo de diminuir fatalidades por causas do coração. “Há mais de dez anos nosso projeto define estratégias para conter a mortalidade por infarto no Estado de São Paulo”, ressalta a presidente da SOCESP, Ieda Jatene. “Oferecemos conhecimento técnico e prático em prol da otimização dos primeiros socorros cardiológicos, o que pode estabelecer a diferença entre o óbito e a manutenção da vida.”
Em junho, médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde da linha de frente das ocorrências cardiológicas do Mandaqui participaram como convidados da programação do Congresso da SOCESP.
A escolha do Mandaqui para as intervenções de reciclagem não foi por acaso: o Projeto Infarto apurou que o percentual de mortes chegou a 23,7% entre aqueles que ingressaram com sintomas cardíacos no hospital. Segundo os especialistas, o índice aceito é de até 14%. De 2010 a 2020 as mortes por infarto no Mandaqui só estiveram abaixo, em 2011, 8,33%. O complexo realiza 15,8 mil atendimentos por mês, sendo um dos hospitais públicos de maior demanda do estado.
Projeto Infarto
O Projeto Infarto é realizado em parceria com o COSEMS (Conselho de Secretários Municipais de Saúde) e com a Secretaria Estadual de São Paulo e contempla treinamento para o correto manejo da emergência cardiovascular, com cronograma padrão, considerando os sintomas apresentados. Cursos on-line, eventos presenciais, folders e panfletos informativos integram a lista de atividades. Depois da conclusão da primeira etapa da capacitação, as mortes cardíacas nos hospitais públicos de São Paulo diminuíram, em média, de 14,31%, em 2009, para 11,25%, em 2014.
Na outra ponta, o projeto também disponibiliza programas de conscientização para o público, pontuando sobre fatores de risco: estresse excessivo; sedentarismo; tabagismo ou exposição à nicotina; obesidade; consumo excessivo de álcool; colesterol elevado; diabetes; hipertensão e qualidade do sono. As doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 30% de todas as mortes no país, o que corresponde a 400 mil óbitos por ano.