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Empresas investem em programas de imersão no exterior para incentivar a inovação entre colaboradores

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Crédito: divulgação

O protagonismo do colaborador é uma das tendências mais recentes quando o assunto é gestão de pessoas. O objetivo é permitir que os profissionais exercitem seu potencial, ao mesmo tempo que contribuem para a construção de ideias inovadoras no ambiente corporativo. Esse tipo de preocupação tem feito muitas empresas investirem em oportunidades de formação e aprimoramento para suas equipes.

Um estudo recente feito pela consultoria Deloitte mostra que o setor privado vem oferecendo, por conta própria, oportunidades que ajudam a suprir lacunas ou elevar ainda mais a capacidade dos colaboradores. São cursos, imersões e programas de intercâmbio que promovem o desenvolvimento de habilidades e aumentam a produtividade no ambiente corporativo. É o caso da Tecnobank, especializada em tecnologia para registro de contratos de financiamento. Para a diretora de Gente & Gestão da empresa, Michaela Vicare, as organizações precisam incentivar o aperfeiçoamento contínuo e prepara, assim, sua força de trabalho para um mundo em constante evolução. “Como tudo muda em uma velocidade muito alta, as empresas que investem em aperfeiçoamento e aprendizado – seja no Brasil ou no exterior – garantem um passo à frente quanto o assunto é inovação”, afirma.

Essa não é uma estratégia recente. “Acreditamos que empresa e colaborador devem evoluir juntos. E, nesse caminho, há anos buscamos olhar para o mundo que nos rodeia”, destaca. Michaela conta que a companhia já enviou equipes para diversos países, entre eles Índia, Israel, China, Estados Unidos, Argentina, Panamá e Inglaterra. O programa mais recente, chamado de Silicon Valley Learning Experience, levou uma delegação da Tecnobank para o Vale do Silício, na Califórnia (EUA). “Selecionamos colaboradores de todos os níveis – diretores, superintendentes, gerentes e arquitetos, e das mais variadas áreas, como tecnologia, negócios, produtos, marketing e Comunicação. O objetivo era fazer uma imersão nessa cultura de inovação que o Vale do Silício possui. Durante duas semanas, nossa equipe visitou empresas para conhecer novas tendências e sondar oportunidades de negócios”, detalha.

Imersão na Itália para professores

Embora o apelo de destinos como o Vale do Silício pareça voltado apenas para empresas que trabalham com tecnologia, o aprimoramento de colaboradores em programas no exterior é tendência também em outras áreas. Na educação, a formação continuada de docentes e demais funcionários é uma estratégia adotada por grupos educacionais que sabem que as instituições de ensino e suas equipes pedagógicas precisam acompanhar as novidades e evoluir com elas.

Em maio deste ano, o Grupo Positivo enviou professoras que atuam nos colégios da rede para a Itália. A coordenadora da Educação Infantil do Centro Pedagógico do Colégio Positivo, Hannyni Mesquita, conta que a experiência permitiu às educadoras ter acesso a novas práticas e experiências pedagógicas. “Pudemos visitar escolas, verificar o trabalho que se realiza nesses lugares, observar, aprender e trazer novidades para dentro das nossas salas de aula”, destaca.

Para ela, a viagem proporcionou experiências pedagógicas enriquecedoras, permitindo uma imersão no funcionamento educacional e nas práticas pedagógicas do país. “Durante essa jornada, tivemos a oportunidade de visitar diferentes secretarias de educação e escolas, além de participar de formações com autores italianos renomados na área do ensino e explorar espaços culturais inspiradores”, destaca.

Mobilidade internacional é opção para reduzir turnover

Em 2021, a pesquisa Workplace Learning Report, realizada pelo LinkedIn, apontou que a mobilidade interna, que oferece novas oportunidades e projetos para os colaboradores dentro da própria organização, é a principal estratégia adotada para reter talentos. Um outro estudo divulgado pelo LinkedIn também mostra que 51% das empresas acreditam que a prática é ainda mais importante depois da pandemia.

Referência mundial no desenvolvimento de tecnologias, automação e serviços para indústrias de papel, celulose e energia, a Valmet é outra que aposta nesse tipo de programa para reduzir o turnover. A organização tem uma ferramenta digital que mostra publicamente as oportunidades disponíveis para os colaboradores, com vagas sem restrição de nacionalidade. Há posições com mobilidade por tempo determinado e indeterminado para países na Europa, Ásia, América do Sul e América do Norte.

De acordo com a diretora de Recursos Humanos da Valmet na América do Sul, Flávia Vieira, somente nos últimos cinco anos a empresa enviou 40 brasileiros para destinos como Suécia, Tailândia, Finlândia, Estados Unidos e Portugal. “Para facilitar a adaptação, orientamos os colaboradores em questões como moradia, escola e aprendizado do idioma local. Nosso mindset é: retemos o colaborador proporcionando novas experiências. Queremos que nossas equipes se sintam valorizadas”, afirma.

Experiência é ativo importante para colaboradores

Do ponto de vista das equipes, programas de formação e aperfeiçoamento no exterior são janelas importantes para o que está sendo feito no restante do mundo. Para o arquiteto de software da Tecnobank, Hugo Moura, um dos que embarcaram para a Silicon Valley Learning Experience, “estar no centro global da inovação, onde algumas das melhores empresas do mundo criam e apresentam tendências, é uma experiência muito rica. Em situações assim, devemos aproveitar para absorver o máximo que pudermos e, na volta, aplicar no nosso trabalho por aqui”. Por sua vez, a gerente de sistemas da empresa, Carla Judici, também contemplada pelo programa, diz que esse tipo de vivência “é sempre uma oportunidade maravilhosa para criar novas conexões com pessoas, conhecer novas tecnologias e tendências e assim ampliar nossa visão e criar novas possibilidades de negócio para a empresa”.

Uma das selecionadas para ir à Itália pelo Grupo Positivo, Hannyni Mesquita ressalta que a formação continuada de professores desempenha um papel crucial no desenvolvimento das práticas pedagógicas. “Na Itália, pudemos presenciar o compromisso dos profissionais em aprimorar constantemente suas habilidades e conhecimentos, buscando oferecer uma educação de qualidade. Aprendemos que é preciso buscar constantemente aprimoramento e inspiração, explorar diferentes culturas e práticas pedagógicas, fortalecer a parceria com as famílias, compreender a importância da leitura e das múltiplas linguagens no processo de ensino e aprendizagem, e adotar estratégias como a documentação pedagógica. Não tem como não voltar de uma experiência dessa motivada a trabalhar por essa mesma cultura em nossas escolas”, completa.

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